Que retrato doído de nossa sociedade, não? Que retrato doído da nossa civilização... Que espelho embaçado.... Como o espelho de Mia Couto (aqui) que mostra um pouco de como estamos, o que estamos, onde estamos, mas jamais como somos. Porque somos múltiplos, sim, mas sobretudo e infelizmente, somos míopes, mestres em nos fechar em bolhas, em dourar a nossa própria pílula, rotular o outro e usar superlativos, muitos superlativos – o melhor, o maior, o mais isso, o mais aquilo. Ninguém tem problemas, tristezas, dúvidas. Só certezas. As dúvidas são dos outros.
Seria esse o tal Complexo de Bailarina, da famosa Ciranda da Bailarina do álbum O Grande Circo Místico, de Edu Lobo e Chico Buarque? Todo mundo tem, só a bailarina é que não tem... Na imagem refletida, projetada por nossos medos e nossa arrogância, vemos semideuses poderosos, infalíveis e não a imagem real – arremedos de uma sociedade mesquinha, intolerante, individualista e preconceituosa, que não gosta de refletir sobre sua própria história.
Pura ilusão! Somos aprendizes, eternos aprendizes. Estamos aqui para aprender e aqui continuaremos até aprender as lições da solidariedade, da humildade e do amor. Por isso, só posso repetir a frase brilhante: ”Arre! Estou farto de semideuses! Onde há gente no mundo?".
Que texto ótimo, Anita! Precisamos imaginar que somos semi-deuses por que não suportamos ser humanos. Viver de ilusões é mais fácil! Vivemos num sonho! Pisoteamos os desiguais por que nos falta a consciência de nossa vulnerabilidade e da impermanência da vida. Não somos capazes nem de cogitar a possibilidade de que, quando estivermos velhos e frágeis, estaremos nas mãos, exatamente, daqueles que excluimos. São eles que cuidarão de nós! Dependeremos de sua compaixão. A não ser que ocorra uma morte súbita prematura! Ah, esqueci que Deuses são imortais!
ResponderExcluirOi, Lilian, você não assinou, mas imagino que seja você... Minha única pergunta é: quando será que vamos aprender? obrigada, querida, abraços
ExcluirExcelente texto, Anita!
ResponderExcluirViva a simplicidade do seu Dito, do seu Cido, do so Mane bambino,, do Chico Trepado, melhor queijo de Cajuru..gente simples que toca sua vida, produz o seu sustento, gosta de prosear e respeita quem pensa diferente.
ResponderExcluirÉ, infelizmente vivemos no mundo do faz-de-conta! Passamos a vida toda buscando o viver ideal e não vemos que ele está sempre na nossa frente! Quando iremos acordar????? Bjs, Anita!
ResponderExcluirMagnífico texto.
ResponderExcluirSim, o oculto debaixo dos nossos olhos. Egoísmo para esconder que somos pequenos.
Tantos problemas... necessidade de ver o outro, olhar o outro. Principalmente ser o coletivo. A compaixão.
Oi Anita. Isso mesmo. O velho pessoa.Estou farta de semideuses, de celebridades, de influencer. Da ignorância e cegueira que assola o país.
ResponderExcluirExato......parece que ninguém mais tem identidade própria .. e as pessoas têm que ficar copiando os que ditam a "moda" ...tô fora....
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