Línguas & Poesia: Olhar e ver
Poeta é aquele que transforma as
coisas e objetos do cotidiano em poesia. Porque a poesia não está no objeto ou
no ser observado. Está no olhar de quem olha e vê, descobre, pressente e
identifica. Quer coisa mais banal do que
uma xícara? Uma xícara, sim senhor... Objeto banal, comum, cotidiano, comezinho...
colorida ou não, fininha ou não, bem ou mal acabada, mas como já andaram
dizendo sobre rosas... uma xícara é uma xícara é uma xícara, pois não?
Pois para o
grande poeta de Itabira, com sua habilidade genial com as palavras e sua
forma de olhar, uma xícara vira testemunha e metáfora silenciosa.
Cerâmica
[Carlos Drummond de Andrade
(1902-1987), in Antologia Poética].
Os cacos da vida, colados, formam uma estranha xícara.
Sem uso,
Ela nos espia do aparador.
E a idealizada vida em uma cidade do interior adquire outros tons:
Cidadezinha qualquer
[Carlos
Drummond de Andrade (1902-1987), in Alguma poesia)
Casas
entre bananeiras
Mulheres
entre laranjeiras
pomar
amor cantar.
Um
homem vai devagar.
Um
cachorro vai devagar.
Um
burro vai devagar.
Devagar...
as janelas olham.
Eta vida besta, meu
Deus.
Ref:
Mas para mim que nao sei o que penso,
ResponderExcluirO que o luar através
dos altos ramos é além de ser
O luar através dos altos ramos é nao ser mais
Que o luar através dos altos ramos...
Fernando Pessoa
Uma xícara é nao ser mais que uma xícara...
Mas adoro uma caneca, amiga. Acertou. Bjs
Ione, acho que é você, pronta e direta... Pode aguardar...Fernando Pessoa e outros petas fantásticos estão no forno...bjs
ExcluirAnita
muito lindo Anita adorei . lembrei da Adelinha e da minhas coleções tudo tem um significado especial legal linda .
ResponderExcluirSomente as poéticas podem fazer vislumbrar coisas da alma, tanto a poética escrita, falada, vista, ouvida como música, assistido como cinema...
ResponderExcluirVocê tem razão, tudo tem a ver com a nossa forma de olhar Obrigada pela visita.
ExcluirUm abraço
Anita
a
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