No meu caso, desde jovenzinha, gosto de escrever. Não que eu não tenha tentado outras atividades como pintar, dançar, bordar e até costurar, mas meu negócio é a escrita, a linguagem, a rede de palavras e seus significados, e tudo o que acompanha essa prática. Adoro lápis de todos os tipos e cores, penas, canetas e canetinhas, mas, principalmente, blocos, bloquinhos, cadernos, cadernetas e caderninhos: de couro, de tecido, de moleskine, pintados à mão ou não, de papel artesanal, com ou sem pauta.
São delicados e práticos, estão sempre por perto, na bolsa, no bolso, na mochila. Acolhedores silenciosos, são espaços que recebem, sem questionar, minhas reflexões, ideias momentâneas e dúvidas, meus lembretes, pensamentos, rabiscos, instantes de "eureka" e insights mais profundos, rascunhos de textos ou poemas.... Não se trata de um diário, não fica trancado a sete chaves, nem vou ficar desesperada se alguém o ler, mas não há dúvida de que é meu, é personalizado. É como se fosse o pré-roteiro de um filme prestes a ser produzido, com a descrição do modo de ser e pensar de determinado personagem.
Enfim, ao escrever e, depois, ler o que escrevemos podemos entender melhor os outros e entender melhor nosso próprio ser, porque nessa hora estamos longe do calor do ocorrido; podemos desenvolver um outro olhar sobre uma situação passada e esse novo olhar, com certeza, vai reverberar no seu dia a dia de outra maneira. Como sabiamente disse certo médico mineiro que atravessou sertões e cruzou veredas:
O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre ainda no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito ― por coragem. Será? Era o que eu às vezes achava. Ao clarear do dia. (ROSA, João Guimarães. Grande Sertão: Veredas, p.293).
Referências
http://desenhandopercursosurbanos.blogspot.com/2009/12/cadernos-de-croquis-de-le-corbusier.html
https://rhollick.wordpress.com/2021/10/29/commonplace-books/
Também gosto de um caderninho, amiga. Agendas? Adoro. Escrever é sempre bom. Gostei.
ResponderExcluirMuito been/ j.Campos
ResponderExcluirE esse seu gosto pela escrita nos encanta!
ResponderExcluirObrigada, amigo .. vc é suspeito. Abração
ExcluirGosto,também de caderninhos e sempre gostei de escrever
ResponderExcluirÓtima lembrança
Imagino. Como professora, você deve ter escrito até... Tem muita história pra contar....Beijos
ExcluirMuito bom! Faz tempo que não escrevo mas gosto de uma folha de papel. Bebel
ResponderExcluirInteressante esse encanto pela escrita. Tenho pensado em começar a usar um caderninho. Marly Tiso
ResponderExcluirEba, comece, sim, Marly... É um grande apoio e incentivo ...bjs
ExcluirDe Maria Inês
ResponderExcluirPara Anita
Os caderninhos também são meus tesouros. Meu coração e minha mente ficam expostos ali nas páginas de diversos formatos. Mas dentro de gavetas , por ora, inacessíveis. 😉
De Maria Inês
ResponderExcluirPara Anita
Também tenho os meus caderninhos, cada um num formato. São o tesouro da minha mente e do meu coração. Mas, por ora, ficam inacessíveis nas gavetas. 😉
Oi, querida.....com certeza, a mente e o coração estão lá.... E vc escreve muito bem.... Tira os textos do caderninho..... Bjs
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