sexta-feira, 8 de novembro de 2019

Ecos Arquitetônicos | Museu do Ipiranga 2-Restauração

Nova entrada do Museu do Ipiranga.  Proposta H+F Arquitetos. Imagem: Divulgação

Em post anterior (aqui), já falei um pouco sobre a história do Museu do Ipiranga.  
Agora, vamos falar das iniciativas tomadas desde que o museu foi interditado, em 2013, devido a infiltrações no forro de algumas salas. Diante do risco de desabamento, a diretoria decidiu: 1- suspender a visitação pública; 2- remover quase todo o acervo (milhares de objetos, móveis, telas, afrescos, fotografias, obras de arte e documentos) transferindo-o, no próprio bairro do Ipiranga, para imóveis alugados pela USP que funcionariam temporariamente como reservas técnicas e laboratórios e; 3- realizar um planejamento estratégico para captar recursos para a restauração, estimada em R$ 160 milhões de reais. 
Encerrados os diagnósticos sobre as condições da fachada, ornamentação e estrutura, realizou-se um concurso para escolha do melhor projeto de modernização e restauração. O primeiro lugar coube à empresa H+F Arquitetos.  
Fazem parte da equipe Arquitetura e Restauro: Eduardo Ferroni, Pablo Hereñú; Amanda Domingues, Anna Beatriz Ayroza Galvão, Camila Paim, Carolina Klocker, Griselda Kluppel, João Pedro Sommacal De Mello, Joséphine Poirot-Delpech, Levy Vitorino, Michele Meneses de Amorim e Olympio Augusto Ribeiro. Atuaram como consultores: Arnaldo Ramoska (Instalações), Eduardo Léo Kayano (Climatização), Heloísa Maringoni (Estruturas), Marcos Lima Verde Guimarães (Geotecnia), Nilton Miranda (Bombeiros), Ricardo Heder (Iluminação).

Novo Museu do Ipiranga
O projeto do novo museu prevê obras dentro e no entorno da edificação atual, já que, segundo a proposta vencedora, é impossível dissociar o edifício-monumento de seu entorno. Estão previstos: a ampliação da área da esplanada nos jardins do Parque da Independência, a construção de mais de 6.000 metros quadrados de novas áreas para exposições temporárias, salas para programas educativos, área de acolhimento, auditório, café, loja e um mirante. Além disso, novo mobiliário, modernização das instalações elétricas, de proteção a incêndios e de segurança, além de projetos de iluminação, de multimídia e de restauração de acervos. 

A proposta visa equipará-lo em instalações e serviços aos grandes museus internacionais, ampliando a visitação pública. Outra condição essencial do novo projeto é garantir a plena acessibilidade, entendida como forma de inclusão social de pessoas portadoras deficiência e em situação de vulnerabilidade.A previsão é que as obras, iniciadas em setembro deste ano de 2019, durem 30 meses. A reabertura está marcada para setembro de 2022, ano do bicentenário da Independência. O vídeo abaixo mostra como ficará o novo Museu do Ipiranga, após as obras. 

 Em julho deste ano, novos patrocinadores juntaram-se à EDP, empresa do setor elétrico e a primeira a firmar um contrato com a Universidade para apoiar a  recuperação do museu. A USP e o Governo do Estado anunciaram mais 13 empresas, como a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o Instituto Itaú Cultural e os bancos do Brasil, Safra, Bradesco, entre outras, que irão financiar as obras, via renúncia fiscal, pela Lei Federal de Incentivo à Cultura, a Lei Rouanet. Os recursos são da ordem de 160 milhões de reais. 
O vídeo abaixo mostra a terceira etapa do projeto, buscando atrair outras empresas e a sociedade civil para colaborar com o projeto, com pequenas cotas. O mote usado é "Um museu para todos, feito por todos." 
Projeção na fachada do Museu Paulista. Imagem: Divulgação
Além disso, desde 2017, todo dia 07 de setembro, a USP e o Sesc Ipiranga realizam o evento cultural Museu do Ipiranga em Festa, no Parque da Independência, abrangendo diversos pontos do complexo (o próprio museu, a Casa do Grito, a Praça Cívica, o Monumento à Independência, jardim e o riacho do Ipiranga). O evento deve ocorrer anualmente até 2022, data da reinauguração. 
A terceira edição do evento (aqui), em 7 de setembro de 2019, teve 10 horas ininterruptas de programação para todos os públicos: minicirco, visitas educativas, grupos de dança, de jongo, de maracatu, congada, orquestra, sarau, intervenções artísticas para crianças, oficinas, passeio verde em libras, teatros, brincadeiras, histórias, exposições e até projeção na fachada do Museu em uma surpreendente diversidade de apresentações. 
Vida longa ao Museu paulista, o nosso Museu do Ipiranga. 


Referências

Um comentário:

  1. Paulista tem garra. Muito interessante. Vai ficar uma beleza. Ainda bem que não esperaram ruir para restaurar. Beijos. Parabéns.

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