sábado, 30 de janeiro de 2016

Arte & cultura | Violões - Manoel Andrade

Imagem http://www.chorinhobrasil.com.br/2013/falecimento-do-luthier-manoel-de-andrade/#.Vpp6llLYilw :

Outra contribuição de Daniel Soares, amigo dos tempos do CEDOM-Colégio Estadual Dr. Otávio Mendes, em SP (aquele mesmo do Movimento Ocupa CEDOM), lutier amador, apaixonado por esta arte e pelo nosso chorinho. Ele escreve sobre os encontros com o violonista erudito e lutier paranaense Manoel Andrade, ex-concertista, que começou a fabricar violões aos 20 anos. Daniel e ele acabaram se conhecendo e participando juntos de vários saraus, na própria oficina de Andrade, onde se reuniam “chorões” (os aficionados do chorinho) de várias idades.

“Como sua oficina era em Santana, na Rua Alfredo Pujol, perto de casa, acabamos nos conhecendo nas luterias e oficinas da vida e, de papo em papo, ficamos amigos. Claro, como quase todo bom lutier, ele também tocava e, aos sábados, a oficina virava um palco para reuniões musicais de vários estilos: do clássico ao choro. Alguns dos meus melhores momentos de apreciação musical foram passados ali. De papo em papo, de história em história, de violão a violão, a conversa rolava solta e o aprendizado também, com dicas preciosíssimas sobre a profissão. Infelizmente, Manoel Andrade partiu muito cedo, em junho de 2013, aos 55 anos.  Ars longa, vita brevis. ” 
- Daniel Soares

Abaixo, dois vídeos: 
1-O primeiro (15 min) traz uma entrevista com o violonista e lutier, como ele constrói seus violões e, no final, uma palhinha. ‘Programa Tudo de Bom convida MANUEL ANDRADE (Luthier)'. 
2-O segundo (3:57) ‘Manoel Andrade’ traz o violonista tocando Recuerdos de Alhambra. https://www.youtube.com/watch?v=-fBRCHi_XCY 

  
 



Referências:
Daniel Soares: danielsoares195@yahoo.com.br  
Chorinho Brasil: http://www.chorinhobrasil.com.br/
Não só o gato: http://www.naosoogato.com.br/cultura/uma-vida-construindo-escutando-e-tocando-violoes/ 

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

Línguas & Poesia | Relógios, segundo o poeta...




Poeta é aquele ser especial que consegue transformar imagens e objetos do cotidiano em poesia; que tem a poesia no olhar e que transforma o que vê em palavras e rimas que nos atingem, de alguma forma. 
Poeta é aquele que, dando novas dimensões aos objetos, formas e paisagens, enriquece nosso cotidiano e amplia nosso entendimento. 
Quer coisa mais banal do que um relógio? Tão familiar, tão comezinho... Mas um relógio vira poesia no olhar dos que têm o dom.  
Os dois poemas abaixo são de um gaúcho que tem esse dom, Mário Quintana (1906-1994), grande poeta, tradutor e jornalista brasileiro. Um dos grandes, um dos que admiro e carrego sempre comigo. 
 
Relógio   
O mais feroz dos animais domésticos
é o relógio de parede:
conheço um que já devorou
três gerações da minha família.

• Tic-tac 
Esse tic-tac dos relógios
é a máquina de costura do Tempo
a fabricar mortalhas. 


Referências: