A Menina do Narizinho Arrebitado“, publicado em 1920, foi a publicação que deu origem aos livros da turminha do Sítio do Pica-pau Amarelo e narra as aventuras da menina no Reino das Águas Claras. O final desse livreto é diferente do livro grande, Reinações de Narizinho (sem spoiler), mas vale a pela comemorar e reler toda a coleção infantil do autor. Escrita por Monteiro Lobato (Taubaté - SP, 1882—São Paulo -SP, 1948), a série, ricamente ilustrada, teve
início em 1920 e terminou em 1947. A turma povoou a imaginação e a infância de
milhões de brasileiros.
As aventuras da turminha do Sítio do Pica-pau Amarelo também foram destacadas na TV em diferentes ocasiões: na TV Tupi (1952 a 1963), com adaptação de Tatiana Belinky e uma Emília representada pela inesquecível Lúcia Lambertini, depois, com outras adaptações na TV Cultura (1964), na Band (1967-1969), na Globo (1977-1986) e novamente na Globo (2001-2007), desta vez com Isabelle Drummond, como a espevitada e atrevida Emília. Sem dúvida, as séries atiçaram a vontade de conhecer os livros e muitos novos leitores surgiram a partir daí.
Para comemorar o centenário da ilustre personagem lobatiana, agora no início de dezembro foi realizado o seminário 100 anos de Narizinho (1920-2020). Sob a batuta de Cleo Monteiro Lobato, bisneta do escritor, Mari Salmonson, Sônia Travassos e Mônica Martins, o seminário reuniu vários nomes ligados, de alguma forma, ao universo de Monteiro Lobato: pesquisadores, professores, escritores, tradutores, ilustradores, artistas gráficos, leitores e contadores de histórias em mesas redondas e palestras em torno de temas como contexto, ilustrações, traduções, projetos literários ou escolares e a influência da obra de Monteiro Lobato em muitas gerações. A magia da obra lobatiana é o que uniu e une todos os participantes do evento, muitos dos quais foram introduzidos no prazer da leitura com seus livros. Além disso, quatro exposições virtuais estão disponíveis no link https://exposicoesvirtuais.com.br/: A gênese da Menina do Nariz Arrebitado; A menina do Narizinho Arrebitado; Narizinho pelo Olhar dos Brasileiros e Emília faz 100 anos.
Ícone da literatura infantil brasileira, Monteiro Lobato tem sua obra estudada em dezenas de trabalhos acadêmicos, além de ser tema de palestras, simpósios e seminários, como a II Jornada Monteiro Lobato, evento conjunto entre a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas-FFLCH, da Universidade de São Paulo e a FTSK da Universidade de Mainz, Johannes
Gutenberg, cuja proposta é divulgar e discutir questões afeitas à obra lobatiana. O mote da ação conjunta foi o interessante projeto pedagógico “Traduzindo Monteiro Lobato”, para
o alemão, proposto pelos professores do Departamento de Tradução/ Português da Universidade de Mainz, Alemanha, já em 2019. Os alunos da graduação e do mestrado traduziram o livro Reinações de Narizinho, em uma metodologia que previa tradução individual por capítulo, discussões em grupo e, ao menos, três revisões. Depois da última revisão, o livro deve ser impresso, provavelmente entre abril e maio de 2021. Sem dúvida, uma interessante
metodologia didática de teoria e prática do processo tradutório.
Referências
http://teledramaturgia.com.br/sitio-do-picapau-amarelo-tupi/
https://www.sescsp.org.br/online/artigo/9426_OS+ILUSTRADORES+DE+LOBATO
www.magno.design
https://narizinho100anos.com/
https://www.youtube.com/channel/UCNiH334YQslyClYxjkM0X8A>
https://www.youtube.com/watch?v=G5VM0Et15AU
https://linktr.ee/lobatocomvc
Sempre com temas interessantes.
ResponderExcluirParabéns, Anita!
Eneida.
Obrigada, querida. Monteiro Lobato é importante demais para deixar passar, né? Beijos
ExcluirParabéns. Sempre atual.
ResponderExcluirMarlene
Marlene, querida prima, obrigada por estar aqui. Beijos
ExcluirFui fã de Monteiro Lobato quando criança e tenho a coleção publicada em 1973 pela Brasiliense, herança de um primo. Acho que os netos vão adorar, abraço amiga
ResponderExcluirOi, Lígia, com certeza! A imaginação boa. Apareça sempre! Beijos
ResponderExcluirMuito bom Anitinha! Monteiro Lobato é um dos grandes Marcos da nossa literatura.Bebel
ResponderExcluirFez parte de minha infância. Lembro bem de Lucia Lambertini como Emília fazendo suas artes. E depois assisti as atualizações com Cyntia. Doces lembranças
ResponderExcluirPois é, é importante trazer Lobato de volta às crianças. A FTD e a Cia das Letrinhas fizeram edições lindas e atualizadas. Dê uma olhada, beijos
ExcluirNarizinho era minha ídala! Apesar da Emília ser ótima também. Bons tempos em que esperava anciosa por um novo lançamento da coleção. Parabens ,amiga.
ResponderExcluirIsto traz boas recordações da infância. Quando tinha entre nove e onze anos li quase tudo que Lobato escreveu para crianças. É certo que algumas obras perderam um pouco da atualidade, mas não o valor literário.
ResponderExcluirOlá, Marta, sim, o valor literário é inegável, ainda que algumas coisas possam ser contextualizadas pelos pais e professores. Obrigada por comentar. Volte sempre, abraços
ResponderExcluirE é isso, Anita! Apesar dessa pandemia, eterna é Narizinho e o mundo mágico de Lobato. E, sim, como você bem escreve, ainda está aí a universidade pública, que faz a diferença.
ResponderExcluirVerdade, a universidade pública é uma joia rara, acessível, solidária e que não pode jamais ser privatizada. É urgente defendê-la... abraços
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