terça-feira, 14 de agosto de 2018

Ecos Linguísticos | Fake News

Imagem: http://www.teclasap.com.br/fake-news/


 O termo fake news é um tema novo e que está em alta. Assim como o termo pós-verdade! Enfim, fake news, ou notícia falsa em português, é a informação repassada sobretudo nas redes sociais, sem comprovação, sem verificação de  veracidade. Aliás, a internet potencializou de forma absurda a ousadia das pessoas ou ainda, como queria Umberto Eco, deu voz a milhares de imbecis. 

Mas, embora o uso de notícias falsas não seja novo, e a história nos mostra isso, as redes sociais amplificaram em muito essa divulgação. No entanto, cabe uma pergunta: por que só agora? Há tempos, as notícias falsas abundam nas redes sociais e só agora a grande imprensa resolveu dar o alerta?  É o caso de se perguntar a quem interessa tudo isso? Algo intocável deve ter sido atingido.

Bom, para início de conversa, parece óbvio que apenas notícias verdadeiras devem ser repassadas, certo? Alienação, falta de discernimento, de reflexão e de senso crítico. Tudo isso junto faz com que erros, mentiras, desinformações, manipulações calúnias se perpetuem e se transformem em verdades para uma imensa parcela da população. Bem entendido, quando esta não se dá ao trabalho de ler e refletir, buscar em outras fontes, repensar, questionar e pesquisar. Não é fácil para todos, entendo, por isso a educação e a cultura são temas fundamentais para a transformação de um país.

As notícias falsas distorcem, negam, modificam, manipulam os fatos reais, envolvendo-os com verbos mais suaves, tons dourados e toques mais sutis; ou, então, forjam novos fatos com informações errôneas, imprecisas ou simplesmente mentirosas para ludibriar o leitor, influenciá-lo e conseguir um determinado intento, em geral, com segundas intenções. Outras vezes, tais notícias usam tons sensacionalistas e enganosos, buscando causar certo tipo de emoção na opinião pública. Mais uma vez está claro o objetivo: manipular para poder controlar.

Ou seja, caro leitor, cabe a você precaver-se contra essa enxurrada crescente de notícias falsas. Como? Refletindo, pesquisando, conversando com colegas serenos, isentos e mais inteirados dos assuntos em questão e, sobretudo, evitando repassar qualquer informação que não tenha sido devidamente verificada e comprovada em fontes isentas.

Nesse universo concreto das fake news, ou notícias falsas, nossa imprensa, muitas vezes, também usa eufemismos. Nada contra os eufemismos quando movidos por intenções boas, no sentido de suavizar, não chocar, diminuir o choque e a dor de alguém pela perda de um ente querido, entre outros. 

O que entristece e revolta, no entanto, é quando tais eufemismos são usados como maneira de enfraquecer fatos negativos sobre alguém, fatos cujo conteúdo não interessa divulgar ou enfatizar e, através dessa figura de linguagem tenta-se criar uma certa visão de mundo. Assim, utilizam-se expressões como faltar com a verdade, quando de fato o correto seria usar, pura e simplesmente, mentir; enriquecer por meios ilícitos, evitando dizer roubar, corromper, ser corrompido; parcela de renda não declarada, quando deveriam dizer sonegação; desaceleração da economia quando deveriam dizer crise; reajuste de taxas em vez de aumento de impostos; "novo governo" quando deveriam dizer idealizadores de golpe parlamentar e por aí vai...
Então, sejamos realistas. A quem querem enganar? Fake news ou fake newsmen

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