Em no máximo três minutos, os poetas competidores/slammers recitam, leem, declamam e interpretam seus poemas. Nessas batalhas, o único som é a voz do poeta ou a vibração da plateia. Nada de música. Nada de percussão, violão, sanfona, teclado, gaita ou flauta. Só a voz que quer expor seu desabafo, revolta ou convocação. Os jurados, todos voluntários ou escolhidos pouco antes das batalhas, analisam e dão notas à poesia falada, à interpretação e à performance do poeta.
Os primeiros grupos criados no Brasil foram o ZAP (Zona Autônoma da Palavra), criado em 2008 por Roberta Estrela D’Alva, atriz, poetisa e apresentadora do programa Manos e Minas, na TV Cultura, e o Slam da Guilhermina (2012), realizado em uma praça pública, ao lado da estação Guilhermina-Esperança, na zona Leste da capital paulista. Só na cidade de São Paulo já existem mais de 50 grupos. Em outras capitais, como Brasília, Rio de Janeiro, Recife, João Pessoa, Curitiba, Porto Alegre, Recife e Belo Horizonte contam-se inúmeros coletivos, além daqueles em cidades menores. No nosso Nordeste, como não poderia deixar de ser, as batalhas ganharam mais liberdade e tons mais regionalistas, com a inserção, por exemplo, do improviso, das emboladas e do rap.
A edição 2018
da Festa Literária das Periferias-FLUP (sim, ignoradas por muitos, as periferias também têm criação,
arte, cultura e organização), evento que acontece, desde 2012, em territórios excluídos dos programas literários do Rio de Janeiro,
sempre apresenta algumas dessas batalhas nacionais e até internacionais. A
seguir, três vídeos dão uma amostra da relevância desses eventos. Não há mais
volta. A periferia quer se fazer
ouvir. Vida longa à conscientização e às batalhas poéticas.
Referências
https://www.brasildefato.com.br/2017/09/05/conheca-o-slam-a-batalha-de-poesias-que-tomou-as-ruas-das-cidadeshttps://journals.openedition.org/pontourbe/2836
https://ponte.org/zap-slam-a-primeira-batalha-de-poesia-do-brasil/
Que legal. Ja tinha ouvido falar disso mas não sabia direito o q era. Bj
ResponderExcluirAprendi muito hoje! Tudo soou novo! Nao conhecia essas batalhas literárias!Gratidão!
ResponderExcluirNão conhecia essa modalidade, a não ser as Norte e nordeste
ResponderExcluirSim, os repentes, né? Muito legal tudo isso. Obrigada, querida.
ExcluirÓtimo!novidade para mim também estas batalhas literárias onde este tipo de batalha é a melhor para o conhecimento e liberação da emoção.Bebel
ResponderExcluirMuito interessante!
ResponderExcluirPoesia como modo de exercer a realidade de nichos.
Ninguém pede licença nesse processo que começou e se desdobra livremente.
Parabéns, Anita!
Oi Valquíria, sim, ninguém pede licença e a expressão cultural flui solta. Também achei muito interessante o processo... obrigada e grande abraço
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