Enchentes no RS, 2024. Divulgação |
Sem choro nem vela (Carlos Sá*)
“Terra és o mais bonito dos planetas, estão te maltratando por dinheiro, tu que és a nave nossa irmã” (O sal da Terra - Beto Guedes e Ronaldo Bastos).
Num antigo artigo que escrevi para O Nosso, há mais de dez anos, eu dizia que as mudanças climáticas vieram pra ficar. Agora, diante dos eventos que vemos e vimos acompanhando, posso dizer que além de se tornarem coisas corriqueiras no nosso dia a dia, elas deverão se intensificar.
Escrevo essas linhas enquanto todos acompanhamos, pela TV, a tragédia que se abate sobre o Rio Grande do Sul, um estado que, há pouco tempo, experimentou secas fora do padrão usual e agora está literalmente debaixo d’água.
Como diz uma velha e sábia tia, Deus perdoa sempre; o ser humano, às vezes; mas a Natureza, nunca. Nesses tempos estamos experimentando a conta que está sendo cobrada pelo nosso desrespeito e arrogância em nos acharmos donos do planeta, não respeitando suas leis e seu destino.
Por isso, diante desses tempos devemos começar a nos adaptar aos dias que virão, com muita sabedoria e calma, procurando mostrar, aos que ainda duvidam dessas mudanças, que o tempo da cobrança já chegou e vai continuar. Quem não aprende por bem, por mal aprenderá. Essa é a lei e contra ela não tem choro nem vela.
*Carlos Sá é jornalista e colaborador do boletim O Nosso, da Fraternidade Eclética Espiritualista Universal (FEEU), Brasília. (E-mail: carlitos.way@uol.com.br)
Jardins de chuva. Divulgação |
No entanto, sempre há algo que podemos fazer, como indivíduos, como sociedade e como poder público, sobretudo no nível local: priorizar o ser humano e o coletivo, ajudar, informar-se nos lugares certos, aprender, modificar hábitos e atitudes cotidianas, alterar a legislação, parar o desmatamento, respeitar as leis ambientais, criar sistemas sustentáveis para escoamento e reaproveitamento das águas pluviais, utilizar pisos drenantes, diminuir a impermeabilização das cidades e das nossas casas, reabrir córregos canalizados, criar corredores verdes, parques lineares, cidades-esponja, parques alagáveis, jardins de chuva, enfim, respeitar a mãe Terra.
Referências
Ghisleni, Camilla. "Enchentes no Rio Grande do Sul: a tragédia das cidades não resilientes". 13 Mai 2024. ArchDaily Brasil. Disponível em <https://www.archdaily.com.br/br/1016391/enchentes-no-sul-do-brasil-a-tragedia-das-cidades-nao-resilientes>. Acessado 14 Mai 2024. ISSN 0719-8906
https://anitadimarco.blogspot.com/2021/05/ecos-urbanos-jardins-de-chuva.html
https://www.archdaily.com.br/br/985555/parque-rachel-de-queiroz-architectus-s-s
https://www.archdaily.com.br/br/991236/parque-linear-do-corrego-grande-ja8-arquitetura-viva
https://www.feeu.org/jornalonosso/categories/palavra-do-mestre