Com o tempo, outras substâncias foram acrescentadas a esse maravilhoso material da mãe Natureza. Com isso, o processo foi se aperfeiçoando e surgiu a cerâmica (do grego kéramos - terra ou argila queimada), produzida a partir de
métodos cada vez mais sofisticados, mas sem dispensar a argila, os fornos e a
mão humana. Gradualmente, a cerâmica atingiu o patamar
de obra de arte, como mostram, por exemplo, os ceramistas da cidade paulista de Cunha,
cidade na qual os eventos de abertura dos fornos dão um significado
todo especial a essa antiquíssima arte. Nessa estância climática o mais utilizado é o Noborigama, série de fornos escalonados nos quais o calor vai subindo, e a temperatura aumentando, conforme o nível do forno - do mais baixo ao mais alto.
Peças de cerâmica de Cunha, SP. Foto: Anita Di Marco |
Claro, admirar é para todos, mas produzir arte é para poucos, já que nem todos são hábeis para criar belos objetos ou esculturas de barro. Mas levante a mão quem nunca pegou um pedaço de barro, amassou, umedeceu, tornou a amassar e esculpiu seja o que for – um cavalinho, uma flor, uma mesinha. Eu me lembro de ter feito isso, muitas e muitas vezes, ora sozinha, ora com minha irmã, ora com os primos nos fundos da velha casa onde morávamos, naquele imenso (aos olhos infantis) quintal de onde tirávamos o barro.
Não sei se, hoje em dia, as crianças brincam de modelar com barro, porque a sensação no manuseio da argila, sentindo a textura, a temperatura e suavidade do material (e do produto final) é incomparável. Nada contra, mas também nada a ver com aquelas massinhas comercializadas em potinhos coloridos. E, embora nunca tenhamos feito mais do que brincar, admiro e tenho o maior respeito por aqueles que vivem dessa arte, passando-a de geração em geração....
Museus de Cerâmica, no mundo todo, mostram essas
preciosidades que vão de milenares peças arqueológicas, objetos indígenas de todas as
épocas à mais delicada peça de cerâmica. Aproveite para ler a reportagem Cerâmica de Barro é tradição que cria laços no Brasil sobre três brasileiras (do Amapá, de Alagoas e da Bahia) que passaram a vida trabalhando o barro e se encontraram, no final de abril, no SESC-São Paulo para contar sua história e mostrar sua arte. Arte popular de grande valor!
Em tempo: Fotos e peças de Anita Di Marco.
Referências
https://pt.wikipedia.org/wiki/Cer%C3%A2mica
http://www.anfacer.org.br/historia-ceramica
Parabens aos artistas artesoes e ao arquiteto joao de barro. J.campos
ResponderExcluirCorrigindo: artesãos/j.campos
ResponderExcluirParabéns de novo, Anita.
ResponderExcluirQue lindo texto.
Eu não sabia dessa característica de Cunha.
Me deu até vontade de conhecer !
Muito bacana adorei
ResponderExcluirLindas fotos e histórias, Anita. Uma dica bia também é o trecho Cunha a Parati. Zé Marcelino.
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