Vandalismo: Ato de
destruição gratuita e injustificável de bens privados ou públicos como prédios,
monumentos, praças, meios de transporte etc. Ex: Nenhum
monumento é poupado pelo vandalismo dos
grupos de vândalos.
Vândalo: 1.Que diz respeito aos vândalos, povos bárbaros que
deram o nome à Andaluzia e se estabeleceram ao norte da África. 2. Fig. Bárbaro, selvagem, que não tem
cultura. 3. Que destrói
o que não lhe pertence: Foi um ataque vândalo à biblioteca
da escola.
[F.: Do lat. vandalus.]
[F.: Do lat. vandalus.]
Como se as barbaridades que acontecem no mundo fossem poucas, no
domingo, dia 08 de dezembro, vi cenas na TV que me deixaram ainda mais desanimada
e descrente da humanidade. Era o final de uma partida de futebol, no Mineirão, em Belo Horizonte, e
um dos dois clubes poderia ser rebaixado. Ocorre que, pela matemática
do futebol, seu rebaixamento também dependia de outro resultado.
Ou seja, no momento, quase no final da partida, o Cruzeiro, centenário time mineiro, estava rebaixado. Coisas
da vida, uns vão, outros vêm. Uns ganham, outros perdem. Normal, se todos fossem normais.
No entanto, o juiz interrompeu o jogo cinco minutos antes do
final, em função da violência e das cenas mostradas: correria, bombas, destruição de cadeiras e alambrados, vandalismo e
outras atitudes consideradas “normais”(?) hoje em dia. A Polícia Militar entrou em ação. Do lado de fora, policiais a cavalo, jatos
d’água, confusão total. Do lado de dentro, homens, mulheres, crianças atingidos por
estilhaços de bombas ou balas de borracha, fumaça e objetos voadores. Torcedores que queriam apenas se divertir e torcer pelo seu clube foram afrontados
por vândalos, pessoas desequilibradas, doentes. Horror e impunidade
são dois termos que me vêm à mente.
Os próprios locutores estavam chocados, como o ex-jogador do
Corinthians, Casa Grande. Ele não se conteve e dizia que presenciavam cenas “aterrorizantes e que aquilo, infelizmente, era um retrato
do Brasil atual que vive no dia a dia atitudes de falta de respeito, intolerância
e violência!" Narrando as cenas mostradas, o ex-jogador repetia que, no fundo, ‘não
somos o tal povo cordial’, conforme conceito desenvolvido pelo historiador Sergio Buarque de Holanda, e repetia que ‘não se pode concordar com isso’, parafraseando a letra de uma música de Milton Nascimento e Fernando Brant: “não posso aceitar sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal”.
Fiquei chocada, pasma e uma vez mais confirmei minha tese sobre o nosso país. Serão necessários seis séculos para que a educação possa gerar frutos de qualidade e uma nova mentalidade surja. Uma mentalidade que respeite as diferenças, valorize a educação, a cultura, o respeito e a convivência. Que tristeza, que vergonha, que cenas medonhas de um momento medonho em que vivemos.
Mafalda (Quino) que o diga! Artistas veem as coisas com outros olhos, outra sensibilidade e precisam produzir, como precisam respirar, para mostrar, chacoalhar, fazer pensar, arrancar-nos da mesmice e da inércia. Um viva aos artistas e, por isso, mais do que nunca, vale dizer: Não se pode aceitar o cerceamento da Cultura e da Arte, nunca! A música citada por Casa Grande (Bola de Meia, Bola de Gude) fala de atitudes de convivência, respeito e tolerância, tão em falta nos dias que correm:
“...E me fala de coisas bonitas que eu acredito que não deixarão de existir
Amizade, palavra, respeito,
caráter, bondade, alegria e amor
Pois não posso, não devo,
não quero viver como toda essa gente insiste em viver
E não posso aceitar
sossegado qualquer sacanagem ser coisa normal”...
Isso vale para o ano todo e para a vida toda, mas em especial agora, no tempo em que se celebra o nascimento do mestre do amor. Mais do que meras palavras vazias, repetidas mecanicamente, que esses termos se tornem realidade prática, efetiva e real na vida de cada um. Isso sim, seria celebrar o Natal! Afinal, como li outro dia, o Natal não está debaixo da árvore, nem em ritos assistidos mecanicamente, nem nos presentes. O Natal está em nossos corações e não só no dia 25 de dezembro,mas todos os dias. Feliz Natal!
Eu também não conseguia acreditar que aquilo estava acontecendo. Acho até que somos cordiais, sim, no sentido de não sermos frios ou insensíveis. Só acho. Não conheço estudos que provem ou refutem. Mas nossa história foi de violência desde o princípio, e o ser humano também aprende por imitação :(
ResponderExcluirOi, Telma
ExcluirAcho que o conceito do povo "cordial", conforme nos foi passado por Sérgio Buarque de Holanda, parece estar desmoronando... Claro, não são todos, mas quando se vê isso com a frequência que temos visto, dá para desanimar, não dá? Beijos e obrigada por comentar...
Seiscentos anos!.. Muito tempo, pra nós, tão passageiros. De fato, atrás da cordialidade, a monstruosidade. Humana, muito humana. Pena. Que perigo... a paz da consciência tranquila será o melhor (senão o único) presente deste Natal. Grande abraço, Anita.
ResponderExcluirOlá , Valquíria! O presente deve ser para os aniversariantes do dia e todos se esquecem dele; que o presente seja um esforço nosso em direção ao amor universal ! Bjs
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