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Imagem: Wikipedia Commons |
O progresso
científico sempre me traz reflexões e questionamentos. Mas, quando se
vive em determinada época, com tudo o que ela traz de avanços nas mais
diversas áreas e no dia a dia, não se tem a noção exata daquilo que está
acontecendo. Em campos como medicina, engenharia e arquitetura, talvez essa
percepção seja mais palpável. Todos falam dos avanços da medicina, das novas
técnicas não invasivas que congelam células cancerosas, das pesquisas e
descobertas de novas substâncias para a cura das doenças e por aí vai. No campo
da engenharia e da arquitetura, é só olhar em volta para se surpreender com os
inimagináveis espaços, edifícios, obras e pontes que vemos...Na área da
Tecnologia da Informação os avanços também são assombrosos. Mas, em outras
áreas, isso pode parecer menos tangível.
Vou dar um exemplo. Os
jovens da minha geração (com muito orgulho) aprenderam
datilografia na escola primária (sim, até hoje digito com todos os dedos); estudaram
(ainda que por breve período) Latim e, depois, Francês (junto com Inglês); terminavam
o primário e, depois, faziam o exame de admissão (pró-forma em algumas escolas) para entrar no ginásio. No Ensino Médio, então
chamado Colegial, era preciso decidir dentre três opções: o Clássico
(para profissões da área de Humanas), o Científico (para área médica e de exatas) e o
Normal (para atividades pedagógicas). Depois do vestibular, para saber se tinham sido aprovados nos
vestibulares, os jovens da minha geração precisavam comprar os jornais ou ir até
o cursinho (os que frequentavam os cursinhos pré-vestibulares), para ver as listas dos aprovados.
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Imagem: Orelhão Imagem: Divulgação |
Como ainda não havia celulares, era preciso comprar fichas
telefônicas para falar em um Telefone de Uso Público (TUP), ou simplesmente orelhão... Sim, os telefones públicos protegidos por uma grande orelha –
uma concha em fibra de vidro, projeto da arquiteta e designer brasileira, Chu Ming Silveira (1941-1997), em 1972.
Minha geração aprendeu a
usar máquinas de escrever manuais, as elétricas, o fax e depois o computador.
Hoje, o celular é um minicomputador. Sempre penso que sair da máquina
de escrever portátil Lettera 22, da Olivetti, para o celular foi um passo
imenso e uma mudança total. Acho o máximo ter vivido tudo isso, embora, devido à
rapidez dessas mudanças, muitas coisas ficaram, em pouco tempo, obsoletas.
Imagine só: do fax para o WhatsApp...UAU! Parafraseando Neil Armstrong (1930-2012), em 1969, ao pousar na lua, It’s
another giant leap for mankind, right?

Acho o WhatsApp o máximo, coisa de gênio mesmo, desses sabichões tecnológicos que andam por aí,
como quem não quer nada. A começar pelo nome. Para
quem não sabe, “What’s up” em
inglês significa: “E aí? Tudo bem? Com vão as coisas?” Agora, é ou não
genial? Além do título
brilhante, o aplicativo tem 1,5 bilhão de usuários ativos mensais, professores, profissionais, amigos e grupos familiares: núcleo mais restrito, família
expandida, família de quatro gerações... Muito bom! Em uma família
pequena, quatro pessoas, digamos, todos podem conversar ao mesmo tempo sobre um tema,
discutir, brigar, chorar, dar apoio, aconselhar, saber de notícias tristes ou
compartilhar momentos de alegria, tudo em conjunto e em tempo real, como se
estivéssemos ao redor de uma mesa. Demais... Falo por mim, facilitou
muito a minha vida.
A propósito, o Brasil é um dos recordistas de uso do
WhatsApp, ou Zap. Há alguns dias, conversando por e-mail com um amigo em
Londres, disse-lhe que falaria com ele pelo ZAP e, é claro, ele não entendeu
nada... Um viva ao criador desse jovem aplicativo, que só tem 10
aninhos e, portanto, muito caminho pela frente. A título de informação, o
Zap foi criado em 2009 por dois funcionários do Yahoo: o ucraniano Jan Koum
e o americano Brian Acton. Trabalharam juntos até 2007 e, em 2014, decidiram vender sua criação ao Facebook pelo valor (da época) de US$ 19 bilhões.
De qualquer forma,
sou grata por essa criação, permitindo que as distâncias fossem
encurtadas, que a separação no espaço e no tempo fosse
praticamente eliminada e, principalmente, que a saudade fosse, digamos não superada, mas pelo menos
atenuada...
Referências
Que bom que estamos vivendo tudo isso.... Da olivette para o watts up, é realmente um grande salto!! Adorei o texto!
ResponderExcluirI'm here!!! Hahahahaha
Obrigada, Neusinha... É um privilégio viver tudo isso, não? beijos
ExcluirMuito legal Anita. Lembrei-me de muitos fatos lendo seu artigo. Como no tempo que trabalhei na Embratel em BH no setor de tecnico em fax. Onde instruía varias cidades de Minas a operar os tipos de fax existentes na época.
ResponderExcluirNão parece coisa de outras vidas? Impressionante a rapidez dessas mudanças... Que bom que vivemos isso, né? Obrigada por participar, Cláudio...
ExcluirAbraço
Sabe, tenho uma lettera 22 e funcionando.
ResponderExcluirEu tinha, mas já a doei há muito tempo. Era simpática, mas gostava mais da Olímpia.. valeu, beijos
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