quinta-feira, 10 de abril de 2025

Ecos Humanos | Sopa, sopinha, sopão

O outono chegou e esse friozinho, ainda discreto, já nos convida a tomar uma bela sopa à noite. Amo sopas. Conheço muita gente que também curte uma sopinha. E curte também os famosos sopões, aqueles restaurantes ou padarias que oferecem várias opções de sopa no inverno... Demais!  Dizem que sopas aquecem o corpo e a alma. Em uma 'gostosa' crônica, Rubem Alves chegou a dizer que sopas curam depressão...ou algo assim, se a memória não estiver me enganando. Não sei se chegaria a tal afirmação, mas de qualquer forma, sopas fazem um bem danado.

Para começar, são alimentos muito práticos. Vá lá! Você vai me dizer que sua avó cozinhava a carne durante horas para, só então, tirar o tutano do osso, deixar a carne quase dissolvendo, para então separar o caldo e começar a fazer a sopa propriamente dita – cortar legumes, refogar, deixar cozinhar, temperar, provar, temperar de novo e, depois, colocar um macarrãozinho.

Pode ser, porque cozinhar é uma arte, mas o processo também pode ser mais simples e tão gostoso quanto (ou quase), porque, convenhamos, sopas feitas por nossas avós ou mães, têm um ingrediente único - amor incondicional! Mas, nós meros mortais, podemos usar uma única panela e colocar ali todos os ingredientes: legumes, caldo de carne, temperos e água. Se for o caso, nem  é preciso refogar. Depois de cozidos os legumes e devidamente temperada a sopa, o toque final fica por conta do macarrãozinho. Ou não, se for uma sopa creme; ou sopa de fubá com muito alho e cebola para curar gripe; ou canja de galinha que leva frango e arroz para puérperas ou doentes em recuperação; ou caldo verde com batata e couve; ou caldo verde (em outra versão) com caldo de frango e espinafre batido, ou sopa de feijão... Ou seja, sopas são simples e democráticas, por definição. Aceitam vários ingredientes e a criatividade de qualquer cozinheiro.  

Agora, não sou muito fã de sopas geladas. O termo 'sopa' me remete a algo quente, mesmo no verão. Nada como uma boa sopinha, em temperatura média, no final do dia. Alimenta acalma, aquece e prepara para o sono. Pense bem, será que uma sopa de beterraba gelada, por mais chique que seja, vai aquecer sua alma? Acho difícil!

Enfim, dizem que gosto não se discute, mas escrever sobre nosso gosto individual pode, não? 

quinta-feira, 3 de abril de 2025

Ecos Humanos | Aniversários: por que celebrar?

Acho estranho (e triste, também) alguém não querer celebrar seu aniversário. Não, não estou falando em festas, bebidas, farra, “dia do nada” (que não existe mesmo). Nada disso. Estou falando de comemorar a vida, o estar vivo. Sim, o dia do aniversário é um dia como outro qualquer: você, acorda, toma banho, café, trabalha ou estuda, almoça, trabalha ou estuda de novo, pensa, aprende, ensina, volta para casa e descansa. 
Ou não! Pode ter que começar a segunda jornada (em casa), como tantas mulheres (e alguns homens) que preparam as refeições do dia seguinte, cuidam da casa, da família, dos filhos, dos pais, dos amigos e vizinhos adoentados... 
 
Sim, a rotina continua.
Até aí, sem dramas, é a história da vida de milhões, mas é importante lembrar que a Vida está lhe dando mais um presente, a oportunidade de fechar mais um ciclo e iniciar outro. Só faz aniversário quem está vivo, não? Você tem mais uma chance, melhor dizendo, mais 365 chances (teoricamente) de fazer melhor e é preciso agradecer por isso, pela nova chance de fazer melhor ou diferente.  
 
Com ou sem festa, com ou sem amigos, com ou sem brindes, com ou sem bolo, o que importa é celebrar o aniversário, o dia em que chegou a este mundo. O mundo está ruim? Vamos agir para transformá-lo, mas é preciso celebrar e agradecer o fato de estar vivo. O resto é resto, ou melhor, é lucro.