quinta-feira, 18 de setembro de 2025

Ecos Arquitetônicos | O antigo Mappin e o Sesc

Se você ainda não leu, leia o post (Concursos de arquitetura e o Sesc), que fala do concurso promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc) para ocupar o antigo prédio do Mappin em São Paulo, o edifício João Brícola. 

Mais conhecido por ter abrigado por décadas a imensa e primeira loja de departamentos de São Paulo, Mappin Stores, o edifício João Brícola está localizado na região central de São Paulo, ao lado do Teatro Municipal. O projeto original, de 1936-39, é do arquiteto Elisiário Bahiana (1891-1980), também autor dos projetos para o Viaduto do Chá e o Jockey Club de São Paulo. O João Brícola tem ~15 mil metros quadrados de área construída e catorze andares em um terreno de 1245 m2. Hoje é tombado pelo Conpresp, o órgão municipal de proteção do patrimônio histórico e cultural. 
 
Alguém aqui se lembra do Mappin? Lembro-me do inconfundível elevador que,  impreterivelmente, parava a cada andar enquanto as diferentes seções eram anunciadas por uma voz com dicção perfeita: Primeiro andar - roupa de cama, mesa e banho, Segundo andar - roupa feminina e infantil... E assim por diante. Quando criança, lembro-me de ter ido lá várias vezes com minha mãe. Íamos de ônibus elétrico da CMTC, o 43. O ponto final era no Largo de São Bento. Caminhávamos até a Praça do Patriarca, atravessávamos o Viaduto do Chá sem problemas, procurávamos o que queríamos, comprávamos ou não, lanchávamos (às vezes) e voltávamos para casa, sempre utilizando o transporte público. Boas lembranças...
 
Mas de volta ao edifício do antigo Mappin, o edifício João Brícola. O nome vem do banqueiro de mesmo nome, que doou metade de seus bens para a Santa Casa de Misericórdia. Na época, o edifício deveria ser a sede do Banespa, mas a diretoria do banco recusou-o por achar que o prédio estava distante do então centro financeiro da cidade, no velho Triângulo, junto às ruas Direita e 15 de Novembro, e optou por outro edifício da mesma Santa Casa na área pretendida, o Altino Arantes, na rua João Brícola.  Foi feita, então, a troca de propriedade dos imóveis e a Santa Casa tornou-se a proprietária do edifício.  
 
Depois de abrigar o Mappin até 1999, o edifício ficou vago por algum tempo. Comprado pela empresa São Carlos Empreendimentos e Participações (SCEP), foi ocupado pelas Casas Bahia até o início de 2023 e, em abril do mesmo ano, foi vendido para o Sesc. A previsão é que em 2027, o imóvel abrigue a Sesc Galeria - São Paulo. Um dos objetivos do Sesc, ao comprar o imóvel e realizar o concurso, é transformar o icônico edifício em um museu da instituição com exposições sobre a história e ações da entidade.


Referências:

 

https://www.acervos.fau.usp.br/item/4345

https://arquivo.arq.br/projetos/edificio-joao-bricola

https://pt.wikipedia.org/wiki/Edif%C3%ADcio_Jo%C3%A3o_Br%C3%ADcola 

3 comentários:

  1. A amiga Silvia Artacho me mandou um comentário no ZAP superdetalhado.. E achei que todos mereciam ver. Aqui vai:
    O Mappin sempre me foi uma referência.
    O escritório do meu pai ficava na Rua Barão de Itapetininga.
    Tenho fotos de almoço no dia 31 de dezembro de 1953.
    Meu tio e meu pai almoçavam lá com frequência e neste último dia do ano iam as famílias e mais alguns agregados.
    A comida era ótima e tinha um pequeno conjunto musical tocando,
    Foram comemorados os aniversários de diversas amigas durante o chá da tarde.
    O serviço era todo à inglesa.
    Com chá ou chocolate em xícaras.
    Mini sanduíches em pão de forma triangulares.
    Álbuns minibolos e um bolo de aniversário, escolhido com antecedência.
    Tudo programado e reservado com antecedência.
    O meu andar preferido era o térreo onde havia balcões de marcas famosas de cremes, perfumes e maquiagem.
    Cada qual com uma chefe e algumas auxiliares.
    Todas as marcas eram estrangeiras: americanas, francesas e inglesas.
    Trabalhavam com saia e blusa nas cores da marca.
    Cabelos impecáveis e a maquiagem de sonho.
    Quando se escolhia um conjunto para presente faziam uma arrumação numas caixas de papelão estofadas com tecido da marca.
    Depois de tudo embrulhavam em celofane transparente.

    Obrigada, Silvia. Sua memória está ótima...beijos

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  2. É sempre uma referência lembrar destes edifícios que nos traz muitas lembranças. Bel

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  3. Adorei o assunto sobre o Mappin!
    Dona Olivia Penteado dizia que quando começava a olhar as vitrinas das Casas Mappin era porque era hora de voltar pra Europa!

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