 |
| Detalhe da escultura de Murilo Rubião, obra do artista Leo Santana. |
Murilo Rubião (1916-1991) é um escritor mineiro consagrado, perfeccionista
e considerado o precursor do realismo fantástico no Brasil. Rubião escrevia,
reescrevia, refletia e tornava a escrever; garimpava a palavra certa, lapidando o texto
como se pedra bruta fosse. Buscava na concisão, na ironia, na alegoria e no nonsense sua forma final. Rubião é o
nosso Kafka, no que tange ao uso do absurdo, da literatura do fantástico e do
irreal inserido no cotidiano das pessoas, com a maior naturalidade.
Aqui você encontra um
artigo muito interessante do bacharel em Direito e doutor em Filosofia Luiz Carlos Montans Braga sobre a relação entre
Espinosa, Kafka e o urbano, por meio de um conto de Murilo Rubião, intitulado A
Cidade. Além desse conto, outros bem famosos são O edifício, A fila (três dos meus favoritos), O pirotécnico Zacarias,
Teleco, Bárbara, A Casa do Girassol Vermelho, entre outros. Sua obra completa
tem 33 contos publicados (Murilo Rubião. Obra Completa. São Paulo: Companhia
das Letras, 2010). O livro da Companhia das Letras, em edição comemorativa, traz ainda um artigo do crítico
Jorge Schwartz e um ensaio inédito do Carlos de Brito e Mello.
 |
| Imagem: Divulgação |
Segundo as palavras de Sílvia Rubião, pesquisadora, professora, escritora, editora e sobrinha de Murilo Rubião, e de André Rubião, escritor,
pesquisador, editor e sobrinho-neto do homenageado, o acervo de Murilo
Rubião foi doado ao Acervo de Escritores Mineiros da Faculdade de Letras UFMG,
onde podem ser encontrados vários outros contos ainda não publicados. Um
material para os pesquisadores fazerem a festa!
Desde 2016, ano do
centenário de seu nascimento, vários eventos vêm sendo realizados, entre eles:
- Exposição "Absurdus. Murilo Rubião 100 anos", na Biblioteca
Pública Estadual de Minas Gerais, na Praça da Liberdade, nº. 21, em Belo
Horizonte, montada com apoio da Lei Rouanet, do Governo de Minas Gerais e de
várias empresas. Com curadoria de curadoria
de Fabíola Moulin e Marconi Drummond, a exposição apresenta um viés histórico e
documental, mostrando diferentes aspectos da obra de Rubião por meio de cartas,
documentos, objetos do escritor, vídeos, animações, instalações e outros
suportes. A exposição fica em cartaz até dia 31 de julho de 2017.
 |
| A pesquisadora Silvia Rubião, sobrinha do escritor, o escultor Leo Santana e o secretário de Estado de Cultura, Angelo Oswaldo. |
– Escultura em tamanho natural do escritor mineiro, criada
pelo artista plástico Leo Santana, mineiro de Teófilo Otoni. Na obra, Rubião carrega um exemplar do Suplemento Literário de Minas
Gerais – publicação criada por ele há mais de 50 anos. Vale salientar que a
escultura foi instalada, na
Biblioteca Pública, na Praça da Liberdade, em BH, bem perto da obra ‘Encontro Marcado’ (2005) que traz "os quatro cavaleiros do apocalipse" (Fernando Sabino, Hélio Pellegrino, Otto Lara Resende
e Paulo Mendes Campos), como se os amigos estivessem se reaproximando para um novo encontro marcado.
 |
| Catálogo Educativo. Imagem: Divulgação |
- Lançamento
de catálogo educativo a ser
distribuído nas escolas, com trechos de oito contos do autor, textos didáticos
sobre o realismo fantástico e sobre o conto como gênero literário, linha do
tempo, panorama político e social da época em que Rubião viveu e sugestão de
atividades. O catálogo, com 1500 exemplares, distribuídos gratuitamente para
professores e estudantes que participarem das visitas guiadas à exposição, teve
a coordenação editorial da escritora, pesquisadora e responsável pelo Legado
de Murilo Rubião, a professora Silvia Rubião, pesquisa e
texto do professor Cleber Cabral, e projeto gráfico e ilustrações de Gustavo Leite.
 |
| Catálogo Educativo. Desenho de Gustavo Leite. Imagem: Divulgação |
-
Cortejo Rubiano, concebido pela
atriz e gestora cultural Raquel Pedras, do grupo Armatrux, em parceria com a
diretora e performer Ludmilla Ramalho, em uma atividade lúdica e performática que
incorpora a estética do escritor nas artes cênicas. Imensos triciclos são
utilizados para as ações.
 |
| Encontro com a Família Rubião, no dia 25 de junho, em Varginha. Imagem: UNIS-MG. |
O Sul de Minas não podia ficar fora dessas
comemorações e, por iniciativa do Coletivo Cultural Bibliotecário Polígono Sul-Mineiro do Livro, foi organizado um Encontro com a Família de Murilo Rubião, em Varginha, dentro do evento Visita da Família Rubião ao Sul de Minas: Carmo de Minas e arredores, nos dias 24 e 25 de junho. Com apoio do curso de Letras do UNIS e realizado na biblioteca do Centro Universitário do Sul de Minas - UNIS, campus I, em Varginha, o encontro contou com a participação de diversos professores das universidades da região e de membros da Academia Varginhense de Letras, Artes e Ciências-AVLAC. Na ocasião, o historiador e presidente da AVLAC José Roberto Sales fez a palestra "Memórias varginhenses da família Rubião" e, ao final, doou um exemplar de dois livros seus: "Aurélia Rubião: Vida e Arte" e À outra margem",(2a.edição, peça de teatro em que Aurélia, sobrinha de Murilo Rubião, é uma das protagonistas. Além do presidente da AVLAC, estiveram presentes o vice-presidente Francisco Antonio Romanelli e os acadêmicos Lygia Di Lorenzo e Anita Di Marco.
Exposição:
“Absurdus – Murilo Rubião 100 anos”
Data/horário: 10
de junho de 2017 (sábado), às 10h
Local: Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, Praça da Liberdade, 21 - Belo Horizonte (MG)
Outras informações: (31) 3269-1166 /
Local: Biblioteca Pública Estadual de Minas Gerais, Praça da Liberdade, 21 - Belo Horizonte (MG)
Outras informações: (31) 3269-1166 /
Período
de visitação: de 11 de junho a 31 de julho de
2017
de segunda a sexta-feira: das 8h às 18h
aos sábados: das 15h30 às 21h
aos domingos: das 18h às 21h
Entrada gratuita
--
Cortejo Rubiano
de segunda a sexta-feira: das 8h às 18h
aos sábados: das 15h30 às 21h
aos domingos: das 18h às 21h
Entrada gratuita
--
Cortejo Rubiano
10 de junho (sábado), às 11h30
29 de junho (quinta-feira), às 16h
1º de julho (sábado), às 10h
6 de julho (quinta-feira), às 10h
29 de julho (sábado), às 10h
29 de junho (quinta-feira), às 16h
1º de julho (sábado), às 10h
6 de julho (quinta-feira), às 10h
29 de julho (sábado), às 10h
Referências:
http://www.cultura.mg.gov.br/documentos/story/4153-tema-de-exposicao-na-biblioteca-murilo-rubiao-ganha-estatua-em-sua-homenagem
http://leosantana.art.br/
murilorubiao.com.br
http://leosantana.art.br/
murilorubiao.com.br
Excelente postagem. Murilo Rubião foi um grande escritor mineiro, deixando uma obra bastante singular.
ResponderExcluirObrigada, Romanelli. Não se esqueça de colocar seu nome no corpo da mensagem. Apareça, sempre. Você e seus comentários são sempre muito bem-vindos. Abraços
ResponderExcluirAnita
Olá Anita.
ResponderExcluirTexto bacanérrimo.
Abraço do Carlinhos - extensivo ao Renato.
Post scriptum: conheço de vista o segundo (da esquerda para a direita, em pé). Acho que se chama Zionel Santana e é filósofo também. Já o vi em algumas Anpofs. Acho que dá aulas na Faceca.
Enfim, vida longa ao Rubião - ao que dele vive em nossa memória -, nosso Kafka mais kafkiano que o original.
O Brasil tem dessas surpresas boas, que se sobrepõem a Bela Lugosi (Temer), Angorá, Aécio Cheira Cheira e, por que não dizer, ainda que talvez você não venha a concordar, Vaccari, Dirceu, Palocci e a canalha toda.
Falta um artista plástico criar uma enorme ratoeira e colocar em alguma praça próxima às sedes dos três poderes. Seria muriliano. Saudações rubiânico-murilianas.
Oi Carlinhos,
ExcluirSim, sem dúvida, o Brasil tem coisas únicas e maravilhosas. Murilo Rubião é certamente uma delas e, sim, Zionel Santana é o segundo à esquerda.
O que deve se sobrepor a tudo é a Justiça verdadeira, aquela que acusa com provas e não apenas com base em "convicções", aquela que não manipula, não rotula e que não tem preconceitos. Aquela que é apartidária, trabalha sem vaidades e que trata todos com os mesmos critérios. Esperemos que a Justiça, com J maiúsculo, prevaleça...
Abraços e volte sempre. Seus comentários são sempre bem-vindos...
Anita