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A milenar oliveira. Divulgação |
Oliveiras (Olea
europaea) são árvores milenares, cujo cultivo data de
mais de seis mil anos e, conforme indicam as pesquisas, parece ter sido iniciado na Ásia Menor em terras sírias, palestinas, iranianas, cipriotas e, depois, ao
redor do Mediterrâneo. Dali, com os gregos, romanos, portugueses e espanhóis,
as mudas foram transportadas, replantadas e cultivadas. De seus
frutos, produzia-se o azeite, com usos além da culinária,
pois era empregado ainda como combustível e em medicamentos.
Quem nos conta a
bela história desse antiquíssimo alimento é Marcelo Scofano que assina a autoria
do livro Azeite de Oliva, ancestralidade e novo alimento, junto com Brígida
Jimenez, especialista espanhola em azeites. No livro, lançado pela editora Senac-RJ no final de 2023, os autores falam
ainda do curto intervalo de plantio na época do Brasil colônia, logo suspenso pela coroa
portuguesa para evitar a concorrência. Novas tentativas só foram feitas no final do século XX. Relembram a primeira extração brasileira de azeite,
no município de Maria da Fé, Sul de Minas e, a partir daí, outras
plantações, novas extrações e técnicas, e, aos poucos, o azeite passou a ser uma importante cultura. Ainda derrubam mitos, explicam os fatores que
influenciam a qualidade do azeite e os atributos de um bom azeite.
Receitas especiais de alguns chefs fecham o belo volume.
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Foto: Anita Di Marco |
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Foto: Anita Di Marco |
Hoje, a produção
de azeite vem crescendo por aqui, a maioria no Sul do país, mas também em Minas,
Espírito Santo e São Paulo (como no município de Cunha), sempre pesquisando e desenvolvendo técnicas
de plantio, colheita e extração. O fato é que, como dizem os
estudiosos, não aprendemos o que é um bom azeite e, desde crianças, nos acostumamos
com o paladar de produtos importados, envasados aqui ou não. Para isso, nos últimos tempos tem
havido todo um esforço no sentido de educar o paladar do brasileiro para o
consumo de azeites frescos, de safra sempre atual. Mas a produção brasileira ainda é
pequena, embora o objetivo seja ampliá-la cada vez mais.
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Foto: Anita Di Marco |
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Marcelo Scofano. Foto: Anita Di Marco |
Em meados de janeiro de 2025, o livro foi relançado em Cunha no Sempre Olivas, empreendimento que, para enfatizar e ampliar o campo de estudos da olivicultura no país, une
três espaços: um parque das oliveiras, a casa do azeite (o lagar) e um bar de
azeites. A proposta é apresentar e educar o consumidor para a variedade dos
azeites e seus perfis sensoriais distintos. Lá, são feitas sessões de degustação,
servidos pratos especiais com azeites de qualidade, todos brasileiros, e
eventos afins como aulas especializadas, demonstração de novos produtos e o
lançamento de livros, como o de Jimezez e Scofano.
Então, vida longa
a esse produto milenar, já que, como dizem os autores, “azeitar” é preciso!
Referências
https://olivapedia.com/a-origem-da-cultura-das-oliveiras/
https://www.rj.senac.br/editora/livros/gastronomia/azeite-de-oliva-ancestralidade-e-novo-alimento
https://sempreolivas.com.br/
Bom texto! O azeite é realmente de longa e longa data.No sul de Minas temos azeite premiado.O azeite é uma delícia para sentirmos no nosso paladar.Bel
ResponderExcluirAh... A antiguidade desse gosto!.. Não abro mão desse gosto! Sim, temos de preservar as oliveiras lindas!
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