sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

Ecos Imateriais | Satsang e partilha

Há muitos anos, descobri o que era um satsang (termo sânscrito que significa grupo ou comunidade que compartilha o mesmo propósito em relação à busca da Verdade), quando ainda era praticante de yoga, no Centro de Estudos de Yoga Narayana, na rua Ceará, em São Paulo. Depois, participei de outros encontros com a querida professora Márua Pacce, no seu Núcleo de Yoga Ganesha, ainda em São Paulo. Quando vim para Varginha e criei, em 1990, o Espaço DHARMA de Yoga, fiz questão de manter essa linda tradição e até hoje, trinta anos depois, continuo fiel a ela.

Todo final de ano, como um compromisso sagrado, fazemos (Ana Clara e eu) nosso satsanga para reforçar esse propósito da busca da verdade em nós, sat, celebrar e agradecer à Vida pelos ancestrais, pelos mestres que trouxeram o ensinamento do yoga, pelo aprendizado, pelo ganho de consciência e pela rica convivência com amigos e alunos, em cada prática, em cada satsang, em cada conversa descontraída, em cada sorriso, em cada encontro. Satsangs pedem uma atitude reverente e amorosa, mas também cheia de alegria e gratidão. Pode incluir estudos, mantras, cânticos, meditação e partilha. Assim, exercitamos o autoconhecimento, a convivência, o respeito, a solidariedade e o amor. É um momento de alegria, carregado de um silêncio profundo e pleno, em que as emoções afloram, a devoção inunda o ambiente e a gratidão brota do nosso coração.
 

Não importa há quantos anos nos reunimos nos satsangs; cada um é sempre diferente do anterior; é sempre novo e profundo, e um dos livros mais lindos que li reforçou em mim a importância desse tipo de encontro. Trata-se da trilogia Virtudes para um outro mundo possível (Vozes, 2000) do franciscano Leonardo Boff. No texto, o teólogo e professor Boff destaca quatro virtudes básicas para uma convivência saudável e respeitosa entre indivíduos. São elas: a hospitalidade que leva à cordialidade, a convivência que leva à aceitação, a tolerância que leva ao respeito e a comensalidade que leva à partilha, à comunhão.  A cada satsanga buscamos alcançar e celebrar tudo isso em cada gesto, desde a preparação inicial até a despedida do último participante. 

Agradecemos, novamente, todos os amigos, alunos e ex-alunos que estiveram conosco, em presença ou espírito, compartilhando esse lindo momento. Ao mesmo tempo, reforçamos o compromisso de continuar essa jornada, fazendo nosso melhor a cada dia, a cada gesto, a cada ação. É preciso buscar a coerência sempre entre pensamento, palavra e ação; é preciso comprometer-se com essa busca, com a verticalidade para haver transformação interna real. Sem isso, qualquer prática espiritual é vazia, porque praticar yoga é uma dobra, uma viagem para dentro de si mesmo; é um processo de transformação individual, que se manifesta como uma segunda pele em todas as ações cotidianas!  Que o próximo nos encontre mais conscientes, mais unidos e mais coerentes e compromissados com a LUZ. 

Namastê!

17 comentários:

  1. Namastê Anita! (Lilian Conde)

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  2. Parabéns, Anita! Assim fico com vontade de praticar Yoga!
    Como faz falta uma prática como essa!.

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  3. .uito bem
    Tais ensinamentos parece oportumidade de olharmos pra dentro de nós mesmos (j.campos ribeito)

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  4. Já pratiquei yogA realmente é bom demais. Não sabia que vc tem um espaço em Varginha

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  5. Parabéns Anitinha! Olharmos para dentro de nós mesmo é o olhar para um próximo com mais respeito faz uma diferença enorme quando buscamos o nosso auto conhecimento. Namastê!

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  6. Sou um agnóstico convicto Anita, mas acho que há muito em comum entre estes princípios e todos aqueles que, como eu, acreditam na tolerância, no livre debate de ideias, na capacidade de construirmos alguns consensos em nossa prática cotidiana, mesmo com diferenças de visão de mundo. Muito bom te ouvir. Zé Marcelino.

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    1. Tolerância é a palavra do ano, né? Obrigado pelos seus comentários, Zé.

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  7. Este encontro é essencial. Parabéns pelos 30 anos de construção de relações mais harmônicas e respeitosas. Zé Marcelino

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  8. Considero a Yoga uma prática linda, mas não me adaptei à sua prática. Gostei dos satsangs! Creio que, em certa medida, essa é uma prática em minha vida. Muito axé pra nós em 2024!

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    1. Axé para nós todos! Tente de novo, faz muito bem à alma. Bjs

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  9. Quanta beleza existe nessa busca constante.!O ser humano antes precisa se conhecer, sobretudo internamente, para mudar e poder transformar a si e emanar boas energias, aos demais. Marlene

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    1. Querida, Marlene. Autoconhecimento é fundamental, né? Obrigada. Meu bem! Bjs

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