Chico e Suassuna. E. Kobra. São Paulo. Foto: Divulgação |
Há alguns dias, falei de arte urbana, em caráter
temporário (ver aqui). Obras de arquitetura também podem ser temporárias. Que o digam as exposições universais ou
feiras mundiais já realizadas mundo afora! No entanto, como arquitetura temporária, não me refiro aqui às, hoje em dia tão necessárias, instalações para refugiados e imigrantes. Isso é assunto para outras postagens.
Em princípio, feiras e exposições universais trazem inovações, avanços técnicos e científicos, apresentando o melhor de cada país. Seus pavilhões, em geral, são construídos para serem desmontados logo após o evento. Porém, nem sempre isso ocorre. Por exemplo, o emblemático Palácio de Cristal de John Paxton, marco da primeira exposição universal de Londres, em 1851, foi relocado logo após a feira, mas acabou se perdendo após um incêndio em 1936.
Em princípio, feiras e exposições universais trazem inovações, avanços técnicos e científicos, apresentando o melhor de cada país. Seus pavilhões, em geral, são construídos para serem desmontados logo após o evento. Porém, nem sempre isso ocorre. Por exemplo, o emblemático Palácio de Cristal de John Paxton, marco da primeira exposição universal de Londres, em 1851, foi relocado logo após a feira, mas acabou se perdendo após um incêndio em 1936.
Palácio de Cristal, 1884. Petrópolis. Foto: Divulgação |
Aliás, inspirando-se em seu parente londrino, a cidade de Petrópolis também construiu seu Palácio
de Cristal. Inaugurado em 1884 para sediar feiras agrícolas, o pavilhão foi tombado pelo
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em 1967 e hoje abriga exposições
e eventos.
Outras construções, no entanto, resistiram ao inevitável destino após as exposições e permaneceram intactas, como a Torre Eiffel, construída para a Feira Mundial
de Paris, em 1889, e o Pavilhão Alemão,
de Mies van der Rohe, erguido na Exposição Internacional de Barcelona de 1929. Este último, também desmontado após a feira, foi reconstruído em 1983. Note-se que, nos dois casos, o objeto exibido foi a própria arquitetura que, de temporária,
passou a permanente.
Novos exemplos surgem o tempo todo. A cada ano, em pleno verão, o Serpentine Pavilion, nos jardins de Kensington em Londres, convida
artistas e arquitetos a criarem obras temporárias, as quais ficam expostas de junho a
outubro. Com a proposta de interação lúdica, os
visitantes circulam, tocam, entram, saem, descansam ou navegam em torno
das obras. Já passaram por lá, e deixaram suas marcas, arquitetos como o
brasileiro Oscar Niemeyer, o holandês Rem Koolhas, o francês Jean Nouvel, os
suíços Herzog & De Meuron, o dinamarquês Bjarke Ingels e o africano Diebedo
Francis Kéré, de Burkina Faso, entre outros.
The London Mastaba, 2018. Christo e Jeanne-Claude. Imagem: Divulgação |
Além do pavilhão, o lago Serpentine também recebe instalações artísticas, como a obra (foto acima) do búlgaro Christo e sua esposa Jeanne-Claude: a London Mastaba, uma imensa escultura flutuante, montada em 2018, formada por sete mil barris vazios de petróleo.
O mais interessante dessas intervenções temporárias é colocar os temas da arte, da arquitetura e do urbanismo na boca, no pensamento e no caminho
dos cidadãos, dos arquitetos e de todos os profissionais que, com suas propostas, interferem na paisagem urbana e constroem as cidades. É uma forma de convidá-los
ao debate, à reflexão, à elaboração de um pensamento crítico e, a partir daí, à tomada de decisões mais conscientes em prol da qualidade de vida como um todo, sobretudo das cidades, a casa de todos nós.
Referências:
https://www.dezeen.com/2018/06/18/cristo-unveils-the-london-mastaba-floating-on-serpentine-lake/
https://www.archdaily.com.br/br/894771/um-laboratorio-de-arquitetura-a-historia-das-exposicoes-mundiais
Muito bacana. É uma coisa que faz pensar...A gente vive às vezes em meio a um caos de feiura urbana quando tudo bonito faria a vida melhor. Tipo fengshui urbano!
ResponderExcluirSim, e muitas vezes está no ar, prestes a acontecer se houver espaço... Falta vontade política, porque ideias não faltam... Obrigada por participar, mas vc não deixou seu nome... Abraços
ExcluirAnita
Excelente seu comentário sobre estas obras incríveis pelo mundo.Elas nos fazem sentir um olhar mais feliz e colorido das ruas,parques ela.Parabéns!
ResponderExcluirBebel, querida! Você sabe coo são importantes esses aspectos, não? Vivenciou inúmeras cidades. Obrigada e beijos.
ExcluirAnita
Oi velha amiga. Muito interessante.
ResponderExcluirQdo. e onde vai expor suas obras? Vou esperar.
Coooomo???? Eu não pinto, só escrevo!!!! Vamos ver quando sai algo concreto... bjs
ExcluirAnita
Lindo texto, Anita! Você sempre trazendo informações inusitadas!
ResponderExcluirParabéns!
E você sempre presente e atenta, Valquíria! Origadíssima... Super elogio vindo de você. abraços
ExcluirAnita