domingo, 2 de junho de 2019

Ecos Culturais | 2019. Ano de Leonardo da Vinci


Autorretrato, obra pintada aos 60 anos.
 Não há quem não conheça, ao menos de nome, o artista, inventor e cientista Leonardo da Vinci (1452-1519). Considerado o gênio do Renascimento, movimento cultural, artístico e científico europeu na passagem da Idade Média para a Idade Moderna (séculos XIV, XV e XVI), o artista parece mais presente do que nunca e continua a inspirar, atrair interesse e despertar admiração. Prova disso é que, depois de 500 anos de sua morte, toda a Itália relembra e celebra a obra do artista com uma série de exposições e eventos em várias cidades.  

Pintor de poucas obras, trinta no máximo, Leonardo é autor de algumas das mais famosas do mundo. Basta perguntar aos milhões de turistas que vão ao Museu do Louvre, em Paris, qual a obra que mais querem conhecer. Resposta: a Mona Lisa, ou La Gioconda, iniciada em 1503 e concluída em 1507, com seu sorriso enigmático e o esfumaçado obtido com as várias e finas camadas de tinta sobrepostas, que caracterizam a técnica chamada veladura. Segundo Giorgio Vasari (1511-1574), pintor e biógrafo de Da Vinci, Francesco del Giocondo encomendou ao artista o retrato de sua mulher, La Gioconda. 
La Gioconda, no Museu do Louvre, em Paris.

Ambidestro, Da Vinci era curioso e criativo. Interessou-se por pintura, escultura, matemática, astronomia, óptica, anatomia, engenharia, hidrologia e física. Dedicou a vida a buscar conhecimento. Seus projetos, desenhos e protótipos falam da sua precocidade, genialidade e multiplicidade de interesses: pensou, desenhou ou inventou objetos muito além de seu tempo como um certo precursor dos robôs, máquinas voadoras, paraquedas, roupa de mergulho, canhões, carro armado, além de projetos arquitetônicos de fortalezas e igrejas. Seu interesse na anatomia e no funcionamento do corpo humano o levou a dissecar cadáveres, em uma época que isso era considerado crime. Seus desenhos foram uma luz nos estudos médicos posteriores.

Leonardo nasceu em Vinci, aldeia italiana perto de Florença. Vale lembrar que Vinci não é sobrenome e, sim, a identificação do lugar de origem. Desde pequeno, gostava de rabiscar e registrar tudo, em seus cadernos: pensamentos, planos, esboços de suas obras e desenhos. Em algumas anotações, usava códigos.  
O Homem Vitruviano, hoje em Veneza.



Aos 14 anos, em 1466, mudou-se para Florença onde começou a trabalhar como aprendiz do pintor e escultor Andrea del Verrocchio, onde já trabalhavam pintores como Boticelli e Filippino Lippi.Quando tinha 30 anos, em 1432, Leonardo foi para Milão onde viveu por cerca de 20 anos, desenvolvendo várias obras encomendadas pelo Duque de Milão, Ludovico Sforza.  Em 1495, ainda em Milão, Leonardo iniciou “A Última Ceia”, pintura mural de 9 metros de largura por 4,60 de altura, numa parede do convento dos frades dominicanos, Santa Maria Delle Grazie.

Mais tarde, voltou a Florença, como engenheiro militar e, entre 1513 e 1516, Leonardo da Vinci viveu em Roma, sob a proteção do irmão do Papa Leão X. Nessa época, pintou ‘São João Batista’, provavelmente sua última obra.

São João Batista, também no Louvre.
Após a morte de seu protetor romano, Da Vinci mudou-se para a França, para uma residência do rei Francisco I: o Castelo de Cloux, em Amboise, no vale do Loire, para onde levou anotações, desenhos e obras inconclusas. Faleceu ali, em 02 de maio de 1519 e foi sepultado no convento da Igreja de Saint Florentin, em Amboise.
Além da Gioconda, ou Mona Lisa, algumas obras mais conhecidas são:
- “São João Batista” (1514): pintado em Milão e hoje também exposto no Museu do Louvre, em Paris. De sua moldura, não muito longe da Mona Lisa, ele sorri discretamente para o visitante e, com a mão erguida, parece nos dizer: “Eu aqui, tão lindo, tão tranquilo, e vocês nesse empurra-empurra para ver La Gioconda!”
- “A virgem e o menino com Santa Ana” (1508), também no Louvre, em Paris.
A Dama com Arminho, em Cracóvia.
- “A Dama com Arminho” (1488-90), pintado em Milão, retrato de Cecília Gallerani, no Museu Czartoryski, em Cracóvia, na Polônia.
- “Retrato de Músico” (1485), representa um amigo músico do artista. Na Biblioteca Ambrosiana,  Milão.
- “Autorretrato”, provavelmente pintado quando o artista tinha 60 anos. Na Biblioteca Real(Palazzo Reale) de Turim.
- “L’Uomo Vitruviano” (1490), o estudo das proporções humanas e símbolo do espírito renascentista. Na Galeria da Academia, em Veneza.   
- “Código Atlântico” (1478-1518): coleção de anotações, escritos e desenhos do artista, em 12 volumes e mais de mil folhas, com estudos de arquitetura, hidráulica, mecânica, geometria e matemática. Na Biblioteca Ambrosiana, em Milão.

Leonardo era único, singular e deve ser celebrado, sim, com muito orgulho não só pelos italianos, mas por todos nós, pelo que ele nos trouxe, nos mostrou e nos apontou. Salve, Leonardo!  
Referências:
TANCREDI, Silvia. Leonardo da Vinci; Brasil Escola. Disponível em <https://brasilescola.uol.com.br/biografia/leonardo-vinci.htm>. Acesso 04 maio 2019.

4 comentários:

  1. Um gênio ,de fato.Salve!

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    1. De fato, o Renascimento foi um período excepcional na História. Obrigada por participar, mas não se esqueça de assinar seu nome no corpo da mensagem. Abraços
      Anita

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  2. Adorei o João Batista reclamando a atenção do 'empurra-empurra"!
    Visitei o castelo onde Leonardo Da Vinci morreu, ano passado.
    O mistério dos restos mortais... foi enterrado numa capela do jardim do castelo de Francisco I. Mas, no século XIX (não tenho certeza), a capela d=foi destruída e ninguém sabe o paradeiro de seus restos.
    Anita, parabéns, como sempre, pela sua matéria!
    Abs

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    1. Querida, seus comentários só enriquecem meu blog. Obrigadíssima. beijos
      Anita

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