Agora, a forma de sobreviver depende de cada um. Por isso, o yoga, a meditação, a arte, a dança, a música, a literatura, a filosofia e a cultura são vitais. São saberes essenciais – ou seja, direito de todos – que nos ajudam a refletir, a sacudir certezas pífias, a buscar entender, a perceber o oculto, a ir além, a desenvolver o pensamento crítico, o equilíbrio, a humildade e a resiliência para seguir adiante.
O admirável caminho do yoga, como filosofia de vida, também nos ensina isso. Parte central do Ashtanga yoga de Patanjali (séc. IV a.C.), em seu compêndio Yoga Sutras, os yamas e os niyamas são um verdadeiro código de conduta para todos, em especial para o praticante. São cinco refreamentos e cinco observâncias que se entrelaçam. Cada um aborda um tema e nos convida a uma postura ética, pura, alegre, não violenta e resiliente na vida, com vistas ao autodesenvolvimento e a uma convivência sadia na sociedade.
Tapas é um deles e nos traz essa resiliência, essa persistência, esse não desistir. Fala-nos de austeridade, coragem e determinação para fazer o melhor, ou seja, de ser e priorizar em qualquer situação nossa melhor versão. Tapas esclarece que, nem sempre, temos gratificação imediata de nossas ações, mas se priorizarmos o despertar da consciência e o bem comum, estaremos no caminho certo.
Santosha é traduzido por contentamento, alegria interior, equanimidade. Fala de cultivar um estado de contentamento interno com o que se é e com a vida, em geral. Não é, porém, conformismo, inércia ou acomodação. Longe, muito longe disso! Trata-se de uma forma de encarar a vida, um ponto de vista. Santosha não pede apatia nem inércia. Ao contrário, pede ação, sob outra perspectiva. Com Tapas e Santosha (os outros se entrelaçam, lembram-se?), a gente pode começar a se equilibrar e a se transformar.
Abaixo, um ensinamento sufi, cuja autoria desconheço, mas que traduz essa opção de forma clara.
A vida pode ser simbolizada pela água: há aqueles que se afogam na água, outros que nadam, mas há aqueles que caminham sobre ela. Os indivíduos suscetíveis que, a cada alfinetada, sofrem, se lamentam e ficam infelizes por longos dias, pertencem à categoria dos que se afogam. Aqueles que recebem e devolvem, fazendo da vida um jogo, são como os nadadores, recebem uma pancada, mas logo a devolvem e seguem adiante. Mas aqueles a quem nada pode atingir estão no mundo e, todavia, acima do mundo. São equânimes e são os que podem caminhar sobre as águas. A vida está sob seus pés e eles recebem tanto as alegrias como as tristezas, mas sua alma continua forte e equilibrada.
Portanto vemos que o encinamento Sufi encerra muita sabedoria
ResponderExcluirVerdade, Sr. campos, tem razão. Abraços
ExcluirSejamos como o bambu, que se dobram ante as dificuldades mas não se quebram
ResponderExcluirPerfeita analogia, obrigada, querida. beijos
ExcluirPerfeito!!
ResponderExcluir"Nós enverga mas não quebra"
Yes! Sempre! Bjs
ExcluirMuito bom! Vamos procurar estar sempre firmes.Bebel
ResponderExcluirMuito a aprender nessa caminhada, um misto de escola e hospital esse plano material em que vivemos. E vida é algo que acontece a você enquanto esta ocupado fazendo outros planos (Lennon). No dizer do Monge Sato, respirar é viver aqui e agora. Então "abra os braços e respire fundo", como ensinou Walter Franco.
ResponderExcluirE sigamos sempre.
bjs.
Carlos SA
Vc sempre com suas citações oportunas. Sigamos em frente .....bj...
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