Atena, deusa grega da sabedoria |
Aos poucos, o conceito veio do campo metafísico para o humano e, cada vez mais, é usado aleatoriamente para nomear “famosos” que se destacam no mundo artístico ou esportivo. A mídia e as redes sociais são responsáveis pela maioria dos rótulos: reis, rainhas, príncipes e milhões de superlativos: o(a) mais isso, o(a) mais aquilo. Enquanto a galeria de "idolos" fica lotada, os "meros mortais" olham para eles como meta a ser alcançada e modelo a ser seguido.
Mas, se tais "ídolos-celebridades" são, muitas vezes, admirados pelo desempenho profissional, nem sempre o são pela forma de ser e agir. Lembram pavões que se acreditam maravilhosos, mas não olham os próprios pés.
Aliás, desde sempre fico impressionada com o "dom" da sociedade para eleger ídolos com pés de barro, cuja ação é totalmente inconsistente com o significado original do termo. A ação desses pseudo-ídolos está a anos-luz daquelas que, de fato, priorizam o bem, o outro, o social, o coletivo. A grande maioria só representa o modelo que o "sistema" considera "bem-sucedido", em termos de ascensão social, estilo de vida, aparência ou haveres, aliás nem sempre obtidos de forma correta. Com seus pensamentos, palavras e atitudes, a maioria envergonha a ética, a verdadeira solidariedade, o respeito e a empatia. Não importa se, de fato, acreditam ou foram levados a acreditar nisso pelo sistema que nos impõe seus valores tortos e fugazes. É preciso assumir a responsabilidade pelas próprias ações, qualquer que seja a posição que ocupamos no mundo.
Bom desempenho profissional é só o primeiro patamar. Essas figuras públicas (e não ídolos, com certeza) deveriam pensar duas vezes antes de agir ou expressar opiniões. Deveriam ter noção de sua influência sobre milhares de pessoas. O filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626) chegou a dividir os ídolos em quatro categorias para conscientizar o indivíduo de suas falsas crenças e concepções, mas pelo visto, as falsas crenças continuam causando muito estrago.
É preciso buscar o ídolo interno, aquele que jamais deixará o indivíduo na mão. É preciso buscar a própria essência divina escondida no fundo do coração. Mas, para quem não consegue viver sem "ídolos", aqui vai uma dica: se precisar mesmo e quiser alguém para admirar, verifique se, de fato, ele age em prol do bem comum, pensando no coletivo e no outro, acima de interesses próprios e mesquinhos e, sobretudo, quando está longe dos holofotes. Caso não seja assim, não se engane: eles não são ídolos, talvez sejam apenas bons profissionais na sua área de atuação, com excelente marketing por trás...
Referências
Excelente reflexão!
ResponderExcluirExcelente reflexão! Kênia Cor7
ResponderExcluirhahahah, adorei sua assinatura, Kênia... Obrigada, querida, beijos
ExcluirTrès bien!!!👏👏👏
ResponderExcluirMerci, ma chèrie...
ResponderExcluirAmei sua percepção diante dos "ídolos". Sua escrita é inteligente e tem muita sensibilidade. Gosto de ler.obrigada!!!!
ResponderExcluirObrigada, mas vc não deixou seu nome. Não sei quem é... mas obrigada por nos visitar, abraço
ExcluirProfessora, que texto ótimo! Começando pelo título. Perfeita imagem do texto! E retrata fielmente essa ilusão que alimenta (?) tantas mentes.
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