segunda-feira, 6 de agosto de 2018

Ecos urbanos | A arte cotidiana de Athos Bulcão

Painel na Igrejinha Nossa Sra de Fátima/detalhe. Foto: Anita Di Marco
 Brasília me encanta com seu céu, suas estrelas, seus amplos espaços, os tons da terra e da vegetação, seu verde, sua arquitetura, sua arte e seus azulejos. Graças aos céus, nem só de políticos vive Brasília. Sem dúvida, há péssimos políticos, nefastos, cruéis, medíocres, egoístas e interesseiros, os tais lobos em forma de cordeiros que enganam os incautos e os que não refletem e não têm dimensão histórica e senso crítico. Mas existem também aqueles que fazem da Política o que ela é, de fato: uma arte maiúscula. Uma verdadeira arte de viver e conviver, a ciência de organizar e administrar um Estado, uma sociedade em benefício de todos. Ou, como poeticamente diz Rubem Alves, a arte de criar e cuidar, com amor, do espaço de todos, colocando a vocação política a serviço da sociedade. 

 Sim, porque não se pode negar a Política, em nenhum momento. Tudo o que fazemos na vida tem um caráter político: se jogo papel na rua ou não, se cumpro meus compromissos de forma adequada ou não, se pago meus impostos em dia ou não, se utilizo os bens públicos de acordo ou não, se considero e respeito o outro no meu dia a dia ou não. Tudo, qualquer ação nossa tem um caráter político, porque mostra o que move o cidadão e o que está por trás de cada uma de nossas ações.   
Painel na Igrejinha Nossa Sra de Fátima. Foto: Anita Di Marco
Brasília, por exemplo, foi o campo de vida e da expressão máxima da arte do artista plástico Athos Bulcão. Convidado por Oscar Niemeyer para se juntar ao grupo durante a construção da cidade, entre os amigos do artista estavam, simplesmente, nomes do porte de Niemeyer, Lúcio Costa e Burle Marx, entre outros. Assim, ele participou ativamente da criação da nova capital, integrando de forma brilhante arquitetura e arte com suas obras e seus painéis, que embelezam edifícios e espaços. Mais do que isso, Bulcão colocou a arte da azulejaria no cotidiano da cidade. O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Secretaria de Cultura do Distrito Federal tombaram mais de 250 obras suas.  
Painel congresso Nacional. Imagem: Anita Di Marco
 Para melhor assimilar e entender a grandeza de seu trabalho, veja aqui o vídeo, divulgado no programa Caminhos da Reportagem da EBC-TV Brasil, que celebra o centenário e o legado de Athos Bulcão.

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