https://www.youtube.com/watch?v=YacrKDzDJo4 |
Apesar de me lembrar e de imaginar que você, caro leitor, também deve se lembrar, não vou citar aqui a famosa frase de Vinícius de Moraes que remete ao título desta postagem. Agora, não posso deixar de falar do Samba de Uma Nota Só (1959). Sem dúvida, é outra canção deliciosa da nossa MPB, mas depois de cantar e cantar e cantar, sempre perguntava aos meus botões: "uma nota só faz samba?" Nunca tive resposta, mas convenhamos, se fizer, só mesmo com alguém do nível de Tom Jobim e Newton Mendonça, seus autores...
Essa história de eu e eu sozinho, de uma andorinha só, do “eu, só eu e mais ninguém” não dá certo. Quando você declama num palco, dança uma coreografia, faz uma performance, atua ou toca um instrumento, você precisa do retorno do espectador, do ouvinte e da emoção do público: um músico precisa sentir que sua música toca os corações; um escritor, que seu livro atinge a sociedade; um professor, que seu aluno entendeu a mensagem; uma mãe, que seu filho compreendeu sua preocupação.
Ora, se a experiência não tem interlocução também não tem retorno, e o que resta é um gostinho amargo de vazio, de não valer a pena, de perda de tempo, porque o que vale é a troca e, nessa troca, a transformação de um e de outro. Professor e aluno se enriquecem mutuamente nessa troca. Já dizia Paulo Freire que "Ninguém é tão grande que não possa aprender, nem tão pequeno que não possa ensinar." Basta boa vontade e humildade dos dois lados. Essa troca nos faz mais fortes, mais humanos, mais tolerantes, mais ricos em conhecimento e conteúdo.
Vinda lá do meu baú, uma historinha chinesa retrata bem essa essa partilha. É assim: “Dois indivíduos caminham por uma estrada, cada um com um pão; se, ao se encontrarem, eles trocarem os pães, cada um vai embora com um. Porém, se dois caminham por uma estrada, cada um com uma ideia e, ao se encontrarem, trocam as ideias, cada um vai embora com duas.”
Sem receptor a mensagem se perde no ar.
ResponderExcluirQue delícia de texto… tem melodia… um cantarolar lindo… obrigada . Bjs IsaRe
ResponderExcluirAnira, gostei muito do seu texto. Simples, objetivo, completo. Agora, falar de música é algo especial, né?!?!? E especialmente quando o foco está na música de qualidade - Tom Jobim, para começar!
ResponderExcluirQue bom vê -lo por aqui, Aruam... Apareça! Abração.....
ExcluirSempre muito bom ler seu blog. Parabéns!
ResponderExcluirSei sempre attenta e precisa nei tuoi testi e sono d'accordo se non c'è un feedbech tra le persone non esiste nulla.Un grande abbraccio.
ResponderExcluirVeri, Tonino....e lê personne, noite, non possamos dimenticare questo.. grazie e um abbraccio
ExcluirSequer existiríamos se não fossemos voz a ser reconhecida. ( Lilian Conde)
ResponderExcluirMuito bom! Bem completo! Bebel
ResponderExcluirFormidavel exemplo de união exitosa
ResponderExcluirAdorei a história dos dois chineses! Fiz Biodança durante bastante tempo e fiz na prática essa roda e a poética do encontro. Parabéns, Anita, por mais um texto! Abs
ResponderExcluirValquíria, hj faço dança circular. Já escrevi sobre isso aqui no blog. A poética do encontro é necessária. Abraços e obrigada
ExcluirParabéns Anita , mais um belo texto - da nota só a historinha chinesa. Com certeza o fazer sozinho não tem muita graça !
ResponderExcluirComo sempre, Anita nos surpreende com seus textos envolventes. Bjs. Saudades de um bom papo. Qualquer hora irei a Varginha.
ResponderExcluirOba, mas QUEM virá? Vc não deixou seu nome... Beijos
Excluir