sábado, 30 de maio de 2015

Reflexão: Paciência e persistência

Se queremos o desenvolvimento espiritual, a prática da paciência é essencial.

- Tenzin Gyatso, o Dalai Lama (1935)   

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Arquitetura, Arte & Cultura: Almeida Jr. e o Dia do Artista Plástico

Todo mundo já viu algum quadro desse pintor, mas nem todos sabem seu nome. É preciso dar nome aos bois. Vamos lá, então. Resolvi fazer essa postagem a partir da comemoração (nem sempre lembrada) do dia do Artista Plástico. O Dia do Artista Plástico foi oficializado em 08 de maio, em homenagem ao pintor José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), nascido nessa data. Nascido em Itu, Estado de São Paulo, Almeida Junior, com 19 anos, entrou para a Academia Imperial de Belas Artes, no Rio, onde foi aluno de Jules Lê Chevrel, Victor Meirelles e Pedro Américo. Com a bolsa de estudos concedida pelo imperador Pedro II, foi para Paris onde participou do Salon Offíciel dês Artistes Français. Ao fugir da monumentalidade em voga na época, traz em suas obras uma abordagem de temática regionalista e o dia-a-dia dos personagens simples e anônimos do campo, o que situa o pintor como precursor dos modernistas. Alguns de seus quadros mais famosos - e que todo mundo já viu em algum lugar - são: “O Violeiro” (1899), “Caipira Picando Fumo” (1893), “Amolação Interrompida” (1894), “As Lavadeiras” (1875), entre outros, a maioria deles na sala Almeida Júnior, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. 
 
  Caipira picando fumo, 1893. Óleo sobre tela, 202 X 141 cm. Pinacoteca do Estado de São Paulo   
 
  O violeiro, 1899. Óleo sobre tela, 141 x 172 cm. Pinacoteca do Estado de São Paulo.
 O belo prédio da Pìnacoteca, em alvenaria de tijolos, com projeto de Ramos de Azevedo ( o mesmo do Teatro Municipal e da Casa das Rosas, em São Paulo), foi construído no último quartel do século 19, para abrigar o antigo Liceu de Artes e Ofícios, sociedade privada sem fins lucrativos, cujo objetivo era oferecer aulas gratuitas à população de baixa renda. Mais tarde, o espaço foi também ocupado pela própria Pinacoteca e pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Em meados da década de 90, depois da saída definitiva da Faculdade do imóvel, o edifício foi recuperado e readequado (1998) às suas funções museográficas. 
Com projeto dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Colonelli e Welliton Torres, a Pinacoteca é prova viva de que passado, presente e futuro podem coexistir sem aquela tensão pairando no ar, como névoa a envolver todo edifício histórico; atualmente ,é um espaço dinâmico e atraente, exalando e valorizando história em função de um bom projeto arquitetônico que compatibilizou alvenaria, concreto, aço, vidro e luz e adequou o edifício às mudanças e funções a que se destinava. O velho edifício labiríntico e escuro saiu daquela posição de quase limbo em que se encontrava e deu lugar a um equipamento cultural vibrante e integrado no coração da Pauliceia.     

Referências:
A origem de Datas e Festas, de Marcelo Duarte.Panda Books
Imagens: Catraca Livre  

terça-feira, 26 de maio de 2015

Línguas & Poesia: Poeminha do Contra

Todos estes que aí estão
Atravancando o meu caminho,
Eles passarão...
Eu passarinho!
(Prosa e Verso, 1978)

―Mario Quintana (1906 - 1994)  

Mário de Miranda Quintana foi poeta, tradutor e jornalista brasileiro. E que poeta! Um dos meus preferidos, um dos que admiro, um dos que carrego sempre na cabeça e no coração. 


 
Amanhecer em dia frio do outono, Varginha-MG. 
Foto: Blog Plural 

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Paisagem construída: Paris e Londres para ciclistas

Amsterdam e Copenhague são cidades onde o ciclismo é incentivado e aprovado pela população. Seguindo esse, entre outros exemplos, a prefeitura de Paris apresentou o Plano de Bicicletas 2015-2020 visando tornar a capital francesa a "capital mundial do ciclismo". Propõe duplicar a quantidade de ciclovias na cidade, estabelecer uma rede expressa de ciclovias, criar fundo de auxílio para a compra de bicicletas, construir 10 mil novas vagas de estacionamento para as bikes, entre outras. A prefeitura prevê ainda a expansão do programa “Paris 30 km/h”, que estabelece zonas onde os automóveis só podem trafegar a, no máximo, 30 km/h. Tudo isso na busca de ‘novas formas de mobilidade’ e na criação de cidades mais humanas e sustentáveis, tendo como aliados os novos aplicativos de celulares que disponibilizam informações em tempo real.   
Fruto do grande esforço conjunto em busca de novos meios de locomoção desde o ano 2000, Londres viu o trânsito no centro da cidade diminuir 30%, só na última década. Boris Johnson, atual prefeito londrino, é também ciclista e entende o problema de dentro para fora, incentivando sempre a melhoria de infraestrutura e ciclovias, já que os dados mostram que hoje, na capital inglesa, 24% dos veículos na hora de pico são bicicletas.
Assim, ciclovias, adensamento, compartilhamento de carros (elétricos, de preferência), bikes e interconectividade são termos cada vez mais ouvidos entre urbanistas do mundo todo. Planos pipocam aqui e ali, tendo por base a melhoria do transporte público e a redução da dependência do transporte individual. Objetivo: transformar a bicicleta em parte integrante e natural da rede de transportes, criar cidades mais sustentáveis, agradáveis, densas e mais propícias para encontros e passeios a pé ou de bicicleta. 



Imagens:
Sistemas de compartilhamento de bicicletas em Paris, Milão, Estocolmo e Washington (Wikipedia)  
Referências:

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Paisagem construída: Entrevista com Lelé

Foto: Anita Di Marco, 2008

O CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo publicou, hoje, uma entrevista inédita, feita em 2012, com o arquiteto João Filgueiras Lima, o Lelé, falecido em 2014. Com a peculiar generosidade e modéstia, ele aborda conceitos e ideias sempre válidas para várias áreas, não só para o arquiteto. Fala da arquitetura atual, da ação e do papel do CAU no exercício profissional, da deficiência dos códigos de obras - ruins em sua grande maioria - e dos profissionais responsáveis pela  aprovação de projetos, do despreparo dos arquitetos saindo de grande parte das escolas de arquitetura atuais, da confusão entre normas e leis, dos modismos em arquitetura, da tecnologia, da falta de mão de obra qualificada, da função e uso inadequado dos materiais,  entre outros temas afins. 
Define, de forma concisa e precisa, a profissão do arquiteto (não só, mas também): formação ampla e generalista, diálogo constante com a sociedade e os demais profissionais envolvidos no projeto e, principalmente, da urgência de o arquiteto reassumir e jamais abrir mão de seu papel de coordenador e responsável pelo ato de construir.  
Fala da beleza como algo inerente ao ser humano e a todas as profissões, algo que não pode ser delegado a outros ramos – faz parte da profissão e do homem. 
Cada vez mais, as escolas de arquitetura e arquitetos, jovens e antigos, deveriam se inspirar nele, sobretudo no seu olhar crítico, mas generoso, integrador e pleno de bom senso (aquele bom senso, citado por Lúcio Costa)... Cada vídeo tem cerca de meia hora. Reserve um tempo e ouça com atenção. 
Uma entrevista com um ser humano ímpar; humano, demasiadamente humano. Uma dádiva e um privilégio tê-lo conhecido. 

  
Vídeo publicado também no youtube: https://www.youtube.com/watch?t=10&v=T1j75641ftA    
Ver também a postagem <http://anitadimarco.blogspot.com.br/2015/04/paisagem-construida-premio-tardio.html> , onde Lelé é citado, e a publicação de artigo completo sobre o episódio na Revista Summa + 144, com o título Insinuaciones: Alegrías Póstumas. artigo de Ruth V.Zein e eu
Referência: 
CAU-BR- http://www.caubr.gov.br/entrevistajoaofilgueiras/

Paisagem Construída: A mulher na Arquitetura

Women in architecture é o nome do seminário realizado, hoje, na Universidade de Valencia, na Espanha. O evento comemora os 40 anos da edição especial da revista Architectural Design (AD) de 1975, dedicada às mulheres na arquitetura, e é parte de uma pesquisa que congrega profissionais de universidades no mundo inteiro. Do Brasil, a representante é a arquiteta Ana Gabriela Godinho Lima, do blog femininoeplural. Trabalhando gênero na arquitetura, o traz pesquisas e análises sobre o trabalho de mulheres na arquitetura, na engenharia, no design. 
Mais um trabalho louvável, de resgate da ação de pioneiras e valorização do papel e da sensibilidade da mulher no mundo profissional.   

Referência:  
https://femininoeplural.wordpress.com/ 
https://womeninarchitecture1975.wordpress.com  

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Reflexão: Discernimento e aceitação

 Eu não sou o corpo, sou o Morador Interno. Aceita, confia, espera e agradece.    
- Sathya Sai Baba  (1926-2011) 

terça-feira, 19 de maio de 2015

Vida & Arte: Game indiano ensina autodefesa às mulheres

País-membro do chamado BRICS, com uma economia em ascensão e um dos mais populosos do mundo, a Índia ainda é um país de imensos contrastes. Conhecido por seus costumes exóticos aos olhares ocidentais, misto de religiosidade e conformismo, pela história antiga, arquitetura dos templos e palácios, sistema de castas, lutas religiosas e nomes como Mohandas Gandhi, Rabindranath Tagore, Mohammad Yunus e tantos yogues e propagadores dessa ciência antiquíssima, hoje, a Índia, lamentavelmente, também é conhecida pelas agressões sexuais sofridas pelas mulheres. Independentemente das ações governamentais no sentido de punir ou inibir esses crimes, um grupo consciente de engenheiras da Amrita University resolveu agir e criou um novo jogo online destinado a ensinar golpes de luta para que as mulheres possam defender-se de agressões sexuais.


O grupo é chamado We Are Womene o jogo simula uma situação em que a mulher, quando abordada na rua por algum agressor, através de comandos no teclado, consegue dar chutes e socos e fugir de seu atacante. O objetivo é ensinar – de maneira fácil e rápida – alguns movimentos defensivos que podem salvar suas vidas, transpondo as lições do mundo virtual para o mundo real. A próxima etapa do desenvolvimento do jogo é criar novos cenários: no trabalho, no transporte público e em ruas superlotadas. 
O objetivo final do grupo é devolver o poder às mulheres. Toda manhã, antes de iniciar seu trabalho, o grupo entoa um mantra: “Lokah Samastah Sukino Bhavantu”, ou seja, “Que todos os seres humanos em todos os lugares possam ser felizes e livres e que meus pensamentos, palavras e ações possam contribuir, de alguma forma, para essa felicidade e liberdade geral”. “É o que nos move”, explicam.  
Referências e Imagens:

domingo, 17 de maio de 2015

Vida & Yoga: YogaSutra

Imagem: http://www.ocoy.org/yoga-in-four-words/


Embora praticado, talvez, há milênios, o Ocidente só tomou conhecimento da antiguidade dessa prática, a partir de meados do século 19, com o início das escavações arqueológicas realizadas onde hoje é o Paquistão. Os vestígios encontrados, inúmeros sinetes, pedaços de estatuetas e peças de argila, comprovaram a existência de alguma forma de yoga, já por volta de 3000 a.C., além de traços de grandes cidades no vale do rio Indo, como Harappa e Mohenjo-Daro, esta última declarada Patrimônio Mundial pela Unesco, em 1980. 
No entanto, a codificação, ou seja, compilação e organização sistemática dessa ciência foi feita pelo sábio indiano Patanjali (lê-se Patânjali), por volta do século III a.C., dando origem ao compêndio chamado Yogasutra.

O livro é formado por menos de 200 frases ou sutras (fios seguindo determinado raciocínio):  versos, aforismos, frases concisas e de fácil memorização, onde o yoga é apresentado, ao mesmo tempo, como método e fim, como caminho e meta. É é dividido em quatro livros ou partes (padas):
• Samadhi Pada: o caminho da iluminação, (51 aforismos);
• Sádhana Pada: o caminho da prática (55 aforismos);
• Vibhutti Pada: o caminho dos poderes e perigos (55 aforismos);
• Kaivalya Pada: o caminho da libertação (34 aforismos). 
Nos dois primeiros sutras, temos a definição de yoga: YOGASH CITTA VRITTI NIRODHAH, ou seja, yoga é a cessação, a interrupção dos movimentos e flutuações (vritti) da mente (citta). A partir dessa definição Patanjali vai, passo a passo, falar de como atingir esse estado de integração.