quinta-feira, 29 de junho de 2017

Ecos Imateriais | Unidade na Diversidade



Existem muitas lâmpadas, mas apenas uma corrente de eletricidade passando através delas para emissão de luz. Existem muitos ornamentos e joias, mas apenas um ouro está presente em todos. 
Da mesma maneira parecemos que somos muitos, mas existe apenas um divino, uma essência que está presente em todos nós. Deus é um. Seu reflexo, em todos nós, é único. Por isso, essencialmente, somos um e únicos. Tal constatação só surge da meditação profunda e da experiência interior.
- Paramahamsa Prajñanananda

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Ecos Literários | Espinosa, Kafka e Murilo Rubião e a cidade

 

O que os três nomes acima têm em comum? Onde a cidade entra nessa equação?  
Bom, vou tentar explicar.
Depois de formada na FAU e já fazendo meu curso de formação no Centro de Estudos de Yoga Narayana, resolvi também cursar Filosofia, na Faculdade de Filosofia da USP, a famosa FFLCH (leia fefeléche, como os uspianos). Infelizmente, tive que interromper o curso antes de terminá-lo, mas algumas matérias realmente me encantaram e me abriram os horizontes, mais ainda do que a Faculdade de Arquitetura já havia feito.

Uma das disciplinas era sobre o filósofo Baruch Spinoza (1632-1677) e o curso era dado por uma professora não menos famosa, a lúcida e brilhante Marilena Chauí (1941). Já tinha feito outros cursos com ela, mas resolvi fazer este, particularmente, já que ela é considerada especialista em Baruch Espinosa, foco de sua longa pesquisa na Universidade. 
Franz Kafka. Imagem: Wikipedia.
Da obra do tcheco Franz Kafka (1883-1924), li pouco, mas sabia de sua ligação com o realismo fantástico, com o irreal e com sua narrativa quase comum do absurdo, transformando o cotidiano em um pesadelo. Li trechos de O Processo e A Metamorfose. Pulei algumas partes e confesso que me senti um pouco estranha.

Do mineiro Murilo Rubião (1916-1991), embora o conhecesse de nome e soubesse de seu perfeccionismo e de seu realismo fantástico, como Kafka, nunca tinha lido nada escrito por ele. Imaginei que deveria ser parente da pintora varginhense Aurélia Rubião. Perguntei para o autor de uma biografia da pintora, o historiador José Roberto Sales, presidente da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências e ele me confirmou: eram primos e a pintora havia feito um retrato do escritor.    
Murilo Rubião. Imagem:murilorubiao.com.br
 Meu jovem amigo Luiz Carlos Montans Braga, doutor em Filosofia e participante do Grupo de Estudos Espinosanos (USP), e que não sabia sobre o parentesco dos dois, me enviou um artigo escrito por ele intitulado O Medo e a Cidade: Notas sobre Murilo Rubião e Espinosa (aqui). O título do artigo já me chamou a atenção e, a partir de um conto de Murilo Rubião, Montans Braga consegue fazer conexões claras entre os três.

Adorei o conto de Murilo Rubião. Adorei a forma com que o autor ligou esses três personagens e adorei confirmar a atualidade de Espinosa. O excelente artigo me lembrou como Espinosa e suas ideias podem ser aplicadas hoje, me confirmou que não existe neutralidade e quão fundamental é definirmos em qual lado da história estamos e queremos estar. Pelo que sei do filósofo, a questão do olhar (ver como perceber), sempre presente em sua forma de ver o mundo, é confortadora e ratifica nossa forma de pensar e ser. Aliás, o olhar (o saber ver) - foi o mote da exposição de fotos sobre os detalhes do Teatro Capitólio, realizada por Vanessa CTReis e eu (aqui), em 2011, em Varginha.
Praça Trafalgar. Imagem: Divulgação London Greater Authority
Do ponto de vista urbanístico, Espinosa nos traz um conceito de cidade como avesso da solidão e do deserto (distopia). Mais do que nunca distopia é o que existe hoje em nossos centros urbanos, quando vemos a falta de uso e o abandono de muitos espaços públicos, ou as tentativas de privatização desses espaços, embora profissionais de várias áreas do saber façam questão de estimular o uso comum e enfatizar a importância do espaço público para a vitalidade e segurança das cidades.   

Durante a leitura do texto, acabei me descobrindo mais espinosana do que sempre soube, no entusiasmo, na necessidade de aplicar o conhecimento refletido na busca do bem comum e da solidariedade. O lado certo da história!

Viva a Literatura! Viva a Arte! Viva a Filosofia! Cegas, limitadoras e maquiavélicas são as tentativas de negar aos jovens o acesso à Arte, à Literatura, à Filosofia negando-lhes, assim, o direito ao conhecimento, ao questionamento e à reflexão, práticas e saberes que podem nos enriquecer e conduzir, pela vida afora.    

Referências:
Montans Braga, Luiz Carlos. O Medo e a Cidade: Notas sobre Murilo rubião e Espinosa. Disponível em <http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/quaestioiuris/article/view/25253>.
Murilo Rubião. Obra completa. Edição do centenário. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.  

sábado, 17 de junho de 2017

Ecos Culturais | Get up, Stand up!

 Imagem: Cortesia http://www.mattplescher.com/cos-artery-calligraphy-prints/

O Papa Paulo VI tem uma frase célebre e sempre atual: se quiser paz, lute por justiça. O jamaicano e aquariano Bob Marley (1945-1981) é também sempre atual. A música “Get up, Stand up”, autoria de Bob Marley e Peter Tosh (1944-1987), foi lançada em 1973, mas a letra continua cada dia mais atual. Erguer-se e resistir. Nunca desistir. Lutar pelos seus direitos e pelos direitos de todos.
Verdades atemporais.  




 Get up, Stand up

 Get up, stand up: stand up for your rights! (3x)
Get up, stand up: don't give up the fight!

Preacherman, don't tell me,
Heaven is under the earth.
I know you don't know
What life is really worth.
It's not all that glitters is gold;
'Alf the story has never been told:
So now you see the light, eh!
Stand up for your rights. Come on!

Get up, stand up: stand up for your rights!
Get up, stand up: don't give up the fight!
Get up, stand up: stand up for your rights!
Get up, stand up: don't give up the fight!

Most people think,
Great God will come from the skies,
Take away everything
And make everybody feel high.
But if you know what life is worth,
You will look for yours on earth:
And now you see the light,
You stand up for your rights. Jah!

Get up, stand up! (Jah, Jah!)
Stand up for your rights! (Oh-hoo!)
Get up, stand up! (Get up, stand up!)
Don't give up the fight! (Life is your right!)
Get up, stand up! (So we can't give up the fight!)
Stand up for your rights! (Lord, Lord!)
Get up, stand up! (Keep on struggling on!)
Don't give up the fight! (Yeah!)

We sick an' tired of-a your ism-skism game -
Dyin' 'n' goin' to heaven in-a Jesus' name, Lord.
We know when we understand:
Almighty God is a living man.
You can fool some people sometimes,
But you can't fool all the people all the time.
So now we see the light (What you gonna do?),
We gonna stand up for our rights! (Yeah, yeah, yeah!)

So you better:
Get up, stand up! (In the morning! Git it up!)
Stand up for your rights! (Stand up for our rights!)
Get up, stand up!
Don't give up the fight! (Don't give it up, don't give it up!)
Get up, stand up! (Get up, stand up!)
Stand up for your rights! (Get up, stand up!)
Get up, stand up! ( ... )
Don't give up the fight! (Get up, stand up!)
Get up, stand up! ( ... )
Stand up for your rights!
Get up, stand up!
Don't give up the fight! 


Referências:
https://www.ebiografia.com/bob_marley/
http://www.mattplescher.com/cos-artery-calligraphy-prints/