Sempre achei estranho (e muita gente também acha) o meu jeito de torcer em competições esportivas. Torço, mas fico com pena do time que perde. Engraçado...ou muito estranho. Mas acho que não sou a única. Também não gosto de loterias, porque só existe um primeiro lugar. Acho que tudo poderia ser mais dividido e divertido. Imaginem um prêmio gigante da loteria dividido entre centenas ou milhares de pessoas, não seria demais? Também não sou chegada a disputas e dualidades raivosas e excludentes, muitas vezes impostas pela mídia e "compradas" pela população: Fla x Flu, São Paulo x Corinthians, Inter x Grêmio, Rio x São Paulo, Brasil x Argentina.
Ora, no caso das competições esportivas, o segundo lugar é excelente, concordam? O time ou o atleta que chegou em segundo está abaixo apenas do campeão, ou seja, é o segundo melhor. Mas não é isso que acontece. De modo geral, o segundo colocado parece sentir-se mal por isso e muitos saem chorando dos eventos... Seria um choro provocado pela sensação de perda, então. Bom, acho que pode ser isso, sim, no começo, no calor da disputa, mas vejo esse choro também como perda de energia, de oportunidade de valorizar o esforço para chegar até ali e o do outro, é evidente. Há espaço para todos - para jogar, brincar, divertir-se e propiciar um bom espetáculo ao público. São lamentáveis as cenas em que o segundo lugar, em qualquer campo, se nega a cumprimentar o primeiro. Vergonha alheia!
Floralis Genérica, BAs. Foto: Anita Di Marco |
Mas por que estou falando isso? Porque gosto muito, e vou continuar gostando, de Buenos Aires, cidade incrível, vibrante e agradável. Como toda cidade que encanta o morador e o visitante, Buenos Aires tem presença, história, arquitetura, patrimônio histórico, belezas naturais, áreas verdes, educação, cultura e arte urbana. Muita mesmo, muita arte e cultura.
Uma das obras mais impactantes para mim é a Floralis
generica, uma escultura metálica representando todas as flores do mundo e doada à cidade, em 2002, pelo seu criador, o arquiteto
argentino Eduardo Catalano. Que gesto fantástico! Como seria maravilhoso
se pudéssemos dar às nossas cidades presentes como arte, cultura, cuidado, carinho, gentileza... Afinal, sempre vivo falando que a cidade é nossa casa maior, espaço comum e, portanto, de responsabilidade comum também...Você gostaria de viver numa casa mal cuidada, suja, desconfortável e sem manutenção? Então, pense na cidade como a imensa casa de todos...
Floralis generica. Buenos Aires. Foto: Anita Di Marco |
Dados técnicos
Floralis Generica Projeto: Eduardo Catalano
Material: inox e alumínio Peso: 18 toneladas
Diâmetro pétalas fechadas: 16 m Pétalas abertas: 32 m
Diâmetro espelho d'água: 44 m
Referências
https://aguiarbuenosaires.com/flor-metalica/
Sempre quis ir a Buenos Aires e agora sei que quero também visitar este inusitado monumento: uma flor metálica em sincronia com o ambiente, o que me fez lembrar do personagem Homem de lata( que tinha coração), de O Mágico de Oz. 😘
ResponderExcluirQue bela analogia! Obrigada e da próxima vez, deixe seu nome. Abraços
ExcluirAnne
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ResponderExcluirParabéns, Anita. (Guima)
ResponderExcluirObrigada, Guima. Super elogio vindo de você. Abraços
ExcluirBelo texto. Parabéns
ResponderExcluirParabéns Anita! Seus textos são excelentes. Ficamos mais cultos quando acessamos suas publicações.
ResponderExcluirNapoleão
Muito obrigada, Napoleão. Gentileza sua. Na verdade, gosto de ir falando, falando e mostrando o que acalenta a alma, certo? Abração
ExcluirAnita, pensar a cidade como nossa casa maior, nos leva a refletir a responsabilidade de cada um no cuidado e conservação do nosso ambiente. Parabéns.
ResponderExcluirParabéns Anitinha!Belo texto!Também acho que segundo lugar só está um degrau abaixo do primeiro e é tão campeão como o primeiro.
ResponderExcluirConheci Buenos Aires e vi linda Floralis
Genérica,linda!!Bebel
Eba!!! Você pensa como eu, então, é isso aí... Obrigada por estar sempre aqui, um beijo.
ExcluirConheci essa flor.
ResponderExcluirVc me fez relembrar, Anita.
E sempre me lembro do que vc fala, sobre o ambiente citadino ser nossa casa maior. Ah... se as pessoas pensassem e agissem assim, seria a paz de quer tanto falam, sem praticar
Mas não é verdade? É horrível andar pela cidade e ver lixo, bancos quebrados, buracos, falta de calçadas.... Quando será que vão entender? abraços, querida
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