Todo mundo já viu algum quadro desse pintor, mas nem todos sabem seu nome. É preciso dar nome aos bois. Vamos lá, então. Resolvi fazer essa postagem a partir da comemoração (nem sempre lembrada) do dia do Artista Plástico. O Dia do
Artista Plástico foi oficializado em 08 de maio, em homenagem ao pintor José Ferraz de Almeida Júnior (1850-1899), nascido nessa data. Nascido em Itu, Estado de São Paulo, Almeida Junior, com 19 anos, entrou para a Academia
Imperial de Belas Artes, no Rio, onde foi aluno de Jules Lê Chevrel, Victor Meirelles
e Pedro Américo. Com a bolsa de estudos concedida pelo imperador Pedro II, foi
para Paris onde participou do Salon
Offíciel dês Artistes Français. Ao fugir da monumentalidade em voga na
época, traz em suas obras uma abordagem de temática regionalista e o dia-a-dia dos personagens simples e anônimos do campo, o que situa o pintor como
precursor dos modernistas. Alguns de seus
quadros mais famosos - e que todo mundo já viu em algum lugar - são: “O Violeiro” (1899), “Caipira Picando Fumo” (1893), “Amolação
Interrompida” (1894), “As Lavadeiras” (1875), entre outros, a maioria deles na sala Almeida Júnior, na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Caipira picando fumo, 1893. Óleo sobre tela, 202 X 141 cm. Pinacoteca do Estado de São Paulo
O violeiro, 1899. Óleo sobre tela, 141 x 172 cm. Pinacoteca do Estado de São Paulo.
O belo prédio da Pìnacoteca, em alvenaria de tijolos, com projeto de Ramos de Azevedo ( o mesmo do Teatro Municipal e da Casa das Rosas, em São Paulo), foi construído no último quartel do século 19, para abrigar o antigo Liceu de Artes e Ofícios, sociedade privada sem fins lucrativos, cujo objetivo era oferecer aulas gratuitas à população de baixa renda. Mais tarde, o espaço foi também ocupado pela própria Pinacoteca e pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Em meados da década de 90, depois da saída definitiva da Faculdade do imóvel, o edifício foi recuperado e readequado (1998) às suas funções museográficas.
Com projeto dos arquitetos Paulo Mendes da Rocha, Eduardo Colonelli e Welliton Torres, a Pinacoteca é prova viva de que passado, presente e futuro podem coexistir sem aquela tensão pairando no ar, como névoa a envolver todo edifício histórico; atualmente ,é um espaço dinâmico e atraente, exalando e valorizando história em função de um bom projeto arquitetônico que compatibilizou alvenaria, concreto, aço, vidro e luz e adequou o edifício às mudanças e funções a que se destinava. O velho edifício labiríntico e escuro saiu daquela posição de quase limbo em que se encontrava e deu lugar a um equipamento cultural vibrante e integrado no coração da Pauliceia.
Referências:
A origem de Datas e Festas, de Marcelo
Duarte.Panda Books
Imagens: Catraca Livre