terça-feira, 16 de agosto de 2016

Vida & Yoga | Teoria e Prática

Imagem: yogatouchmethod.com
Como aprendi e tento vivenciar, na acepção mais ampla, legítima e profunda, yoga é prática pura. Não adianta nada devorar livros e mais livros, ir à Índia, ao Tibete, ao Nepal; fazer retiros e se especializar em dezenas de técnicas de meditação; não adianta fazer as mais difíceis e acrobáticas posturas, os mais estranhos exercícios de limpeza e purificação. Não adianta falar, escrever ou dar palestras...apenas da boca para fora, como uma bela teoria, sem vivenciar o que se fala. Não adianta fazer tudo isso, mas não aplicar, no dia a dia, os yamas e niyamas, um código universal de princípios éticos, propostos por Patanjali, no Asthanga Yoga em seu compêndio Yoga Sutras, no século III a.C. Quem pratica yoga deve ser o mesmo em todos os lugares, dentro e fora da sala de aula, no tapetinho roxo, branco, verde ou lilás; na academia super chique ou na prática silenciosa individual em casa;  no retiro da montanha e no tumulto da cidade. Isso pouco importa.

Cada um deve vivenciar os ensinamentos e procurar ser a sua melhor versão na vida cotidiana: em casa, no trabalho, no ônibus, no trânsito, na convivência com os outros, no contato com o entregador de pizza, com o motorista de táxi, com a balconista da loja, com o caixa do supermercado, com o lixeiro, com o professor, com o chefe, com o colega de trabalho, com o filho levado, o pai teimoso, a família difícil ou o vizinho sistemático, com aquele que é e pensa diferente. Aliás, DIFERENTE apenas, não ADVERSÁRIO. 
Assim, os yamas e niyamas, conceitos fundamentais da maravilhosa ciência do yoga, representam um código de conduta que deve ser lembrado, relembrado e praticado, a todo o momento, até que esses conceitos se tornem parte integrante de cada um de nós, até que  se confundam com a natureza do indivíduo e transpareçam em cada ação, a cada pensamento e a cada fala, a tal ponto que surjam sem esforço, naturalmente.    

Em número de cinco [cinco yamas e cinco niyamas], todos são importantes e entrelaçados. Mas pode-se dizer que o objetivo maior da prática é desenvolver ahimsa, a não violência, no limite, entendida como amor e mansidão. Escolha um e comece a praticar: não violência, veracidade, não apropriação/ honestidade, moderação, não cobiça/desapego; pureza, alegria interior, disciplina, estudo espiritual e autoestudo; entrega a um ideal/ aceitação. Cada um deles procura dirigir o indivíduo para um melhor relacionamento com a sociedade, com o coletivo e, ao mesmo tempo, consigo mesmo, em prol de seu próprio desenvolvimento integral. Todos convergem para levar ahimsa à perfeição
Como dizia Lao Tsé, uma jornada de mil milhas começa com um primeiro passo, então, mãos à obra.  

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