quarta-feira, 1 de janeiro de 2020

Ecos Culturais | O tempo e o calendário


A contagem do tempo fez parte de todos os povos e o final de cada ciclo era sempre celebrado. O calendário é a forma palpável de marcar essa passagem, mostrando o fim de um período e o início de um novo ciclo. Como num passe de mágica, uma simples virada de página do calendário parece trazer novas esperanças, novas propostas, novas promessas. Claro, a esperança é o que nos move, desde sempre, mas esperança inativa não muda muita coisa. Nunca é demais repetir que o ano novo não vai mudar as coisas. Somos nós, com nossas ações cotidianas, que mudamos e transformamos o mundo.

 https://www.estudokids.com.br/movimentos-da-lua/

Mas como começou a contagem do tempo? Como surgiu o calendário? 
Dizem os estudiosos que a medição do tempo seguia o ritmo da Astronomia e da Natureza: comprimento dos dias, posição do sol, da lua e das estrelas, tempo de preparar a terra para o plantio, semeadura, colheita e tempo de se resguardar.

Considerados os criadores do calendário, por volta de 3000 a.C., habitantes da Mesopotâmia, os sumérios adotavam os ciclos da lua para contar a passagem do tempo, ou seja, o calendário lunar (12 meses de 29 ou 30 dias, totalizando um ano com 354 dias) que não coincidia com o calendário solar (365 dias), criado pelos egípcios. Para estes, os meses eram divididos em três estações, de acordo com as águas do Nilo: Inundação, Inverno e Verão.
Calendário asteca. Imagem: Wikipedia

O calendário chinês considera os dois períodos (solar e lunar) e é formado por ciclos de 12 anos, com início em fevereiro (ano novo chinês). A propósito, os animais do horóscopo chinês não estão relacionados aos meses e, sim, aos anos. 
Nossos indígenas contavam o tempo com base nos ciclos lunares. Maias, astecas e outros povos nativos da América consideravam o tempo como um ciclo que se repetia eternamente.  

O calendário gregoriano, usado atualmente em grande parte do mundo, é um aperfeiçoamento dos vários calendários romanos, como o juliano, ainda usado por algumas igrejas ortodoxas. O calendário juliano foi proposto por Sosígenes, astrônomo de Alexandria, e introduzido por Julio César em 45 a.C. O calendário cristão, criado no século VI, fixou o ano do nascimento de Jesus, o Anno Domini (A.D.) como o ano 1. Com isso, os fatos históricos situam-se no tempo como antes (a.C.) ou depois de Cristo (d.C.).

O Calendário Cristão é do ano 532 da nossa era. Era o ano 248 da era Diocletiana (os anos eram contados segundo o calendário juliano e estavam sendo contados a partir de um decreto de Diocletiano) quando Dionysius Exiguus, um calculista do Papa (fazia os "complicados" cálculos para a determinação da Páscoa), sugeriu que a contagem dos anos tivesse início no ano do nascimento de Cristo. Não se sabe dos cálculos, provas, etc. que Dionysius teve para fixar o nascimento de Cristo (erradamente) 532 anos atrás, no dia que passou a ser 25 de dezembro do ano um. O início da era Cristã ficou sendo, desta maneira, 359 dias antes daquele que Dionysius presumiu ser o dia do nascimento de Cristo. (1)  

No final do século XVI, o papa Gregório XIII organizou uma comissão de astrônomos e matemáticos para diminuir a defasagem entre os calendários utilizados e, seguindo instruções do Concílio de Trento (1545-1563), adotou oficialmente, em 1582, o chamado calendário gregoriano, conforme proposto por Aloysius Lilius, astrônomo de Nápoles. No gregoriano, o ano tem 365 dias, 12 meses (de 30 ou 31 dias), à exceção de fevereiro com 28 dias (29 dias nos anos bissextos) e 97 anos de 366 dias (anos bissextos), a cada período de 400 anos. 
 Judeus e muçulmanos também contam o tempo a partir de datas históricas e adotam outros calendários. Para os judeus, o calendário se inicia a partir da criação do primeiro homem, segundo eles, há quase 5800 anos. O calendário islâmico, também lunar, marca o tempo a partir da Hégira, ano em que Maomé, fugiu de Meca para Medina, no ano 622 da nossa era. A Hégira, portanto, é considerada o primeiro ano da era muçulmana.    
De qualquer forma, qualquer que seja o calendário adotado, é tempo de agradecer o final de mais um ciclo, comemorar e se preparar para que o próximo seja, de fato, melhor.  
2020, aqui vamos nós! Feliz novo ciclo!  

Referências:
https://www.estudopratico.com.br/origem-do-calendario/

3 comentários:

  1. Obrigada, amiga, por nos deliciar com seus textos! sempre de grande aprendizagem para nós leitores.

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    1. Pode ter certeza que quem mais aprende sou eu! Mas eu adoro aprender, bjs e obrigada!

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  2. Obrigada, amiga, por estar sempre por aqui! Feliz novo ciclo!

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