quarta-feira, 18 de março de 2020

Ecos Humanos | Covid 19: CV, o vírus do despertamento


"Não precisamos de muita coisa. Só precisamos uns dos outros".
  Carlito Maia, publicitário (Lavras,1924- São Paulo, 2002)

Sempre acreditei nessa frase profética do mineiro de Lavras, Carlito Maia. Porém, mais do que nunca, diante de uma pandemia de Coronavírus (Covid-19), como a que o mundo enfrenta neste momento, ela é absolutamente verdadeira.
Nos piores momentos da humanidade é que vemos surgir o melhor e o pior do ser humano. Do lado positivo, o trabalho de milhares de trabalhadores da saúde e da educação, a solidariedade de tantos anônimos conscientes que se revezam e se esforçam para superar a situação o mais rápido possível. Do lado negativo, a ignorância, o oportunismo, o egoísmo, a ganância e a exploração do homem pelo homem. Lucrar com a desgraça alheia, com a dor e a doença é de uma falta de compaixão e de uma baixeza inominável. Não consigo encontrar um adjetivo adequado para qualificar essa pessoa e suas ações.  
O momento é de valorizar a vida e não os ganhos ou as perdas do mercado, porque a energia do dinheiro só é boa quando gira e atende ao maior número possível de pessoas. A vergonhosa e flagrante desigualdade do nosso país é prova do mau uso dessa energia que, quanto mais concentrada, mais deixa invisíveis justamente os mais vulneráveis. No entanto, talvez pela primeira vez de fato, a crise atual represente uma mudança de paradigma e faça a humanidade literalmente parar, questionar, repensar e, oxalá, ressignificar sua vida, seus conceitos e preconceitos, seus bons e seus maus hábitos, seu egoísmo.

Imagem: https://educador.brasilescola.uol.com.br
Ter a consciência de que não se é sozinho é a primeira constatação. Devido ao aumento exponencial da disseminação do Covid 19, é importante obedecer às autoridades de saúde e tomar os cuidados necessários de higiene para evitar contaminar os mais vulneráveis. Agindo assim, podemos achatar a curva de disseminação do vírus e evitar a sobrecarga dos sistemas de saúde.
De todo modo, como o vírus atinge o sistema respiratório, disciplinas como o yoga e o tai chi chuan, por exemplo, ajudam a expandir a caixa torácica e fortalecer esse sistema. Então, além dos cuidados de higiene, absolutamente necessários e reais, vamos respirar de forma consciente, meditar, relaxar, cantar, dançar, ouvir música, ler bons livros, ter bons pensamentos, bom senso e fé, porque essas são atitudes que ajudam a manter o equilíbrio emocional e a harmonia interna, portanto, reforçam nosso sistema imunológico. 
É sabido que as emoções têm influência direta sobre o funcionamento do nosso corpo e, a partir de situações como essa podemos mudar a forma como sentimos e como agimos. É preciso autodomínio; é preciso vencer o medo que pode baixar as defesas do organismo. É vital cultivar bons sentimentos e boas vibrações. É essencial reavaliar o tipo de alimento/energia que ingerimos, que nos sustenta e imanta. É preciso repensar nossos hábitos, nossos valores e despertar o respeito ao outro, a empatia e a solidariedade.
O cuidado consigo e com os outros faz parte dos hábitos naturais de pessoas conscientes em uma sociedade civilizada: ser responsável, respeitar o outro, reaprender a vê-lo, ouvi-lo e preocupar-se com ele. Somos todos interdependentes e a cura é coletiva. Essa compreensão fará a diferença, não só para nós, mas para todo o universo. 
Quando terminei de escrever este post, recebi de uma amiga o texto do jornalista Jamil Chade, no El País. Vale a pena ler aqui e pensar. 

Referências
Ministério da Saúde do Brasil: https://saude.gov.br
https://brasil.elpais.com/opiniao/2020-03-17/a-crise-que-definira-nossa-geracao.html

4 comentários:

  1. Maravilha Anita. Quanto mais propagarmos reflexões que nos levem a acessar nossa consciência e que contribuam para nossa pacificação, melhor!
    Esse é o mais efetivo caminho de cura coletiva.
    Grande abraço!

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    1. Olá, Isaías
      Obrigada pelo comentário. Como lhe falei, estava começando a publicar meu texto quando vi seu post e parei para lê-lo. Uma beleza! Vale compartilhá-lo também. Quanto mais gente ler , melhor. Grande abraço e sigamos na luta...
      http://blogs.opovo.com.br/artesanatodamente/2020/03/18/minha-oracao-diante-da-pandemia-do-coronavirus/#comment-3146

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  2. É mesmo! A prática de Yoga ajuda muito! E vc entende do riscado, já dá aulas há tempos, conhece.
    Por enquanto, o Victor e eu vamos continuar com o Pilates. Mas não sabemos até quando. O lugar onde fazemos hidroginástica, infelizmente - e com razao - fechou temporariamente.
    Um abraço, Anita. Seu texto sempre nos leva a atentar para o COLETIVO!

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    1. Obrigada por comentar, Valquíria. Sim, nós só existimos dentro do coletivo. É o principal, se o todo não está bem, como posso ficar bem sozinha? Um beijo

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