sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

Ecos Culturais | Azeites & Cia

A milenar oliveira. Divulgação
Oliveiras (Olea europaea) são árvores milenares, cujo cultivo data de mais de seis mil anos e, conforme indicam as pesquisas, parece ter sido iniciado na Ásia Menor em terras sírias, palestinas, iranianas, cipriotas e, depois, ao redor do Mediterrâneo. Dali, com os gregos, romanos, portugueses e espanhóis, as mudas foram transportadas, replantadas e cultivadas. De seus frutos, produzia-se o azeite, com usos além da culinária, pois era empregado ainda como combustível e em medicamentos.

Quem nos conta a bela história desse antiquíssimo alimento é Marcelo Scofano que assina a autoria do livro Azeite de Oliva, ancestralidade e novo alimento, junto com Brígida Jimenez, especialista espanhola em azeites.  No livro, lançado pela editora Senac-RJ no final de 2023, os autores falam ainda do curto intervalo de plantio na época do Brasil colônia, logo suspenso pela coroa portuguesa para evitar a concorrência. Novas tentativas só foram feitas no final do século XX. Relembram a primeira extração brasileira de azeite, no município de Maria da Fé, Sul de Minas e, a partir daí, outras plantações, novas extrações e técnicas, e, aos poucos, o azeite passou a ser uma importante cultura. Ainda derrubam mitos, explicam os fatores que influenciam a qualidade do azeite e os atributos de um bom azeite. Receitas especiais de alguns chefs fecham o belo volume.

Foto: Anita Di Marco
Foto: Anita Di Marco
Hoje, a produção de azeite vem crescendo por aqui, a maioria no Sul do país, mas também em Minas, Espírito Santo e São Paulo (como no município de Cunha), sempre pesquisando e desenvolvendo técnicas de plantio, colheita e extração. O fato é que, como dizem os estudiosos, não aprendemos o que é um bom azeite e, desde crianças, nos acostumamos com o paladar de produtos importados, envasados aqui ou não. Para isso, nos últimos tempos tem havido todo um esforço no sentido de educar o paladar do brasileiro para o consumo de azeites frescos, de safra sempre atual. Mas a produção brasileira ainda é pequena, embora o objetivo seja ampliá-la cada vez mais.
 
Foto: Anita Di Marco
Marcelo Scofano. Foto: Anita Di Marco
Em meados de janeiro de 2025, o livro foi relançado em Cunha no Sempre Olivas, empreendimento que, para enfatizar e ampliar o campo de estudos da olivicultura no país, une três espaços: um parque das oliveiras, a casa do azeite (o lagar) e um bar de azeites. A proposta é apresentar e educar o consumidor para a variedade dos azeites e seus perfis sensoriais distintos. Lá, são feitas sessões de degustação, servidos pratos especiais com azeites de qualidade, todos brasileiros, e eventos afins como aulas especializadas, demonstração de novos produtos e o lançamento de livros, como o de Jimezez e Scofano.

Então, vida longa a esse produto milenar, já que, como dizem os autores, “azeitar” é preciso!

Referências

https://olivapedia.com/a-origem-da-cultura-das-oliveiras/

https://www.rj.senac.br/editora/livros/gastronomia/azeite-de-oliva-ancestralidade-e-novo-alimento

https://sempreolivas.com.br/

2 comentários:

  1. Bom texto! O azeite é realmente de longa e longa data.No sul de Minas temos azeite premiado.O azeite é uma delícia para sentirmos no nosso paladar.Bel

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  2. Ah... A antiguidade desse gosto!.. Não abro mão desse gosto! Sim, temos de preservar as oliveiras lindas!

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