quarta-feira, 14 de março de 2018

Ecos Imateriais | Analogia oriental

Imagem: http://umblogperdido.blogspot.com.br/2011/09/nao-se-assustem.html

Na tradição oriental, há uma representação que compara o nosso percurso na vida com o de uma carruagem.  Mestres de várias escolas e tradições lançaram mão desta analogia para ensinar a seus discípulos a importância do autocontrole, do discernimento e da intuição. Apesar dos tons e variações locais, a história é mais ou menos assim. 
A carruagem representa o corpo físico; os cavalos representam as emoções e os sentidos; os dois últimos são controlados pelo cocheiro, cujos talentos do discernimento (viveka) e da intuição (buddhi) é que deveriam dominar o uso do chicote (vontade) e dos arreios (mente/manas). Dentro da carruagem está o verdadeiro senhor, o EU Interior, o atma. O amo, o mestre interior, conhece não só a estrada e o destino final, mas também o cocheiro, os cavalos e a carruagem.
 No indivíduo comum, adormecido, desatento e mecanizado que vive de forma inconsciente, todas essas partes estão dissociadas. Uma ou várias dessas situações podem ocorrer, ao mesmo tempo:
- a carruagem pode estar precisando de manutenção;
- os cavalos podem não ser bem cuidados e acabam fazendo o que querem; 
- os arreios e o chicote podem estar soltos ou rígidos demais e não cumprem seu papel;
- o cocheiro não é hábil no manejo e direcionamento dos animais e estes acabam seguindo por uma estrada imprevista e desconhecida;
- o cocheiro está desatento e não ouve (ou não entende) a voz do amo que lhe indica a direção certa. 
Em qualquer uma dessas situações, a carruagem pode, então, seguir por caminhos mais ou menos espinhosos, tortuosos, ignorados e nada seguros. 

No entanto, quando a carruagem (corpo físico) tem manutenção adequada, quando os cavalos (emoções) são bem controlados pela vontade (chicote) e pela mente (arreios), quando o cocheiro atento e consciente (discernimento intuitivo) ouve e segue as orientações precisas do amo (eu interior), a carruagem, sem tantos tropeços, chega intacta ao seu destino final.  
Vale a reflexão. 

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