sexta-feira, 21 de março de 2025

Ecos Literários | Jane Austen em cordel



A literatura de cordel é uma das expressões culturais mais populares e vivas do país e é sempre uma alegria saber de lançamentos literários nesse formato.  No final de 2023, a @editoraflorearlivros lançou a obra clássica Orgulho e Preconceito da escritora britânica Jane Austen (1775-1817). Adaptada pela cordelista Nilza Dias, paulista criada na Bahia, a obra manteve sua essência da métrica à rima e foi enriquecida com as graciosas xilogravuras do ilustrador Pablo Borges. 

A sociedade Jane Austen do Brasil, organização que trata das diversas adaptações das obras da autora inglesa, divulgou e comemorou o lançamento do romance, agora em cordel. Lembrou ainda versões mais antigas adaptadas para o cinema e a televisão, como as de 1962, 1980, 1995 e 2005. 

Dentre essas adaptações, um dos destaques é o teleteatro (versão teatralizada para a TV) de Orgulho e Preconceito (1962), na extinta TV Tupi, que tinha Fernanda Montenegro como uma das irmãs Bennet, acreditam? Outra adaptação famosa foi a feita pelos Estúdios Disney, com as figurinhas carimbadas de Margarida, Pato Donald, tio Patinhas, Minie e Mickey como os membros das famílias Bennet e Darcy.

Sobre a autora: Jane Austen, que jamais foi reconhecida em vida como escritora, começou a escrever seu primeiro romance, Razão e Sensibilidade, em 1795. A obra foi, há poucos anos, adaptada para o cinema tendo Emma Thompson e Kate Winslet como protagonistas. No ano seguinte, Austen finalizou Orgulho e Preconceito. Escreveu ainda Emma, Persuasão e Mansfield Park, todas com crítica social à sociedade da época e sempre reforçando o protagonismo feminino. Em 1797, seu pai quis publicar Orgulho e Preconceito, mas o editor recusou. Quando aceitas, suas obras foram publicadas de forma anônima, utilizando o pseudônimo “By a lady”, porque a mulher não era aceita, respeitada ou tampouco reconhecida como autora. Soa familiar, não? Em 1816, Jane Austen teve a doença de Addison e faleceu no ano seguinte. Só então seu nome foi revelado pelo irmão Henry, e só em 1893 é que Orgulho e Preconceito foi publicado com seu nome. 

Foto: Divulgação
Sobre a cordelista: Maria Nilza Dias Pereira, mais conhecida como NILZA DIAS, mora, desde 1996, na Grande São Paulo, onde se formou em Pedagogia e Letras, além de ser professora da rede pública. Filha de pais nordestinos, nasceu no Guarujá, São Paulo, mas foi criada no interior da Bahia, onde conviveu com várias expressões da cultura local, em especial a literatura de cordel. Como autora e cordelista participou de várias antologias que dialogavam com a literatura clássica, discutindo questões raciais e de gênero, e divulgando a cultura popular brasileira. Nilza Dias assina essa versão rimada de Orgulho e Preconceito,  e uma adaptação ainda inédita do romance Úrsula, de Maria Firmina dos Reis. 

13 comentários:

  1. Que boa notícia! Adorei saber. Vou buscar essa adaptação. Agradeço por divulgar ♡

    ResponderExcluir
  2. Obrigada, querida. Adaptações são sempre bem-vindas, né? Bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. São bem-vindas, sim. Muitas vezes são a porta de entrada para uma autora ou autor, ou mesmo para a literatura em outros gêneros. Leitores fascinados sempre vão atrás de mais produções, espalhando as sementes... 🌿

      Excluir
  3. Bela conexão entre séculos e continentes distantes !

    ResponderExcluir
  4. Tamanho de texto perfeito para uma publicação na internet. Além de os assuntos serem sempre variados e interessantes.
    Abraço. Eneida.

    ResponderExcluir
  5. Que bela leitura para um sábado matinal na roça, Anita, com os passarinhos cantando ao fundo. Lembro-me, em 1982, quando cheguei de carona em Caruaru e descobri a riqueza de sua feira, em especial das barracas de cordel.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Ah, que delícia....as barracas todas , e as de cordel também, são um chamariz aos olhos, né? Obrigada por comentar e deixe seu nome.....abs

      Excluir
  6. Oi, Anita, é o Zé Marcelino. Esse Pablo Borges será filho do famoso J. Borges?

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Zé.. vc é danadíssimo.. sim, é filho dele... Veja aqui....https://oglobo.globo.com/cultura/noticia/2024/07/26/jborges-herdeiro-de-mestre-da-xilogravura-faz-post-apos-morte-do-pai.ghtml

      Excluir
  7. Adorei esse texto e de novo me senti acrescentada! Também adoro a Emma Tompson. Não conhecia a versão de cordel da obra da escritora. E ,como sempre , a mulher subestimada...

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Eu também, gosto muito de ambas. E seguimos defendendo o direito das mulheres. Abração

      Excluir
  8. Muito interessante Anitinha! Essas adaptações são ótimas. Bebel

    ResponderExcluir