Oneyda Alvarenga (1911-1984) é
personagem conhecida aqui no blog, tema de exposições realizadas
sobre sua trajetória, tema de livros escritos sobre ela (ver algumas postagens aqui; aqui e aqui) e ainda pelo fato de ser uma personagem ligada a dois mundos
que se relacionam no meu universo: Varginha, cidade natal da personagem (e para
onde me mudei há alguns bons anos), e São Paulo (minha cidade natal), para onde
a personagem se mudou aos 19 anos para estudar piano com nada menos que Mário
de Andrade.
Sempre digo que Oneyda e eu fizemos o caminho inverso: daqui ela foi para lá; eu vim de lá para cá. Em São Paulo, Oneyda se tornaria a primeira diretora da Discoteca Pública Municipal da cidade, indicada pelo conhecido professor, amigo e mentor intelectual. Hoje, a Discoteca está localizada no Centro Cultural São Paulo e leva o nome da ‘mineirinha’, como a chamou Manuel Bandeira.
Sempre digo que Oneyda e eu fizemos o caminho inverso: daqui ela foi para lá; eu vim de lá para cá. Em São Paulo, Oneyda se tornaria a primeira diretora da Discoteca Pública Municipal da cidade, indicada pelo conhecido professor, amigo e mentor intelectual. Hoje, a Discoteca está localizada no Centro Cultural São Paulo e leva o nome da ‘mineirinha’, como a chamou Manuel Bandeira.
A propósito de criar um monólogo para encenação durante o Festival de Arte e Cultura do CEFET - Varginha, realizado em julho de 2018, admirador e profundo conhecedor da obra e da vida da musicóloga, folclorista, musicista e poeta, o historiador, escritor e atual presidente da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências, José Roberto Sales, levou apenas uma noite para escrever um monólogo, no qual uma janela se abre no tempo e Oneyda Alvarenga viaja do passado ao presente para nos falar um pouco de seu trabalho, de sua vida, da cidade natal e de Mário de Andrade.
Não contente com a rapidez com que escreveu o monólogo inicial, para dez minutos de encenação pela jovem atriz e aluna do Cefet-Varginha, Giovanna Serra Bibiano (na foto acima, na capa do livro), o autor resolveu ampliá-lo, justificando sua verve ao dizer que, se fosse encenado por atriz profissional em um grande teatro, um monólogo jamais teria menos de 45-60 minutos de duração.
O resultado
é o belo trabalho Uma Janela do Tempo, por meio do qual pode-se ouvir da
própria figura retratada quais seriam, hoje, suas reflexões, lembranças e pensamentos sobre
sua vida, sua cidade e seu legado. A personagem e sua voz, a música suave, a janela no
tempo e uma mala constituem o cenário e o pano de fundo do monólogo. Oneyda chega, se
apresenta, relembra e se
despede. A mala fica, como legado que “permanece conosco como uma inestimável
contribuição à cultura brasileira”.
Esta é outra obra que, merecidamente, celebra o nome Oneyda
Alvarenga. É também outro admirável trabalho do psicanalista, historiador e incansável
escritor José Roberto Sales, para quem a escrita é uma necessidade vital. Contudo, tenho uma ressalva. Durante minha leitura, senti que o texto acabou muito rápido, considerando-se o volume do
livro. Logo descobri que o autor faz menção, ainda que breve, a outra peça
teatral de sua autoria, encenada anos atrás e intitulada “Primavera Mortal”.
Pela leitura, percebe-se que é uma peça bem interessante, mas não sei se cabia aqui
no livro intitulado “Uma janela no tempo. Monólogo de Oneyda Alvarenga”.
A meu ver, duas opções poderiam existir: 1) o mesmo conteúdo abarcando os dois textos, mas com outro título que destacasse o veio literário do escritor como autor de peças teatrais; 2) a edição de duas obras distintas. De qualquer forma, nada há que desmereça os dois textos. Apenas ficou um gostinho de quero mais...
Uma Janela do Tempo. Monólogo de Oneyda Alvarenga
José Roberto Sales
Edição do autor: Varginha, 2018
A meu ver, duas opções poderiam existir: 1) o mesmo conteúdo abarcando os dois textos, mas com outro título que destacasse o veio literário do escritor como autor de peças teatrais; 2) a edição de duas obras distintas. De qualquer forma, nada há que desmereça os dois textos. Apenas ficou um gostinho de quero mais...
Uma Janela do Tempo. Monólogo de Oneyda Alvarenga
José Roberto Sales
Edição do autor: Varginha, 2018
José Roberto Sales. Imagem: Fundação Cultural de Varginha
A janela se abriu no tempo e nos trouxe a Varginhense Oneyda Alvarenga de volta a esta terra, que tem revivido grandes nomes, em Varginha nascidos,através das lentes de José Roberto Sales. Louvável trabalho do escritor e muito bem apoiado por Giovanna,a jovem atriz, e por você também, Anita, grande incentivadora da arte e da cultura de Varginha.
ResponderExcluirObrigada, Carmem, pela visita e pelos comentários. Você é sempre bem-vinda aqui...
Excluirabraços
Anita
Oi, Carmem!
ResponderExcluirObrigada, meu bem, pela leitura, pelos comentários e pelo apoio constante... Idem, idem... bjs
Anita
Parabéns ao Zé Roberto pela obra e para a Anita pela delicadeza e precisão do comentário. Perfeitos!
ResponderExcluirQuerido leitor,
ResponderExcluirQuando vc entrar como anônimo, não se esqueça de assinar, pode ser só o primeiro nome, no corpo da mensagem. Caso contrário eu não sei de quem se trata.
Obrigada, de qualquer forma, pela leitura e pela contribuição. Abraços
Anita