Coletivo
Zaha das Faculdades de Arquitetura e Urbanismo, e de Design do Mackenzie.
Imagem: https://www.facebook.com/coletivozaha
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Terceiro
milênio, certo? Certo.
As
mulheres começaram a votar na década de 1930, certo? Certo.
Estes são
tempos de velocidade de informação e de tecnologia de ponta, certo? Certo.
Moral e
ética deveriam acompanhar essa evolução tecnológica, certo? Certíssimo.
Atitudes
machistas caíram em desuso e mulheres e outras minorias são respeitadas, certo?
Errado. Erradíssimo.
Tais atitudes deveriam estar fora de moda há muito, mas muito tempo mesmo.
Infelizmente, estão se fazendo cada vez mais presentes nos tempos que correm.
Tristes tempos, tristes trópicos, como disse Claude Lévy-Strauss.
A cada
dia fico mais perplexa com o que vejo e, mais ainda, nos locais e ambientes em
que isso acontece. O último lugar a me deixar pasma mesmo, de queixo caído
(aliás, se as coisas continuarem como estão, daqui a alguns dias não mais
conseguirei fechar minha boca), foi a Faculdade de Arquitetura do Mackenzie, em
São Paulo.
Como
mulher, como arquiteta e como mãe, fiquei absolutamente envergonhada, enojada e
indignada (mais ainda, porque já ando meio cabisbaixa com alguns descaminhos e
situações do país)... com comentários machistas feitos por alguns professores
às alunas daquela faculdade.
Não
consigo deixar de deplorar a atitude daqueles professores que maculam esta
classe de profissionais indispensáveis à nossa formação, à nossa
vida. Respeito é o mínimo que se espera de alguém cujo papel é nos
orientar, nos supervisionar nos trabalhos acadêmicos e, por que não, servir de
modelo. Conheço vários professores e professoras maravilhosas, que,
efetivamente, servem de modelo. Eles e elas sabem que o são.
Como
reação a esses comentários, surgiu o Coletivo
Zaha (veja o motivo da escolha do nome aqui, em homenagem à arquiteta, designer, artista
e mulher Zaha Hadid). O grupo reuniu as declarações machistas e
espalhou cartazes com essas frases pelo prédio da universidade, com a hashtag #esseémeu
professor.
Surreal, certo? Tristes tempos estes nossos.
A coragem
dessas jovens mulheres honra outras que, em todos os tempos, lutaram e lutam pelos
direitos de todas as mulheres; oxalá o grupo empreste sua coragem a outras
ações afirmativas dos direitos das minorias; oxalá suas ações sejam imitados
por todo o Brasil.
Parabéns,
garotas, pela iniciativa e pela garra. Que seu ânimo de lutar pela justiça e pela verdade não esmoreça...Tenho o maior orgulho de ser arquiteta e
estar do seu lado do muro...
Parabéns, amiga. Sua luta é gloriosa. Bjs
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