Bem, os que trabalham com a língua no seu dia a dia já sabem disso - que ela é bela, mas aqui quero lembrar uma das muitas outras riquezas do português: a quantidade de expressões idiomáticas. Em geral, a maioria usa o sentido figurado (conotativo) das palavras e não o denotativo, o real do dicionário. Assim, só para lembrar algumas dessas expressões bem criativas, seguem alguns exemplos conhecidos por nós, nativos, mas nem tanto por outros povos:
Abotoar o paletó/ bater as botas – morrer
Amigo da onça – falso amigo
Andar nas nuvens – estar distraído
Armar um barraco – criar confusão
Arrancar os cabelos – ficar muito estressado
Arregaçar as mangas – pôr-se a trabalho
Balde de água fria – saber de algo desanimador
Bater na mesma tecla – insistir no mesmo assunto
Botar a mão na massa – trabalhar sem medo
Cair a ficha – entender algo que não estava claro
Chutar o pau da barraca – perder a paciência de forma drástica
Dar o braço a torcer – ceder, admitir um erro, voltar atrás
Engolir o disco – tagarelar
Estar nas nuvens – estar longe com o pensamento, em devaneio.
Fazer algo com o pé nas costas – fazer com facilidade
Manter boca de siri – guardar segredos
Mudar de pato para ganso – mudar de assunto
Pôr a boca no trombone – revelar um segredo
Quebrar galho – dar uma ajuda
Tirar de letra – fazer algo com facilidade
Virar o disco – mudar de assunto
Voltar à vaca fria - voltar ao assunto inicial
E por aí vai... Claro, a lista é imensa, mas isso tudo é um estímulo à leitura, num tempo em que as pessoas parecem ler cada vez menos literatura e mais e mais textos curtos (e muitos sem noção) das mídias sociais. Quanto mais lemos, mais aumentamos nosso vocabulário, nosso repertório e o conhecimento dessas ricas expressões! Que tal, vamos “tocar em frente”?
Referências
https://www.todamateria.com.br/conotacao-e-denotacao/
https://www.significados.com.br/flor-do-lacio/
https://www.migalhas.com.br/depeso/346858/ultima-flor-do-lacio

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