quinta-feira, 19 de agosto de 2021

Ecos Imateriais | Resiliência & Equanimidade

A vida é feita de uma somatória de momentos felizes e menos felizes, celebrações e vitórias, mas também problemas de toda ordem — financeiros, emocionais, de saúde, de trabalho, de relacionamentos etc. É inevitável. O importante é ter consciência de que é preciso ser resiliente e seguir. Em outras palavras, não desistir, não se deixar abater (por muito tempo) pelos períodos de baixa, porque se estamos aqui é preciso seguir adiante e sobreviver.  
Como disse o poeta Ivan Lins, no novo tempo estamos aqui para sobreviver, para nos socorrer... Além disso alegria e entusiasmo têm vibrações de frequência elevada e vibrando em frequências mais altas, nós nos protegemos daquelas mais baixas que nos contaminam e afetam nossa saúde.

Agora, a forma de sobreviver depende de cada um. Por isso, o yoga, a meditação, a arte, a dança, a música, a literatura, a filosofia e a cultura são vitais. São saberes essenciais – ou seja, direito de todos – que nos ajudam a refletir, a sacudir certezas pífias, a buscar entender, a perceber o oculto, a ir além, a desenvolver o pensamento crítico, o equilíbrio, a humildade e a resiliência para seguir adiante.   

O admirável caminho do yoga, como filosofia de vida, também nos ensina isso. Parte central do Ashtanga yoga de Patanjali (séc. IV a.C.), em seu compêndio Yoga Sutras, os yamas e os niyamas são um verdadeiro código de conduta para todos, em especial para o praticante. São cinco refreamentos e cinco observâncias que se entrelaçam. Cada um aborda um tema e nos convida a uma postura ética, pura, alegre, não violenta e resiliente na vida, com vistas ao autodesenvolvimento e a uma convivência sadia na sociedade. 

 

Tapas é um deles e nos traz essa resiliência, essa persistência, esse não desistir. Fala-nos de austeridade, coragem e determinação para fazer o melhor, ou seja, de ser e priorizar em qualquer situação nossa melhor versão. Tapas esclarece que, nem sempre, temos gratificação imediata de nossas ações, mas se priorizarmos o despertar da consciência e o bem comum, estaremos no caminho certo.


Santosha é traduzido por contentamento, alegria interior, equanimidade. Fala de cultivar um estado de contentamento interno com o que se é e com a vida, em geral. Não é, porém, conformismo, inércia ou acomodação. Longe, muito longe disso! Trata-se de uma forma de encarar a vida, um ponto de vista. Santosha não pede apatia nem inércia. Ao contrário, pede ação, sob outra perspectiva. Com Tapas e Santosha (os outros se entrelaçam, lembram-se?), a gente pode começar a se equilibrar e a se transformar.

Abaixo, um ensinamento sufi, cuja autoria desconheço, mas que traduz essa opção de forma clara.

  

 A vida pode ser simbolizada pela água: há aqueles que se afogam na água, outros que nadam, mas há aqueles que caminham sobre ela. Os indivíduos suscetíveis que, a cada alfinetada, sofrem, se lamentam e ficam infelizes por longos dias, pertencem à categoria dos que se afogam. Aqueles que recebem e devolvem, fazendo da vida um jogo, são como os nadadores, recebem uma pancada, mas logo a devolvem e seguem adiante. Mas aqueles a quem nada pode atingir estão no mundo e, todavia, acima do mundo. São equânimes e são os que podem caminhar sobre as águas. A vida está sob seus pés e eles recebem tanto as alegrias como as tristezas, mas sua alma continua forte e equilibrada.

9 comentários:

  1. Portanto vemos que o encinamento Sufi encerra muita sabedoria

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  2. Sejamos como o bambu, que se dobram ante as dificuldades mas não se quebram

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  3. Muito bom! Vamos procurar estar sempre firmes.Bebel

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  4. Muito a aprender nessa caminhada, um misto de escola e hospital esse plano material em que vivemos. E vida é algo que acontece a você enquanto esta ocupado fazendo outros planos (Lennon). No dizer do Monge Sato, respirar é viver aqui e agora. Então "abra os braços e respire fundo", como ensinou Walter Franco.
    E sigamos sempre.
    bjs.
    Carlos SA

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    1. Vc sempre com suas citações oportunas. Sigamos em frente .....bj...

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