segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Línguas & Tradução: 30 de setembro-Dia mundial do tradutor

Parabéns a este profissional que possibilita a muitos a leitura de textos de línguas estranhas, lugares distantes e referências outras. Não teríamos tanto acesso a textos estrangeiros sem os tradutores que leem, buscam entender e descobrir a melhor forma de transpor a ponte entre dois universos, duas culturas, duas tradições.  Sempre com o compromisso de manter a intenção e o registro do original, o tradutor colabora para a troca de conhecimento, ideias, conceitos e culturas.
Nem todos podem ler ou escrever em várias línguas, nem todos entendem o que tentam ler ou escrever nas várias línguas. A tradução é um ato de democratizar a leitura, de torná-la mais acessível. Quanto mais obras traduzidas, melhor. Quanto mais tradutores, melhor.  
Parabéns a todos os tradutores, pelo nosso dia: 30 de setembro. 
Aplaudo, abraço e agradeço as inúmeras Anas, Anns, Anitas, Bias, Elianas, Estelas, Lias, Cátias, Ivelizes, Isas, Dinauras, Lenitas, Denises, Kellis, Janes, Ivones, Patrícias, Malus, Rommy(s), Susanas, Veras, Zelinas e também aos Renatos, Sílvios, Joões, Boris, Paulos, Danilos, Marcos, Danis, Marcelos, Josés, Victor e tantos outros nomes e figurinhas carimbadas do mundo editorial da tradução. 
Por isso, não se esqueçam da Campanha Vamos dar nomes aos bois lançada aqui no blog e, sem dúvida, uma reedição bem humorada de inúmeras outras campanhas a esse respeito. A campanha inclui tudo - tradutores, obras de arte, fotografias, livros, músicas, frases, discursos, ensaios, trabalhos acadêmicos, ideias... A internet é ampla e não é nova, mas autoria é fundamental. Dar nomes aos bois, aos autores, é uma atitude óbvia de respeito, reconhecimento e coerência. Ajude a difundir esta ideia.
Que São Jerônimo, o protetor dos tradutores, continue iluminando e intuindo nossos caminhos e escolhas no ato tradutório.
 
Imagens: www.responsivetranslation.com/blog/international-translation-day-the-morning-after/

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Arte & Cultura: Músicas do coração - Marcha dos índios Quiriris


Quinteto Violado é um conjunto instrumental-vocal brasileiro formado em 1970, em Recife. O grupo buscou promover e incentivar os elementos musicais da cultura regional do Nordeste e, trabalhando o ritmo e a melodia das manifestações populares, inovou e integrou erudito e popular. Até hoje, inspirado numa filosofia mambembe, continua com suas pesquisas, espetáculos, discos, festivais e excursões internacionais levando o ritmo e o som da alma brasileira.    
Nos anos 70, ouvi pela primeira vez a música Marcha Nativa dos Índios Quiriris (de Toinho Alves e Marcelo Melo) e, desde então, a melodia ficou gravada em meu coração. Quiriris, kiriris ou Cariris é o nome dos primeiros grupos indígenas a habitar o interior nordestino, mais precisamente o nordeste da Bahia. 
Tenho certeza de que vocês vão gostar e se embalar nesse som lindíssimo.   
VÍDEO: Quinteto Violado - Marcha nativa dos índios Quiriris (1972)–3:26. 
 Publicado: 01 nov. 2012. Composição de Marcelo Melo e Toinho Alves. 
Referências:

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Reflexão: Ação no bem

O homem que quiser fazer o bem, inexoravelmente, passará por cinco estágios: indiferença, ridicularização, ofensa, repressão e, finalmente, respeito.

- M.K. Gandhi (1869-1948) 

quarta-feira, 23 de setembro de 2015

Vida & Yoga: Oficina de Mandalas

2007. Há alguns anos, mensalmente, no Espaço DHARMA de Yoga, desenvolvíamos, paralelamente às aulas de yoga, uma noite de estudos. Assim, professores e alunos podiam ter contato com outras técnicas, trocar ideias e ampliar seus conhecimentos sobre a própria filosofia do yoga, além de temas afins. Um desses temas foi o trabalho com mandalas. Na ocasião, a aluna Helena S.Giordano, psicopedagoga, atendeu ao meu pedido e falou um pouco sobre mandalas, suas origens e significados, etc. Depois da parte teórica veio a parte lúdica - escolher e colorir uma mandala, como forma de concentração e meditação. Foi ótimo, mas não tenho fotos desse encontro. Além disso, nessa época não havia tantos livros de colorir  para adultos...  

2015. Anos depois, resolvemos retomar aqueles estudos mensais e, mais uma vez, convidamos a aluna e psicopedagoga Helena S.G. para dividir conosco o estudo. Agora, já havia muitos livros sobre o tema, mas nós nos ativemos ao conteúdo teórico e à concentração durante a atividade de colorir. Finalmente, a meditação. Passamos momentos muito agradáveis e tranquilos, cada um em companhia de si mesmo e, depois, na companhia de todos. Houve intensa e ativa participação. Cada um escolheu sua mandala (ou foi escolhido por ela), separamos o material, colorimos, combinamos cores e ninguém se sentiu criança, pelo contrário. A sensação foi de uma grande paz interior. 


Alunos do Espaço DHARMA de Yoga, de Varginha-MG, em atividade de julho 2015.
Fotos: Anita Di Marco

2015. A Unifal, Universidade Federal de Alfenas, convidou, dessa vez, Vanessa CTReis e eu para uma oficina sobre o tema Colorindo Mandalas & Meditação. Lá fomos nós e mais um sucesso. Professores de outras unidades e universidades, alunos da própria Unifal e de outras faculdades da cidade lá estiveram...  
Oficina Colorindo Mandalas e Meditação, na Unifal - Varginha, setembro 2015. 
Fotos: Anita Di Marco e Vanessa CTReis.

Resultado: mais um ponto para esses diagramas mágicos e sua incrível capacidade de acalmar e integrar corpo, mente e espírito.    

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Paisagem Construída: Arquitetura vernácula, modernidade e coração

Imagens: Wikipedia
"Arquitetura tem a ver com gente." Francis Kéré.

Dividindo seu tempo entre Berlim e a África e vencedor de diversos prêmios internacionais, o arquiteto e professor Diébédo Francis Kéré desenvolve muitos de seus projetos em Burkina Faso, na África Ocidental, onde incorpora mão de obra, materiais (principalmente argila e madeira) e técnicas locais, em uma forma moderna, em seus projetos. Kéré nasceu e cresceu em um vilarejo de Burkina Faso, estudou primeiro em seu país e depois na Technische Universität e retornou à terra natal para devolver ao seu povo, o que havia aprendido. Com seus projetos, ele redefine e redesenha o ambiente, ensinando e construindo projetos sustentáveis integrados com o ambiente e apropriados pela população.
Além disso, um de seus últimos projetos, na área de conservação e restauro  foi a proposta de proteção do sítio arqueológico das Termas Reais, em Meroe, no Sudão, também utilizando pedras, terra, vidro e passarelas. Bom projeto, materiais locais vernaculares e modernidade. Respeito e conhecimento.
Três vídeos para você se emocionar:
1- Como construir com argila e uma comunidade. (filmado em set. 2013) 
Referências:
MacLeod, Finn. "Diébédo Francis Kéré e a energia da arquitetura em Burkina Faso" [Diébédo Francis Kéré and Architectural Energy in Burkina Faso] 28 Jun 2015.  ArchDaily Brasil. (Trad. Baratto, Romullo). Acessado 20 Jul 2015. 
http://www.archdaily.com.br/br/769182/diebedo-francis-kere-e-a-energia-da-arquitetura- em-burkina-faso 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Reflexão: Meta

Foto: Anita Di Marco, julho 2015.
 Todo testemunho do SER incomoda nosso não-ser. A plenitude do outro incomoda e questiona nosso vazio. A alegria do outro incomoda nossa depressão. O encanto pela vida do outro realça nosso desânimo e apatia. Nosso Ser tem sede de plenitude. É nosso caminho certo e nossa meta inexorável.
- Palavras do amigo J.F.Azze

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Línguas & Poesia: Olhar e ver


 


Poeta é aquele que transforma as coisas e objetos do cotidiano em poesia. Porque a poesia não está no objeto ou no ser observado. Está no olhar de quem olha e vê, descobre, pressente e identifica.  Quer coisa mais banal do que uma xícara? Uma xícara, sim senhor... Objeto banal, comum, cotidiano, comezinho... colorida ou não, fininha ou não, bem ou mal acabada, mas como já andaram dizendo sobre rosas... uma xícara é uma xícara é uma xícara, pois não? 

Pois para o grande poeta de Itabira, com sua habilidade genial com as palavras e sua forma de olhar, uma xícara vira testemunha e metáfora silenciosa.   


Cerâmica 

[Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), in Antologia Poética].

Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.
Sem uso,
Ela nos espia do aparador.

 

E a idealizada vida em uma cidade do interior adquire outros tons:

 

Cidadezinha qualquer
[Carlos Drummond de Andrade (1902-1987), in Alguma poesia)
Casas entre bananeiras
Mulheres entre laranjeiras
pomar amor cantar.

Um homem vai devagar.
Um cachorro vai devagar.
Um burro vai devagar.

Devagar... as janelas olham.  

Eta vida besta, meu Deus.

Ref: 

http://www.releituras.com/drummond_bio.asp  

https://pt.wikipedia.org/wiki/Carlos_Drummond_de_Andrade




domingo, 13 de setembro de 2015

Paisagem Construída: Saúde e Mobilidade Urbana no mundo todo

Indicadores de saúde em área urbana:
People feel safe; not too noisy; people choose to walk and cycle; places to stop;  shade  and shelter; easy to cross; pedestrians from all walks of life; clean air;  people feel relaxed; things to see and do;  Fonte: Plano de Ação de Saúde no Transporte de Londres. 

O Departamento de Transporte para Londres (TfL) - https://tfl.gov.uk/ lançou um plano de ação até 2021, até o momento, considerado o único do tipo no mundo. Apresentando 10 medidas, o plano parte da premissa de que as ruas, o meio ambiente e o transporte influenciam o bem-estar dos habitantes e, portanto, qualquer melhoria nesses elementos pode influenciar positivamente a saúde e a qualidade de vida da população. Com isso, o plano foi recentemente selecionado pela Associação Internacional de Transporte Público (UITP)  como um dos melhores projetos do ano na categoria Estratégia de Transporte Público. 
Além de incentivar sempre a melhoria do transporte público, a primeira das dez medidas é... (adivinhem)... desestimular o transporte por automóveis (carro particular e táxis), melhorar e tornar mais seguros e atrativos os espaços públicos para aumentar os deslocamentos da população a pé e em bicicleta, portanto, incentivar ciclovias. Para mais informações, veja os links abaixo.  
Referências:

sábado, 12 de setembro de 2015

Vida & Yoga: Coerência é estar inteiro



Na medida em que nos aprofundamos na prática de yoga, ficamos mais concentrados, mais focados na ação que estamos realizando, seja ela qual for. O exterior não nos desequilibra: carros, ruídos, falatório, movimentos não nos afetam, porque estamos focados na nossa ação do momento. Quando estamos trabalhamos, trabalhamos. Quando estamos comendo, comemos. Quando estamos descansando, descansamos. Quando estamos meditando, meditamos. Sem subterfúgios, sem escapadelas, sem ansiedades, sem meias verdades. Assim, além de evitar desperdício de energia e sem nos enganarmos, a atitude de estar presente diminui a chance de erros, seja qual for a atividade.   
Com a prática continuada do yoga e da meditação, percebe-se uma maior coerência em nós. De forma natural, suave, quase imperceptível, o yoga se impõe e passa funcionar como uma segunda pele: uma linha tênue que une pensamento, palavra e ação em todos os momentos, o que nos dá uma sensação de conforto, calma e tranquilidade. Qualquer ação nossa dá a dimensão clara e reflete exatamente o que carregamos no coração e na mente.    
Imagens: http://orvalhoplantas.com.br/flor-de-lotus/

quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Vida, yoga & espiritualidade: Leonardo Boff e Ayslam Kurdi

 
Em texto profundamente humano, inspirado e emocionante, Leonardo Boff nos faz questionar nossa própria humanidade e realidade. Não só lá, mas em todo lugar onde estivermos. Não só quando as coisas acontecem e nos emudecem, mas quando elas estão sendo gestadas e não fazemos nada. Que o digam os haitianos agredidos em cidades que os têm acolhido, ou as crianças sofridas que vemos nos noticiários, ou aqueles excluídos, de alguma maneira, que esperam um pouco de nossa compreensão, solidariedade e respeito. A dor é a mesma; o desprezo pelo outro, também. 
O homem ainda não aprendeu, ainda não entendeu que estamos aqui só de passagem. Chorar é bom; chocar-se é ótimo; indignar-se é bom também, mas sem uma ação concreta, tudo isso não resolve nada. É preciso sair da comoção e do choque causado pela fotografia e ir além, fazer algo real, na prática, no dia a dia, no nível das relações sociais de cada um, a partir da própria família. E ir além. Vale a leitura e a reflexão.   O pequenino Ayslan Kurdi nos faz chorar e pensar 
Imagem: imagenesyfotos.com 

Memória & Vida: Aventuras de Adelinha 2 - E dá-lhe rabo de galo..

A autora e personagem central dessas aventuras é Adélia Portes, mineira de Uberlândia, que morou em Araguari até os dez anos e depois se mudou para São Paulo. A menina que cresceu e se tornou esposa, mãe, artista plástica, avó e bisavó, hoje, curte a família, as plantas e o canto coral. Ah... e adora escrever, vez ou outra, seus contos e crônicas. O conto de hoje:  

E dá-lhe rabo de galo.
Irmã caçula de 16 irmãos, Adelinha  vivia feliz com os irmãos mais velhos e o pai, nas franjas da zona urbana de Araguari, no triângulo mineiro. Com o irmão Aírton e  uma ou outra colega de escola, a menina corria daqui e dali e, vez por outra, praticava outra de suas travessuras.
Certo dia, a garota e uma das coleguinhas descobriram que o pai da amiga era apreciador contumaz de certa bebida chamada de “rabo de galo”; toda noite ele colocava a bebida no copo e ficava admirando-a antes de ingerir o gole e dizia: - isso sim, é que é bom!
E aí, a curiosidade matou o gato! 
Um belo dia, as garotas resolveram experimentar o que seria aquele tal néctar dos deuses. Planejaram tudo direitinho: compraram uma garrafa de aguardente, uma garrafa de vermute e esconderam as bebidas embaixo de uma árvore imensa, no quintal da casa da irmã com quem estava...
E, finalmente, resolveram fazer a tal degustação. Gole vai, gole vem, acabaram bebendo toda a mistura – as duas garrafas!!! 
Adelinha jura que só se lembra do primeiro gole. E então, de acordar em uma cama de hospital com o médico dizendo:
– Que farra perigosa, hein? Depois de quase entrar em coma alcoólica, essa garota está fora de perigo! Justo ela, que parecia tão quietinha... Olha o mau exemplo, dona Adelinha!!!
Tsc, tsc, tsc... aventuras de Adelinha...
 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Língua & Literatura: Ainda falando de nuvens

Outro dia, enquanto zapeava com o controle remoto da TV, parei em um programa do Canal Brasil sobre Rubem Braga (1913–1990). Já estava no fim e alguém lia uma crônica do escritor sobre as nuvens vagabundas... Fiquei intrigada e fui atrás.  
 Trata-se de um filme de André Weller, chamado Olho as Nuvens Vagabundas, filmado na cobertura do apartamento do escritor, em Ipanema, com vista para a orla carioca. O filme, eleito um dos dez melhores documentários da 37ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo (2013) na categoria Novos Diretores, apresenta depoimentos de amigos, admiradores e frequentadores da cobertura, o lugar preferido do cronista capixaba. Zuenir Ventura, Ziraldo e Ana Maria Machado, entre outros, deram seus depoimentos e leram crônicas do escritor. 
Foto: Anita Di Marco, ago.2015 
Referências:

domingo, 6 de setembro de 2015

Arte & Cultura: Frida Khalo vem aí.

  
Capa da Revista Vogue, México, novembro 2012. Frida estampa pela primeira vez a capa de uma revista de moda, quase 60 anos após sua morte, em imagem feita pelo fotógrafo Nickolas Muray. 


Setembro chegou e, a partir do dia 27, traz mais uma mostra para ninguém botar defeito: “Frida Kahlo e as mulheres surrealistas no México”, sobre a pintora mexicana Magdalena Carmen Frieda Kahlo y Calderón, conhecida como Frida Kahlo (1907-1954) e outras artistas mexicanas. Frida foi símbolo da força e independência feminina, já que apesar dos muitos problemas de saúde, dramas e percalços de sua vida, continuava ativa e exuberante, trabalhando sua dor através da arte e sem sucumbir ao padrão de beleza exigido pela época.  
Onde: Instituto Tomie Othake, em São Paulo.

Referência:

sábado, 5 de setembro de 2015

Paisagem construída | Vamos dar nome aos bois?

Sempre li, estudei (e acredito até hoje) que a história oficial tem lado e conta a história de quem quer e como quer; em geral, a dos vencedores, daqueles que satisfazem uma certa narrativa do momento. A título de explicação, neste post falo apenas de autoria de obras produzidas, sem a menor intenção de elogiar ou homenagear o personagem retratado. Muito pelo contrário.
 
Estátua de Fernão Dias, na BR 381. Foto: Anita Di Marco
Enfim, além de Borba Gato, cuja estátua é referência no bairro paulista de Santo Amaro, em São Paulo (Ver Paisagem urbana: Borba Gato), outro bandeirante estudado, mas também não devidamente criticado e contextualizado nos bancos escolares, é o sogro de Borba Gato: Fernão Dias Paes Leme (1608-1681), conhecido como ‘o caçador de esmeraldas’, aquele que saiu à caça de determinada pedra preciosa de cor verde e voltou com outra, crente que tinha achado o seu tesouro. Também paulista, o bandeirante possuía muitas propriedades, explorava terras paulistas e mineiras, e escravizava índios, muitos índios. Partindo de São Paulo em meados do século XVI, comandou a bandeira em busca das tais pedrinhas verdes, aos 66 anos e acabou encontrando turmalinas, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais, acreditando que fossem as sonhadas esmeraldas. Morreu de malária, na volta para a cidade natal. uma estátua sua na rodovia BR 381, Fernão Dias, no trevo de acesso à cidade de Pouso Alegre, Sul de Minas. Antes da duplicação, era impossível não notar a presença da estátua, de uns 20 metros de altura. Hoje, com a rodovia duplicada, ela parece menor.  De qualquer forma, ela me remete à estátua de Borba Gato, em São Paulo, talvez pela proximidade estética, de material e estilo. Mas, por mais que procurasse, não encontrei dados sobre o autor da estátua.
 
E aqui vai uma conversa que sempre tenho com meus botões: Por que não dar o devido crédito aos autores, produtores e/ou tradutores de obras literárias ou de arte (livros,
artigos, ensaios, pinturas, esculturas, fotografias, textos em blogs, poemas)? Muitas vezes, mostram-se imagens ou mencionam-se obras, sem a menor menção a seus autores (ou tradutores, no caso de livros). Quem lê na sua língua ou vê essas obras deve imaginar que tudo surgiu do nada, brotou do chão, como passe de mágica e sem esforço de ninguém.   
 
Então, resolvi propor, de forma leve e sem nenhuma intenção de ineditismo, a campanha Vamos dar nome aos bois. Vários colegas já a propuseram, sob outra roupagem. Concordam? Daqui por diante, quando vocês virem um livro traduzido, sem nome do tradutor; uma obra de arte cuja autoria não foi mencionada; uma foto bonita, um poema, um artigo na internet, lembrem-se de que alguém escreveu, traduziu, criou, pintou, esculpiu, bateu a foto. As coisas sempre acontecem por esforço de alguém ou de alguns. Sempre. Vamos dar nome aos bois, por favor! 
 
Referências: 
http://www.sohistoria.com.br/biografias/fernaodias/ 
http://www.e-biografias.net/fernao_dias/
http://educacao.uol.com.br/biografias/fernao-dias-paes-leme.jhtm

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

Arte & Cultura: Espaços e exposições


Exposições e os espaços que as recebem estão intrinsecamente ligados. O resultado desse diálogo se revela em mostras únicas, diferentes, mais ou menos ousadas, mais ou menos surpreendentes, a depender da expografia escolhida e possível. Expografia, aliás, está diretamente relacionada à ambientação, ao que se propõe no espaço que recebe a mostra, às fontes (tipo e tamanho) a serem empregados nos textos, à cor das paredes, ao tipo, cor e dimensões dos suportes para os textos ou objetos, à iluminação, à cenografia geral, enfim... Tudo aquilo que concretiza o pensamento dos curadores.
Evidentemente, o orçamento disponível influi, e muito, em tudo isso. Mas, a nosso ver, o espaço é o grande receptáculo da materialidade dessa ideia e com criatividade, boa vontade e empenho são possíveis resultados de qualidade, ainda que sem o orçamento necessário para megaexposições.  
Foi o caso da exposição Oneyda Alvarenga & EU: seu tempo, sua busca, sua obra, mostra inaugural do Projeto |Nômades – Circuito de Exposições Ela, Ele & EU, desenvolvido por Vanessa CTREis, artista visual e fotógrafa e Anita Di Marco, arquiteta e tradutora. Montada inicialmente na Unifal – Universidade Federal de Alfenas, campus Varginha, em amplo espaço aberto em frente à biblioteca da universidade, embora com os mesmos suportes, a exposição teve um tipo de resultado final. 
Desde o final de agosto, na UNIFENAS, Unidade Imaculada, em Varginha, a mostra parece ter adquirido nova roupagem em função do local– saguão de entrada do edifício, pontuado pela forma circular do espaço, pela iluminação zenital difusa e pelo verde das plantas. Seguem algumas fotos dos dois locais.  
Unifenas, Varginha- Unidade Imaculada

Fotos: Anita Di Marco


 
 
Fotos: Vanessa CTREis

Unifal - Varginha 
  

       
 
Fotos: Anita Di Marco