quinta-feira, 15 de agosto de 2019

Ecos Culturais | Land Art em Paris

A cada dia, a arte se renova de forma brilhante diante de nossos olhos. O mundo está repleto de artistas criativos, visionários e determinados a provocar, através de suas obras, mudanças na sociedade e em nosso mundo, cada vez mais parcial, sectário e segregado. Nosso internacional Eduardo Kobra é um deles, sem dúvida. Mas, há muitos outros.  
"Beyond the Walls", obra de Saype, vista de cima, aos pés da Torre Eiffel. Foto: DW
Há poucos dias, assisti a um vídeo sobre um trabalho que conclama à união. A obra se estende sobre o gramado do Campo de Marte (Champ de Mars), bem aos pés da Torre Eiffel, em Paris. Com 600 metros de comprimento e 25 de largura, faz parte do projeto Beyond Walls (Além dos muros), lançado em junho último por Saype, um artista contemporâneo que, nos próximos três anos, quer espalhar este trabalho no mundo todo. A obra reproduz uma corrente de mãos dadas, lembrando que a união é indispensável à paz no mundo e que, queiramos ou não, estamos todos interligados.

Saype, autor do projeto 'Beyond the Walls'. Foto: DW
Nascido na França, em 1989, o aquariano Saype, ou Guillaume Legros, atualmente mora e trabalha na Suíça. Autodidata, começou aos 14 anos com grafite e aos 16 já expunha seu trabalho em galerias. Através de sua obra, expressa seu anseio por um mundo mais humano e solidário, menos subdividido e com menos muros. Saype nos convida a refletir sobre a natureza profunda do ser humano, sobre o lugar que cada um ocupa no mundo e destaca que juntos sempre podemos ir mais longe. 

Pioneiro na arte de pintar na grama, movimento artístico entre a Land Art (Arte na Natureza) e o grafite, desde 2013 Saype trabalha com imensas obras efêmeras, utilizando tintas totalmente biodegradáveis que ele mesmo prepara com carvão, cal e uma goma formada pela proteína do leite.

Símbolo de união e convivência fraterna e solidária, o trabalho acima foi realizado em oito dias para celebrar o Dia Mundial do Refugiado (20 de junho) e contou com o apoio da SOS Mediterranée, entidade humanitária que atua com esse público. Chamada de arte efêmera, já que o desenho desaparece dentro de duas ou três semanas, sua obra marca posição, questiona e faz pensar. É um convite à benevolência e, como diz a página do artista, “um chamado para criar uma imensa corrente humana de solidariedade”. 
Aqui você assiste ao vídeo da DW, com texto em português e abaixo, o vídeo da DW Euromaxx, publicado em 2 de jul de 2019

Referências:
Instagram do artista:  Saype_artiste 
https://www.saype-artiste.com/
https://www.dw.com/pt-br/grafite-gigante-aos-p%C3%A9s-da-torre-eiffel/av-49458864

2 comentários:

  1. Anita, parabéns por mais este trabalho! Obrigada por nos presentear com mais um dos seus textos. E que trabalho incrível que esse artista francês faz! E com muita consciência e cuidado com o planeta. Precisamos de mais pessoas como o Saype, que espalham o Amor pela vida e o respeito pelo próximo. E ainda enfeitam nossas cidades. As palavras "além dos muros" me traz tantos significados. Não apenas pela arte que foi para as ruas - e nas ruas não se restringe mais apenas aos muros -, mas também contra qualquer tipo de preconceito e cegueira diante dos fatos. Anita, que as suas palavras ganhem muito eco, levando a sua arte, a do Saype e a de outros artistas à muitas pessoas. Precisamos de muitos Ecos Culturais.

    ResponderExcluir
  2. Que lindas palavras, Silvia! Obrigada, querida. A sua sensibilidade também consegue quebrar barreiras e ir além dos muros. Que Deus te ouça, beijos e obrigada por comentar. Venha sempre...
    Anita

    ResponderExcluir