Muitos relacionam esse termo a destino. Bem, eu diria
que estão amarrados. Afinal, não há acaso. Ou há? Talvez, algo como estar no lugar
certo e na hora certa. Por que fomos parar lá e descobrimos algo feliz? Vai
saber... Sincronicidade? Serendipity? O fato é que algo
(o trabalho, o destino, a sorte, a vida, nossa própria busca, o acaso) nos levou até lá... Então, uma feliz descoberta
por algo não procurado intencionalmente, talvez, seja a tradução mais apropriada, embora mais longa.
Origens. O termo serendipity
foi cunhado, em meados do século século 18, pelo escritor, historiador e
político britânico Horace Walpole (1717-1797). Ele extraiu o termo de um
conto de fadas persa chamado The Three Princes of Serendip, nome árabe da
região onde hoje está o Sri Lanka. O conto falava de personagens que, com
sagacidade e o tempo todo, faziam descobertas acidentais. Walpole acrescentou o sufixo inglês TY,
ao termo Serendip e criou o substantivo serendipity. Além do novo substantivo, cunhou ainda o adjetivo serendipitous, acrescentando o sufixo OUS, e o advérbio serendipitously, juntando o sufixo LY ao adjetivo. Como sabemos, a língua é viva, então...
Repercussão. Em artigo muito interessante intitulado The three princes of Serendip: Notes on a mysterious phenomenon (ver aqui), o Dr. David R. Colman, médico e diretor do Instituto Neurológico de Montreal, afirma que essa feliz descoberta ao acaso tem um papel relevante em todo tipo de pesquisa, mas que atua dentro de determinado ambiente. Cita três cientistas que, de certa forma, também se referiram a esse termo:
- Joseph Henry, físico e primeiro diretor do
Instituto Smithsonian: “The seeds of great discoveries are constantly floating
around us, but they only take root in minds well prepared to receive them.” Em tradução livre: As sementes de grandes descobertas estão constantemente flutuando em torno de nós, mas só criam raízes em mentes bem preparadas para recebê-las.
- Louis Pasteur, conhecido cientista francês: “Chance
favors the prepared mind.” Em tradução livre: O acaso favorece as mentes preparadas.
- Alexander Fleming, descobridor da penicilina: “Nature
makes penicillin, I just found it; one sometimes finds what one is not
looking for.” Em tradução livre: A natureza faz a penicilina; eu só a encontrei; às, vezes, o indivíduo encontra algo que não estava procurando.
Dentre outras frases tiradas do Cambridge English Corpus uma delas destaca que em descobertas arqueológicas, por exemplo, pode-se ter um elemento real de serendipity. Isso, porém, não exclui, de forma nenhuma, os estudos e o esforço sistemático dos interessados nos temas em questão.
Referências
https://www.merriam-webster.com/dictionary/serendipity
https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC2323527/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Serendipidade
https://dictionary.cambridge.org/dictionary/english-portuguese/serendipity
https://www.significados.com.br/serendipity/
https://www.imdb.com/pt/title/tt0240890/?reasonForLanguagePrompt=browser_header_mismatch
https://www.kent.ac.uk/ewto/projects/anthology/horace-walpole.html
«As sementes de grandes descobertas estão constantemente flutuando em torno de nós, mas só criam raízes em mentes bem preparadas para recebê-las«.
ResponderExcluirO que me preocupa é que as mentes que se desenvolvem em tempos de «brain root« não são terreno fértil para uma boa semeadura. Oremossss
Érica, querida. Da próxima vez, não se esqueça de assinar. Vc tem muito a dizer... Beijo grandão
ExcluirMuito interessante e rico!
ResponderExcluirQue boa surpresa esse seu texto, Anita. Zé Marcelino
ResponderExcluirQue delícia seu comentário, Zé... Obrigada
ExcluirLe osservazioni che fai sono di particolare interesse e molto stimolanti per qualsiasi lingua.
ResponderExcluirUn grande abbraccio Tonino
Como sempre, um prazer ler os teus textos, Anita!
ResponderExcluirQue bom, querida, uma honra vindo de você.. bjs
ExcluirAssunto muito interessante Anitinha. Bom conhecimento! Bebel
ResponderExcluirE mais fico acrescentada lendo seus textos magníficos. Que fantástico!
ResponderExcluirAmiga seus textos sempre instigam a mente!! Muito bom!! Obrigada!! Fátima Terra
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