Um ato tão elementar como caminhar, infelizmente, parece ter virado atividade de risco nas
nossas cidades e por vários motivos: velocidade excessiva de veículos, em geral; motoristas e motociclistas que desrespeitam as faixas de pedestres e a sinalização viária; pedestres atravessando fora das faixas; veículos estacionados em locais impróprios; qualidade duvidosa dos pisos e por aí vai.
Bom, isso só para falar de ruas e avenidas. Nos espaços públicos, praças e calçadas ainda é possível caminhar com certa tranquilidade, certo? Errado. No mais das vezes, as calçadas por exemplo, quando existem, estão arrebentadas, sem calçamento e sem manutenção, com saliências, degraus e inclinações absurdas, com lixeiras, postes de sinalização, placas e outros objetos estranhos (copos, garrafas, tampinhas, papéis, vidro, sacos e copos plásticos etc). Parece brincadeira, mas não é. É só dar uma volta a pé pelas cidades e contar os obstáculos, dificultando a acessibilidade e a mobilidade do cidadão.
Bom, isso só para falar de ruas e avenidas. Nos espaços públicos, praças e calçadas ainda é possível caminhar com certa tranquilidade, certo? Errado. No mais das vezes, as calçadas por exemplo, quando existem, estão arrebentadas, sem calçamento e sem manutenção, com saliências, degraus e inclinações absurdas, com lixeiras, postes de sinalização, placas e outros objetos estranhos (copos, garrafas, tampinhas, papéis, vidro, sacos e copos plásticos etc). Parece brincadeira, mas não é. É só dar uma volta a pé pelas cidades e contar os obstáculos, dificultando a acessibilidade e a mobilidade do cidadão.
Calçadas, Sevilha. Foto: Anita Di Marco |
Quer um exemplo simples? Calçadas, de novo. Um piso padronizado garante aquela sensação de continuidade e amplidão que todos apreciam. Em lugares assim, percebe-se algo que acalma e acaricia a alma: o cidadão se sente acolhido, respeitado e convidado a caminhar. A razão é dada pelo piso, mas também pelo mobiliário urbano, iluminação e cuidado das autoridades com o espaço público. Afinal, padronização das calçadas e readequação da sinalização e do mobiliário urbano são estratégias fáceis de colocar em prática e essenciais para essa sensação.
Hoje, com o adensamento urbano e a intensa ocupação do solo, soluções sustentáveis estão cada vez mais em alta para garantir uma maior qualidade de vida. E tudo é uma questão de projeto, mas... como anda o projeto de nossos espaços públicos? Em termos de pisos, por exemplo, há os antiderrapantes, porosos e de concreto permeável, portanto, feitos para corrigir, de certa forma, a impermeabilização do solo urbano, diminuindo o rápido acúmulo de água na superfície do piso. São soluções com impacto ambiental positivo: não vão reter água de chuva e funcionam como parte inicial do sistema de drenagem de águas. E, mais, são regulares, facilitam o caminhar das pessoas e trazem a tal sensação de amplidão.
Aveiro, Portugal. Foto: Anita Di Marco |
Referências:
https://anitadimarco.blogspot.com/2016/05/reflexao-urbanistica-cidade-minha-cidade.html
Anita, as calçadas de Portugal são lindas. Mas já levei alguns tombos naquelas pedras do "piso português", até quando não estava chovendo... Para gente da terceira idade como nós, recomendo apreciar os calçamentos com muito vagar, pela beleza, e pela segurança...
ResponderExcluirSim, são lindíssimas; nunca caí, mas cheguei a escorregar naquelas que têm calçamento tipo pé de moleque, como em Coimbra. Mas andei numa boa nas de mosaico português. Mas as outras fotos mostram Sevilha e aí, sim, com grandes áreas e pisos regulares. Muito melhor, né? Beijo e obrigada por aparecer. Volte sempre.
ExcluirAnita,minha capital Goiânia é tão bonita quando ficamos com os olhos para o alto.O contracenso acontece quando baixamos os olhos para o chão. As calçadas são uma desolação! E escondem perigos imagináveis. De que adianta colocar flor na praça e pintar a guia se o caminho é infame!O dinheiro se vai em altíssimos impostos e trabalho por fazer. Olho com tristeza e raiva o total descaso pelo público. Por tudo aquilo que pertence ao povo.
ResponderExcluirOI Valéria, sim, é verdade... o descaso é muito grande... Enquanto não priorizarmos a educação e vivermos isso, nada muda... obrigada, querida. volte sempre, um beijo
ExcluirAnita
Muito bom! Tantas quedas, tantos acidentes poderiam ser evitados se o calçamento fosse bem conservado...! Imagine quantos idosos não deixam de sair de casa por medo de cair na rua? Com esses pisos horriveis a qualidade de vida diminui para todos, mesmo para quem não cai. Aqueles que não caem é porque evitam sair :(
ResponderExcluirSim, Telma, exatamente. aí as pessoas viajam e amam as grandes calçadas, os pisos seguros, as praças bem cuidadas.... Não seria óbvio fazer isso aqui? Mas parece que o cidadão comum não tem merecido o menor respeito dos nossos governantes...
ResponderExcluirobrigada, querida! Apareça sempre, bjs
Essa reflexão que você propôs, Anita, vale tanto a pena se dedicar. Passeios, para nós mineiros (rs), é aquela parte do terreno feita e dedicada ao outro, seja quem for, conhecido ou não, criança ou idoso, com ou sem restrições de mobilidade. Será que a situação nas calçadas não só uma exteriorização do cuidado que temos dedicado ao próximo?
ResponderExcluirPois é, meu amigo. É uma falta de respeito, de consideração, é um egoísmo tamanho, que, realmente, não sei onde vamos parar... Ainda bem que há pessoas lúcidas. Obrigada pela participação. Abs
ExcluirAnita