Um estudo recente do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (PNUD) mostrou o deprimente resultado de uma pesquisa feita em
mais de oitenta países do mundo. O estudo mostrou que 90% – repito 90%! – da população
mundial têm algum tipo de preconceito contra as mulheres e mais de 25% da população
acham justificável um homem agredir sua esposa. (Pausa para segurar o queixo caído). Triste demais, não? Mas o pior
foi quando li que 87% das mulheres manifestaram algum tipo de preconceito contra as próprias mulheres.
No Brasil, os temas abordados na pesquisa foram integridade física, educação, política e econômica. O levantamento apontou que 84,5% dos brasileiros têm pelo menos um tipo de preconceito contra as mulheres. Deste link, extraí os dados referentes aos brasileiros entrevistados: ---75% disseram ter preconceitos em questões de violência e direito de decisão sobre ter filhos; ---39% acham que, na política, mulheres não desempenham seu papel tão bem quanto os homens; ---31% acreditam que homens têm mais direito a vagas de trabalho ou são melhores em cargos executivos; e ---APENAS 15,5% afirmam não ter preconceito contra as mulheres.
Para começar, preconceito, discriminação de qualquer tipo e sexismo são atitudes asquerosas, deploráveis, geram violência e retardam (e muito) o desenvolvimento integral de qualquer sociedade, mas perceber o tamanho do preconceito contra as mulheres é desolador. Fiquei sem palavras. E para piorar, é evidente que tais resultados, associados a discursos de ódio de todos os matizes e temas, podem incentivar mais ainda atos de violência contra as mulheres.
A primeira reação que tive ao ler pesquisa foi de descrença; depois vieram tristeza, vergonha e desânimo. Confesso que não consegui me segurar ao imaginar como estamos distantes de um mundo civilizado, no melhor sentido do termo. A tristeza e o desânimo me pegaram de jeito. Claro, vou trabalhar nisso e superar, mas...
Agora, um recado ao poeta. -- Drummond, espero que me perdoe por usar seu poema, mas não resisti porque só a poesia nos salva nessa hora e, ao terminar a leitura, só pude pensar: Mundo, mundo, vasto mundo... que triste visão, perceber que nosso vasto mundo parece não ter solução...
Referências