“É no lodo que o lótus finca raízes, é nas águas
turvas e pútridas que ele medra, irresistivelmente atraído por essa luz que ele
desconhece mas pressente e que o estica, o atrai, o levanta e o obriga a
elevar-se e que, de repente, ele encontra quando, ao chegar à superfície,
supera. Agora, glorioso, ele se abre, desabrocha; e cego, ofusca a todos com
seu indizível esplendor”.
-Frédérik Leboyer
Certa vez, o obstetra francês Frédérik Leboyer,
que já buscava formas de humanizar o parto desde a década de 1960, presenciou
uma cena tocante, em uma favela de Calcutá, na Índia: uma jovem mãe
paralítica massageando seu bebê com extremada dignidade, remetendo à beleza
daquela flor que cresce no lodo. Emocionado, o médico pediu para fotografá-la e
escreveu o poema acima.
Há
anos, logo que comecei a dar aulas de yoga, ainda no inesquecível Centro de Estudos de Yoga Narayana,
em São Paulo, fiz o curso de Shantala. A professora, já falecida, havia
aprendido a técnica na Índia, no início da década de 1970. Infelizmente, só me recordo de seu primeiro nome - Jocely, mas lhe serei sempre grata.
Mais
tarde, ainda em São Paulo, aplicamos (meu marido e eu) a massagem em nossos filhos (maravilhosa
sensação em nós e neles também, porque relaxaram e se entregaram ao sono dos justos). Depois, já em Varginha, acabei repassando a técnica para
algumas entidades, berçários e creches públicas, sempre sem
nenhum ganho financeiro, apenas na certeza de difundir aquela técnica maravilhosa e propiciar
àquele serzinho um toque amoroso, de intimidade e afeto, estreitando, ainda
mais, os vínculos sagrados entre pais e filhos. Valeu a pena!
Em
tempo, Shantala é o nome daquela jovem mãe indiana que massageava seu bebê~; é o nome da técnica e ainda do livro escrito
por Leboyer e publicado pela
Editora Ground em 1976: “Shantala – a arte de massagear com amor”.
Para
sempre Namastê Jocely, Namastê Shantala e Namastê Leboyer!
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