Além de um corpo técnico competente, interessado e disposto a atuar de forma eficaz para pensar e aplicar soluções para os problemas urbanos e de suas populações, já mencionei aqui a importância que curiosidade e discernimento têm para os gestores públicos. Afinal, como hoje mais de 80% da população brasileira vivem em cidades, é fundamental criar ambientes agradáveis para todos, o que inclui não só construir novas unidades habitacionais (sempre em déficit), mas também melhorar as já existentes, urbanizar locais mal estruturados, prestar assistência técnica à autoconstrução, providenciar mais e melhores serviços de saúde e educação, espaços públicos, segurança etc. Ou seja, nada além do que se espera de bons gestores públicos e bons profissionais. Bons no sentido mais amplo do termo.
Com muitos exemplos, a ideia pode ser adotada por qualquer prefeitura em rotatórias, calçadas, esquinas, canteiros centrais, parques, estacionamentos etc. Basta observar o caminho das águas da chuva e criar jardins em seu percurso ou direcioná-las para encher poços no chão.
A origem dos jardins de chuva remonta ao africano Zephaniah Phiri Maseko
(1927-2015), “o homem que plantava chuva”. Sua técnica bem-sucedida foi aprimorada e aplicada em vários lugares. Abaixo, o vídeo 1 (16 min.), “The Rainwater Harvester”, publicado em julho de 2013, está em inglês sem legenda, mas é de fácil
entendimento. Mostra a experiência de Phiri Maseko ao lidar com o solo semiárido
do Zimbábue e sua descoberta de como “plantar chuva” (rainwater harvesting - RWH), fazendo com que a água se fixasse no solo através
de mudanças de inclinação no terreno, construção de fossos, poços, caminhos e
plantio de várias espécies de plantas que absorvem a água (uma técnica chamada esponja viva). Maseko direcionava a água só com a ação da gravidade. Assim, ele recuperou o verde em sua área, ajudou os vizinhos a fazerem o mesmo, divulgou sua
técnica para o mundo através da ONG Zvishavane Water Project e recebeu homenagem especial da
National Geographic pelo seu trabalho criativo de ação local proteção ao meio
ambiente.
Leaves are called leaves because we are supposed to leave them! - Brad Lancaster
Uma frase bem criativa em inglês, mas sem essa graça quando traduzida. No contexto, poderia ser entendida assim: Deixe as folhas serem folhas, elas viram adubo!
Referências:
Imagens do livro:
Rainwater
Harvesting for Drylands and Beyond | https://www.harvestingrainwater.com/
Uau, que espetáculo! Vou ler mais sobre isto. Beijos , amiga. Parabéns pelo artigo.
ResponderExcluirOra, viva! Muito bom texto e ótima ideia! Gostei da tradução criativa do provérbio também! 😍 Beijo grande
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ResponderExcluirAhh, que maravilha, por um mundo com mais pessoas curiosas e criativas como Maseko e jardins de chuva.
ResponderExcluirGratidão pelo texto que nos faz vislumbrar um futuro mais ecológico, sustentável e possível para todos.
Parabéns amiga, vc arrasando em seus textos . E nos faz tão bem .Essa tem que ser uma ideia muito compartilhada com certeza . Muito bom 👏👏👏👏 bjs
ResponderExcluirSobre a questão das folhas caídas, sempre me incomodei com a varrição delas. Lá no clube que frequento, é uma atividade constante (e infrutífera). Melhor seria deixá-las no solo. É até mais bonito
ResponderExcluirÓtimo Anitinha!seu texto é muito bom nos faz imaginar como poderá ser melhor a vida dentro da ecologia e sustentabilidade para nós todos.Bebel
ResponderExcluirFantástico!
ResponderExcluirFiquei encantada desde o título: adoro chuva e adoro jardin. Jardins de chuva, me vem uma verdadeiro sonho em vida.
Que ideia genial!
Isso tem de ser disseminado para todos.
Ótimo, Anita!!!!
Que nobres ensinamentos nos legou o senhor Maseko!
ResponderExcluirObrigado por disseminá-los em seu blog, Anita
Só hoje consegui ter tempo para ler.
ResponderExcluirFiquei apaixonada pelos jardins de chuva.
Tornei-me sua fã e leitora.
Muito obrigada.
Oba, mas vc não deixou seu nome...obrigada e bem-vinda ao blog!
ExcluirParabéns Anita, ótima explanação, matéria digna de ser compartilhada hoje em comemoração ao dia Internacional do Meio Ambiente.
ResponderExcluirNapoleão