sábado, 15 de outubro de 2016

Paisagem construída | No FLIC 2016, em Palhoça.

A primeira edição do FLIC 2016 - Festival Literário Internacional Catarinense (12 a 16 de outubro de 2016) aconteceu na Cidade Criativa de Pedra Branca, bairro planejado de Palhoça, na Grande Florianópolis (FLIC 2016). No dia 13 de outubro, quinta-feira, dentro do módulo Literatura Catarinense & Arquitetura, Urbanismo e Sustentabilidade, fui convidada a abordar o tema Cidade Caminhável, a partir do livro de mesmo título, de autoria de Jeff Speck. Recém-lançado pela Editora Perspectiva, o livro foi traduzido para o português por mim e pela colega tradutora Anita Natividade, com o título Cidade Caminhável.  
  
Castro Mello e Anita Di Marco. Foto: Lucas Beltrame.
Sustentabilidade tem sido um tema cada vez mais perseguido e discutido por urbanistas do mundo todo. O meio ambiente é tema mundial e já não é sem tempo. Construção complexa e rica, a cidade é a casa de todos nós, o imenso caldeirão onde a maioria dos habitantes do planeta escolheu para viver, crescer, aprimorar-se pessoal ou profissionalmente; é o local das trocas, encontros e possibilidades. Assim, é papel de cada um torná-la cada dia melhor para todos, mais agradável, organizada, acolhedora, viva, inclusiva, mais justa e menos desigual. Todos são responsáveis por essa construção; todos têm direito a uma Cidade com C maiúsculo.
 


Participar dessa FLIC foi uma experiência muito rica e o festival, uma grande festa. Novos e velhos amigos arquitetos e jornalistas que partilharam o debate, as contribuições, as brincadeiras, os temas sérios debatidos com competência, conhecimento e leveza - Mário Biselli, Milton Braga, Eduardo Castro Mello, Michel Mitmann, Silvia Lenzi, Nelson Teixeira Netto, Cássio Taniguchi, Simone Bobsin, todos reunidos por Vicente Wissenbach, amigo de longa data e grande divulgador da arquitetura brasileira. Na foto acima, da jornalista Simone Bobsin, da esquerda para a direita vemos: Nelson Teixeira Netto, Anita Di Marco, Mario Biselli, Silvia Lenzi, Vicente W., Eduardo Castro Mello e Michel Mitmann. Agachado, Milton Braga.  
 
Além disso, conheci outros personagens, tradutores, autores, jornalistas, poetas e escritores, como em todo evento dessa natureza. Poetas como o uruguaio Fabián Severo, professor universitário de Literatura e condutor de diversas oficinas de escrita, que vive na fronteira do Brasil e do Uruguai... Apesar do pouco tempo, percebi ali um olhar agudo, crítico e profundo. Gentil, Fabián me presenteou com um de seus livros de poemas - Viento de Nadie. Diz o autor: De tanto caminar, aprendí que no soy de ningún lugar, soy de la frontera. Un lugar donde los pájaros vuelan libres y sueltos por el aire, cantando un idioma que todos entienden...Uruguai e seus filhos siempre me encantam... Viva nossa Latino América.

Conheci também o gentil Nuno Camarneiro, físico, professor universitário e escritor português, morador do Porto e ex-morador da linda Florença. Nossos papos foram desde visões críticas e comentários sobre o patrimônio histórico de Floripa, Florença, Barcelona e maracujás, "nonas" (atemoia) e pastéis de camarão....Trocamos ideias e impressões com outros jornalistas, fotógrafos, escritores ou tradutores, como a também eclética Ana Carvalho, que nasceu em Portugal, estudou em Berlim e hoje mora na Holanda. Troca, simpatia, generosidade. 
 
Passeio Pedra Branca. Foto: Anita Di Marco
Em suas várias atividades, o FLIC trouxe oito autores estrangeiros, mais de 50 nacionais em sessões de autógrafos, palestras, mesas de discussão, oficinas, tudo salpicado com exposição e venda de livros, exposições fotográficas, narrações de histórias, teatro, música e gastronomia, com entrada gratuita, no agradável bairro planejado de Pedra Branca em Palhoça, área metropolitana da capital catarinense. Sucesso e vida longa ao Festival. Que continue discutindo e despertando o interesse pela leitura, pela literatura e poesia, como fonte de conhecimento, questionamento e prazer e, sobretudo, discutindo o fazer urbano e arquitetônico. Afinal, a cidade é nosso universo comum.  Somos seres urbanos. Que outras feiras literárias sigam seu exemplo e comecem a discutir a cidade, nossa casa maior!

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