Antes de falar mal de quem quer que seja, tente
colocar-se no lugar do outro; e se
não puder falar bem de alguém, melhor nada dizer...
Lembre-se sempre de que quem
ama não vê defeitos...Quem odeia não vê
qualidades... O amigo, no entanto, vê as duas
coisas....
A tolerância e a
sabedoria nos impelem a ver no outro uma parte de nós mesmos. Antes de falar,
questione-se e observe se suas palavras serão melhores do que o silêncio.
"In the depth of winter, I finally learnedthere was
inside me an invincible summer."
Albert Camus. Imagem:www.albertcamus.com.br
Albert
Camus (se lê Cami) é bastante
conhecido, sobretudo por dois de seus livros, O Estrangeiro e A Peste. No
entanto, algumas de suas frases estão há tempos coladas no meu mural, acima da
tela do computador. Uma delas é a frase acima, significativa em qualquer
momento de nossas vidas.
No mais frio inverno, descobri, por fim, que dentro de mim havia um
verão invencível.
— Albert
Camus (1913-1960).
O
escritor, dramaturgo e jornalista argelino, Albert Camus, formou-se em filosofia
pela Universidade de Argel, na Argélia, então colônia francesa e alvo de um sol
abrasador.Prosseguiu seus estudos até o doutorado, quando defendeu uma tese sobre Santo
Agostinho. Guerra, fome, pobreza e tuberculose marcariam sua vida. Passa a viver em Paris durante a Segunda Guerra, com o apoio da Editora Gallimard e de Jean Paul Sartre. Faz jornalismo engajado e combativo
contra a Alemanha nazista através do jornal clandestino Combat. Alia-se à Resistência Francesa
e ao círculo de intelectuais daquele país, nas décadas de 1940 e 50.
Sua obra O Estrangeiro
(1942), que recebeu crítica elogiosa de Sartre, aborda o conceito de absurdo e narra a história de um protagonista que vive apenas o presente, sem conexão com o passado
ou o futuro. A Peste (1947) trata dos males da Segunda Grande Guerra. Cheio
de conflitos internos, deixa o jornal e vive um período conturbado em sua
amizade com Sartre. Visita o Brasil, em 1949, registrando suas impressões em uma coletânea lançada no Brasil
com o nome “Diário de Viagem”.
Em 1957, recebe o Prêmio Nobel de Literatura por suaobra "notável num sentido idealista". Muitos consideravam Camus um filósofo
existencialista, como o próprio Sartre, que assim o qualificava pelas suas teorias
originais sobre o ser. No entanto, Camus se dizia apenas um escritor sobre sua realidade de país pobre e colonizado e, depois, sobre a França.
Logo após começar a esboçar o livro O Primeiro Homem, inspirado em sua vida, morre em trágico acidente de automóvel, aos 46 anos.
Quando a gente passa um tempo fora de nosso país, a
música brasileira é uma grande companheira. Um cantor que me fez companhia com
suas músicas alegres e espirituosas e que trazia alegria ao meu coração,
durante minha permanência em Roma, é Moraes Moreira (1947). Naquela época, início dos anos 1980, não
dispúnhamos da tecnologia digital, muito menos internet, e-mail, WhatsApp ou Facebook. No dia a dia, nas faculdades,
especializações e cursos de pós (mestrado e doutorado), a pesquisa era direta em livros, dissertações, teses, relatórios.
As fotografias eram feitas com máquinas Pentax,
Nikon, Yashica ou Canon, com a lente normal, a grande angular e zoom, com
filtros especiais, polarizadores e filmes Kodak ou Fuji. Escolhíamos os filmes
de acordo com a luz que queríamos ou de que dispúnhamos, ou seja, de acordo com
a ASA (quantidade de luz necessária para provocar uma determinada exposição).
Assim, escolhíamos entre filmes com Asa 800, 400, 200 e 100 – quanto maior o
número, menor a quantidade de luz necessária. Era uma matemática
simples, que aprendíamos na teoria e na prática. Aliás,
durante o tempo em que fiquei lá, tirei quase cinco mil fotos em ‘slides’, uma
boa quantia de fotos em P&B e quase nada de fotos coloridas. Ah, não,
por favor, não digam nada, já fiz mea culpa.... Felizmente, boa parte
deles foi, gentilmente, digitalizada pela detalhista cunhada Tidi, mas outros
tantos slides acabaram se perdendo...
Enfim, naquela época, não havia a facilidade de se
comunicar como hoje, não havia a comunicação instantânea de
hoje. Nós nos comunicávamos com a família e com os amigos daqui do Brasil, por carta,
telegrama, cartão postal ou um telefonema a cada 15 dias... Sim, senhor, a cada
15 dias, porque éramos estudantes (ainda que de pós-graduação) e o
dinheiro era curto para o custo das ligações.
As aulas, seminários, o contato com a
maioria dos colegas e professores era feito em inglês; o italiano era usado no dia a dia
da escola, corredores, cantina e no mercado, no ônibus, nos passeios. Na casa das três brasileiras (Fernanda, Mariângela e eu), falávamos em português e ouvíamos muita
música italiana e também brasileira para matar um pouco a saudade da nossa língua,
nosso ritmo, nossa cultura e nossa alegria...
Um dos artistas que mais ouvíamos era Moraes Moreira,
em especial, ‘Pelas Capitais’, música dele em parceria com Jorge Mautner, de 1979.
A fita cassete (sim, era fita cassete) ficou gasta, mas mesmo assim, tive que
deixá-la para os amigos de lá. Ouvíamos essa música aos montes, repetidas vezes.
Era uma forma de lembrar, cantar e dançar as cores e os sons do meu país. A
música foi sucesso lá e cá. Além disso, explorava de maneira muitíssimo
criativa o abecedário e a geografia. Era didática e divertida, os amigos de lá aprendiam o nome das capitais daqui. Aliás, amigos daqui, de lá e de acolá adoravam, cantavam e dançavam.
Como é
claro até para o ‘mundo mineral’ (tomando emprestado o brilhante mote do
jornalista Mino Carta), adoro jogos que trabalhem com o alfabeto, como o Stop,
por exemplo, porque estimulam nossas sinapses, previnem problemas de
memória, facilitam o aprendizado e a fixação das informações, em geral. A
propósito, vejam dois posts: meu perfil ABC (aqui) e sobre a tradução de O Dicionário dos Alfazetes
(Os Alfazetes ).
Com vocês, Moraes Moreira e sua obra Pelas Capitais...montes de criatividade
ambulante e ritmo dançante, numa combinação deliciosa.
Em
tempo: hoje, 13 abril 2020, acabo de saber da morte de Moraes Moreira.
Obrigada pelos alegres momentos que vivi ouvindo suas canções.