Durante as aulas de yoga e aqui no blog Anita Plural,
o conceito de carma (Karma) é sempre
lembrado não como algo que sela nosso destino, mas como resultado das ações de cada um. Até comparei carma com um bumerangue: vai, mas volta. Sempre. Importante é ter em mente que a ação nossa de cada dia é que cria
nosso presente e nosso futuro, o que significa que é possível modificar nosso
"carma". Depende de como agimos. A mudança não é imediata, mas acontece. Não tenha dúvida!
Pois bem, ao pesquisar sobre o tema, acabei associando a ideia de carma com dois termos - remorso e arrependimento - que podem ter significados similares, mas não são idênticos. Do latim remorsus, p.p. de remordere, o remorso vem quando alguém se ressente, se angustia e se culpa por um ato reprovável que cometeu contra alguém. O remorso carrega a noção de culpabilidade e de censura, mas nem sempre o arrependimento pelo ato em si; muito menos um desejo de reparação, ou seja, não induz o indivíduo a uma reflexão, não produz um desejo de mudança de atitude e de vida. Não é, portanto, um sentimento positivo, já que paralisa, corrói e adoece o corpo e alma daquele que o sente.
Arrependimento, por sua vez (do latim repoenitere,
repender e do grego
metanoeo, mudança da mente] também traz um sentimento de
tristeza pelas consequências de uma ação (executada ou não). Diferentemente
do remorso, porém, o arrependimento sugere reflexão, traz um impulso
interno de mudança e a vontade de consertar o mal provocado por aquela ação. Assim, o termo tem uma conotação positiva, pois vem com o germe da autorreflexão e do desejo de autotransformação.
Exemplo: alguém lastima e se arrepende por alguma escolha feita, qualquer que seja o âmbito dessa escolha: pessoal, profissional, social, político. Arrepender-se não vai modificar a opção feita, tampouco seus frutos, uma vez que ao agir já se acionou um carma que está em movimento e que, de um modo ou de outro, vai afetar os que dispararam a ação. É fato. O aspecto positivo disso tudo é que, estando um pouco além do mero remorso, o arrependimento leva o indivíduo a analisar, ponderar sobre sua escolha/ação e a modificar-se para reparar o dano. Novamente, esta é uma verdade inexorável: quaisquer que sejam as nossas atitudes, elas sempre têm eco. Sempre.
Assim, caro leitor, antes de pensar, falar ou agir, é preciso considerar os efeitos desses pensamentos, palavras ou ações sobre o todo, porque a meta do ser humano é evoluir, e
evoluir significa agir de forma menos individualista, mais refletida, mais generosa
e solidária. Afinal, ninguém cresce sozinho.
Referências: