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Foto: Anita Di Marco
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O olhar acostumado, a forma de olhar, a educação do
olhar, o olhar do poeta, o olhar do místico, do menino, da criança, do velho.
Tudo isso já foi tema de minhas crônicas aqui no blog Anita Plural.
Retomo agora algumas falas sobre o olhar:
Para Rubem
Alves o ato de ver não é natural, precisa ser aprendido e a primeira função do
educador é ensinar a ver. Por isso, diz ele, temos que desenvolver olhos de
poeta, porque os poetas ensinam a ver.
Alberto Caieiro diz que aprendeu a
olhar com um menino que caiu do céu: “A mim, ensinou-me tudo. Ensinou-me a
olhar para as coisas..."
O amigo Frederico Azze fala da necessidade
de educar o olhar, para ver tudo com olhos de encantamento. Ou seja,
de novo e sempre, o segredo dos poetas não está no que é observado,
mas no olhar que observa.
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Foto: Vanessa CTReis
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O olhar também foi título da exposição de fotos que Vanessa CTReis e eu fizemos
em maio 2011, por ocasião da reabertura do Teatro Capitólio: O que não se percebe: um novo olhar sobre o teatro Capitólio... e
sobre a cidade. Afinal, a cidade, nossa casa maior e o cenário onde a vida humana se desenrola, é configurada pelos espaços públicos e edificações que
emolduram a vida cotidiana. Memórias, lembranças e fatos estão associados a
algum lugar e nem sempre, essa associação é consciente. Mas vivemos como se
flutuássemos, como se não percebêssemos o mundo físico e real à nossa volta. É
aí que espaço, tempo e ação se misturam. Não mais percebemos os detalhes. E,
sobretudo, em tempos de distopia, o modo de olhar, o saber ver, faz toda a
diferença.
Na mesma
época, tínhamos outro sonho, um projeto que agora, dez anos depois, virou
realidade pelas mãos da editora carioca Rio Books. Acaba de ser publicado o livro Saber
ver: Teatro Capitólio, patrimônio cultural. A publicação vem resgatar e
registrar um capítulo da história desse belo edifício e da cidade, ou seja, a
nossa história.
[...] Então, arquitetura e fotografia deram-se as mãos
para apostar na transformação do olhar a partir da releitura do edifício[...]. Um circuito
que liga objeto arquitetônico, olhar, memória e cidade. (Do texto de abertura da exposição).
Além da editora da Rio Books (Denise Corrêa), da amiga e arquiteta Ruth Verde Zein (que fez a apresentação do livro) e das autoras, o lançamento (virtual) reuniu amigos de vários
cantos e áreas: artistas, professores, músicos, historiadores, tradutores e arquitetos. Foi muito especial!
Vida longa ao Teatro Capitólio de Varginha! Que
novos olhares surjam abertos, afetuosos e inclusivos para que as nossas cidades
sejam realmente mais justas, seguras, acolhedoras e democráticas.
Livro: Saber Ver: Teatro Capitólio, patrimônio cultural. Fotografia autoral.
Anita Di Marco e Vanessa CTReis. Rio de Janeiro: Rio Books, 2021.
https://www.riobooks.com.br/
Que lindo Anita você é a Vanessa sao espertas inteligente adorei parabéns
ResponderExcluirObrigada, Maria Rita, a cidade e de todos, né? Temos, todos nós, de cuidar dela ...abs
ExcluirParabéns às autoras!!! Muito orgulho de você, Anita!!
ResponderExcluirObrigada, querida, a recíproca é verdadeira. Não desapareça! Bjs
ExcluirOlhar com pressa algo é como ler e não entender nada do que foi escrito. O fato é que vivemos tempos de pressa. Geralmente pra depois cair no vazio e no futil que o mundo esta virando.
ResponderExcluirBelo texto que nos da um toque precioso.
bjs.
Carlos SA
Olhos de encantamento são olhos da alma. Alma que transborda o nosso eu
ResponderExcluirBoa tarde, Anita, parabéns pelo lançamento. A você e aos seus, um Natal muito feliz. Grande abraço!...
ResponderExcluirMuito obrigada, Marta. Você sabe como se batalha nessa área. Não? Feliz Natal e um grande abraço!
ExcluirCom certeza, Anita, seu olhar é muito especial! Parabéns!!!
ResponderExcluirParabéns para vocês! O lance do ver e olhar é algo em que sempre penso...
ResponderExcluirPuxa vida!!!!!! Parabéns à você e todos que participaram desse projeto. Gratidão pela generosidade do olhar. É disso que precisamos e que está tão em falta nos dias de hoje.
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