Imagem: Wikipedia |
A
alquimia, portanto, sempre esteve relacionada à transformação. No entanto, em qualquer processo, qualquer que seja a teoria por trás, não existe maior alquimista do que o próprio tempo. Ele
mesmo, Cronos que, aos poucos, vai curando as feridas, modificando o ser, transformando a dor da perda do ser amado
em saudade; burilando defeitos, aparando arestas, retomando narrativas
esquecidas, desenterrando mentiras mal contadas, trazendo à luz verdades escondidas, mostrando a insensatez de guardar mágoas e ressentimentos.... Com a passagem do tempo e sua ação silenciosa, o ser humano muda. Sempre.
Não importa quanto tempo leve. O fato é que muda. Domingos Pelegrini Jr. (1949), jornalista e escritor de
Londrina, mostrou essa infalível lei em forma de poema.
Mudanças
(Domingos Pellegrini Jr.)
O tempo pôs a mão na tua cabeça e ensinou três coisas.
Primeiro: Podes crer em mudanças quando duvidas de tudo, quando procuras a luz dentro das pilhas, o caroço nas pedras, a causa das coisas, teu sangue bruto.
Segundo: Não podes mudar o mundo conforme o teu coração. Tua pressa não apressa a história. Melhor que teu heroísmo é tua disciplina na multidão.
Terceiro: É preciso trabalhar todo dia, toda madrugada para mudar um pedaço de horta, uma paisagem, um homem. Mas mudam, essa é a verdade.
Assunto profundo demais/ j.campos ribeiro
ResponderExcluirTexto muito bom.Nos chama atenção para o nosso eu é nossa capacidade de transformação de nossas limitações.
ResponderExcluirQue profundo, lindo isso Anita, o tempo é um "senhor tão bonitão.."
ResponderExcluirBonitão. Demais, né, Celso? Obrigada, meu amigo!!!!
Excluir