quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Reflexão | O que separa uma religião da outra



 Creio que é a ignorância, junto com a vaidade e o desejo de poder. Quando você conhece o outro, você o respeita. Se não há desejo de poder, há lugar para todos. Em um canteiro de flores há lugar para as flores azuis, brancas, as amarelas etc. e cada uma delas cresce em direção à luz.
- Jean-Yves Leloup

Parece simples, mas não é. Temos visto, dia após dia, o aumento das manifestações de ódio e intolerância, as desinformações, os interesses particulares e de grupos sobrepujando o interesse e o bem comum. Combine esta situação com mentiras, desinformações e manipulação da mídia e cria-se uma sociedade fútil, desinformada e egoísta, caldo de cultura ideal para o desenvolvimento do ovo da serpente. 

Feliz 2017! Se é que é possível almejar felicidade em um mundo tão dividido, tão absurdamente desumano. Que 2017 nos encontre com mais discernimento para separar o joio do trigo, mais disposição para renovação íntima, mais propensos a buscar a Verdade, a solidariedade, a convivência fraterna e o amor.

Referências:

terça-feira, 27 de dezembro de 2016

Vida & Yoga: Yoga na fila do banco?

Sim, senhor!Já disse aqui, em várias ocasiões, que yoga não é sinônimo de acrobacia, mas atitude e modo de vida. Quem pratica a ciência do yoga, quem busca a integração proposta pelo yoga consegue aplicar as suas técnicas nas mais diferentes situações. Isso não requer grandes movimentações ou espaços, apenas um pouco de prática. Nada que um bom aluno, atento e consciente, não consiga. 

Assim, em situações chatas que não exigem nossa atenção específica como filas de bancos, engarrafamento de trânsito, salas de espera,  ou algo parecido, pratique abstração dos sentidos (pratyahara), desligue-se dos sons e ruídos externos; pratique a concentração (dharana), a fixação do olhar (trataka) em um ponto até piscar ou lacrimejar ou, apenas, preste atenção ao ruído de sua respiração, observando o ar que entra e sai dos pulmões. Deixe os pensamentos passarem, como nuvens. Não os retenha. 


Pronto. Você já se energizou, já acalmou a mente e está pronto para a vida.  Namastê.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2016

Reflexão | Ação & Reação



O que for a profundeza do teu ser, assim será teu desejo.
 

O que for o teu desejo, assim será tua vontade.
 

O que for a tua vontade, assim serão teus atos.
 

O que forem teus atos, assim será teu destino.
 

- Brihadaranyaka Upanishad 


A partir dessa estrofe dos antigos textos das Upanishads, o amigo Guima - Antonio Carlos Guimarães - editor do blog Guimaguinhas, com sua serena sabedoria, adaptou o texto lindamente:    

Vigie seus pensamentos, porque eles se tornarão palavras;
Vigie suas palavras, porque elas se tornarão atos;
Vigie seus atos porque eles se tornarão hábitos;
Vigie seus hábitos porque eles se tornarão seu caráter;
Vigie seu caráter, porque ele moldará seu destino.

Para vigiar, é preciso desenvolver o autoconhecimento e para isso não há processos mágicos ou miraculosos. Antes de dormir, Santo Agostinho repassava os atos do dia, confrontando-os com as lições éticas do Cristo, verificando se fizera ao outro o que gostaria que lhe fizessem, se fizera todo o bem que podia e se não faltara com a verdade.
De qualquer forma, o melhor meio de nos conhecermos é observar a forma como olhamos, como pensamos, falamos, agimos e amamos. É isso. É processo pessoal, duro e intransferível. É conquista e recompensa de cada um.
Namastê, Guima! 

Natal é isso; é viver este estado, constantemente; é agir assim todos os dias do ano, em todas as situações e com todas as pessoas. 
Difícil? 
Sem a menor dúvida, mas é para isso que estamos aqui. Para crescer, para florescer e fazer florescer; para subir um degrau, não sem antes ajudar outros a subirem; para evoluirmos como família humana. 
Feliz Natal!