Para começo de conversa, hoje, as crianças precisam
ter agenda para organizar suas atividades – escola, ortodontista,
balé, natação, judô, kumon, inglês, música, reforço, orientação, catequese... fora o tempo gasto nas redes sociais em jogos, fazendo ou assistindo a filmes de autopromoção, violência etc., desviando o foco e aumentando o isolamento social, entre outras coisas. Aliás, esse é um tema espinhoso e difícil que merece um post separado. Mas, voltando às atividades infantis - Ufa, cansei!![]() |
| Divulgação. Getty images |
É
nesse tempo ocioso, brincando, que a
criança amplia a socialização, questiona, tenta entender fatos
ocorridos,
desenvolve habilidades físicas, psicomotoras e emocionais, explora,
analisa, aprende, reinventa e elabora situações que acontecem na sua
vidinha. E quando falo em tempo livre, ocioso, refiro-me também ao tempo de convivência, de troca e de conversas com os pais, avós, primos, com a família, porque embora a criança aprenda muito mais com o exemplo, as palavras e as conversas têm peso e ensinam consideração, respeito, compaixão, solidariedade, humanidade, empatia.
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| Divulgação. Getty images |
O fato é que não somos máquinas, não temos que fazer tudo e estar prontos para a vida aos 10 anos de idade! Ser criança é não ter preocupações, é poder não se ocupar, além dos deveres e tarefas normais (às vezes, nada normais) da escola. É fundamental viver e saborear o tempo, a passagem das horas, o clima, o ritmo da respiração, dos batimentos cardíacos, da natureza, da vida. É urgente que as crianças retomem o contato direto com a natureza – correr, pular, subir em árvores, colocar o pé no chão, pisar na grama, na areia, na terra, na poça d’água. É saudável e necessário sentir as diferentes texturas e temperaturas do meio ambiente nos pés, nas mãos, no corpo todo. É fantástico descobrir a vida brotando poderosa na natureza!
Claro, sempre haverá o momento de aprender outras línguas, música, natação, judô, ballet e tudo o mais que você acha que seu filho pode precisar, um dia. Mas, talvez o melhor exercício que sua criança pode fazer, enquanto ainda pode, é brincar, estar junto, ouvir histórias e conversar, de preferência com você. Mas não acredite só em mim; converse, estude, pesquise e leia Paulo Freire, Piaget, Maria Montessori, Vygotsky, Freud, Winnicott, entre tantos outros.
Referências
https://www.nucleodoconhecimento.com.br/educacao/brincar-na-educacao
https://www.pedagogia.com.br/artigos/jogoebrincadeiranaeducacaoinfantil/index.php?pagina=2







